A volta às aulas é um momento de grande alegria para pais e filhos, hora de reencontros e novidades. Pode-se até dizer que, quando temos filhos, o ano só se inicia quando eles voltam à escola.
Este também é um período marcado pelo trânsito enlouquecedor, pela mágica orçamentária para as listas de materiais e pela preocupação com o conteúdo da lancheira. As mães querem lanches práticos e saudáveis; crianças querem lanches coloridos, gostosos e que não roubem muito tempo do recreio. Como resolver esta equação?
Em primeiro lugar, é preciso bom senso: se seu filho come pouco, não vale a pena encher a lancheira com coisas que ele não irá comer. Você quer que seu filho tenha hábitos saudáveis e enche a lancheira de frutas, sendo que em casa ele não as come? Também não parece uma boa ideia.
Algumas escolas para crianças pequenas promovem rodas de frutas e um verdadeiro escambo de lanches. Ela combina com os pais o que pode e o que não pode ser enviado e, na hora do lanche, faz-se um grande evento comunitário divertido e eficiente. É sempre bom seguir as orientações, pois elas costumam ter a participação de um nutricionista.
Se o seu filho é maiorzinho, vale consultá-lo e chegar a uma listinha de coisas que podem e não podem. Nem sempre, por exemplo, sucos e frutas in natura são uma boa ideia, já que frutas oxidam, ainda mais se já forem mandadas cortadas, e muitos sucos perdem características nutricionais originais.
O mercado dispõe hoje de sucos em caixinha de boa qualidade, livres de conservantes ou sem adição de açúcar. Para o calor, a sugestão é deixar o suco por algumas horas no freezer. Até a hora do recreio ele estará descongelado e fresquinho.
Muito cuidado com lanches de alta perecibilidade nesta época. Nada de pastas com maionese ou mesmo embutidos. Se o seu filho não tem o hábito, ou a escola não estimula a escovação dos dentes após o lanche, nada com cheiro ou gosto muito fortes. Mas esta é uma rotina que nós, mães, podemos e devemos estimular. Cuidado também nesta época para o envio de chocolates, que derretem facilmente.
Abuse de frutas como maçãs, peras, de preferência inteiras, bolos caseiros sem recheio ou com coberturas como chocolate, além de cenoura, laranja, bolachas doces ou salgadas sem recheio (por serem cheios de gorduras nocivas à saúde), bisnaguinhas com requeijão, pasta de ricota etc.
Quanto à escolha da lancheira, no caso de crianças pequenas, o mercado oferece modelos coloridos e térmicos, que ajudam a manter as características naturais dos alimentos. Se o seu filho for maior, convide-o para fazer o lanche com você e ajude-o nas escolhas. Caso a escola dos seus filhos tenha cantina, verifique se oferece lanches saudáveis, como salgados assados, em vez de fritos, e desestimule-os a consumir muitos doces.
Por fim, lembre-se de que o lanche na escola é um momento de sociabilização e também da aquisição de bons hábitos alimentares. Para os pais, pode ser também uma oportunidade de fazer sugestões para que a escola perceba seu papel de educadora neste momento!
Leia a coluna anterior de Lúcia Sequerra:
A formação dos chefs no Brasil
Quem é a colunista: Lúcia Sequerra.
O que faz: Chef de Cozinha, Conselheira da Atout France e Coordenadora do Curso de Gastronomia da Estacio SP em parceria com a ADF.
Pecado gastronômico: Chocolate e doce de leite.
Melhor lugar do mundo: Paris.
O que está ouvindo no carro, iPod, mp3: Charles Trenet.
Fale com ela: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.
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