Guia da Semana

Foto: www.morguefile.com

De repente um adolescente invade a escola e mata pessoas que faziam parte do seu cotidiano e conviviam ao seu lado. Um fator recorrente entre as criaturas que cometem atentados e assassinatos em massa e, posteriormente, acabam com a própria vida, é uma infância silenciosa, sem muitos amigos e com pouca comunicação com os familiares. O que os pais devem fazer para evitar que seus filhos componham a lista de assassinos jovens, que ganhou mais um nome nas últimas semanas?

Muitas pessoas acreditam que o fato de uma criança ser quieta e pouco comunicativo já define que este não se relaciona bem e é um perigo em potencial para a sociedade, mas, o fato dos pequenos serem mais retraídos se deve muitas vezes a uma característica de personalidade de cada um. Crianças podem ficar mais tímidas na presença de uma pessoa estranha ou se sentir mais à vontade para falar com amiguinhos da escola do que com os pais. "Não se pode definir a agressividade a partir disso, pois é algo muito relativo", explica a psicóloga infantil Eliana Silvana Lima de Carvalho.

Foto: www.sxc.hu
É errado fazer generalizações e classificar características específicas de demonstração de um instinto violento pelos pequenos, existem formas de agressividade positivas e negativas que fazem parte do desenvolvimento de cada criança. Há aqueles momentos em que a criança reage de forma hostil para preservar sua individualidade, mas também há ocasiões em que ele bate em um coleguinha simplesmente pela raiva que está sentindo, o que não gera benefícios para nenhuma das partes.

Segundo Eliana, a construção de uma personalidade perigosa não se deve ao fato de o indivíduo ter sido uma criança mais reservada ou com poucos amigos, isso acontece por conta de uma negligência dos pais na hora de darem atenção aos filhos e perceberem que alguma coisa não estava bem na infância. "Os pais precisam reservar um tempo de qualidade para estar com os filhos por inteiro", afirma a especialista. Além disso, devem saber dizer ´não´, dar amor e acolhimento, educar, pontuar os limites e estar atentos às necessidades da criança, dando colo e acolhendo-a na sua essência.

Um cuidador que acompanha cada etapa do dia do pimpolho, tenta entender seus sentimentos e vontades, dá atenção para cada atividade com a criança e está realmente presente, mesmo que por um tempo curto do dia, certamente percebe quando há alguma alteração de comportamento no pequeno e tem maior facilidade para reconhecer as causas e resolver os problemas. "Muitas vezes, apenas um fato já é motivo para a criança ficar agressiva: uma noite mal dormida, a falta de limites ou a reação a um ´não´".

Foto: www.sxc.hu
Quando os adultos percebem que o que há de errado com os filhos vai muito além do mau humor por conta do sono ou de uma bronca, é fundamental que estes procurem a ajuda de especialistas rapidamente, para que a possibilidade de doenças físicas sejam afastadas e a possível ocorrência de distúrbios psíquicos seja tratada. Fonoaudiólogos, pediatras, psicólogos, neurologistas, entre outros especialistas, devem trabalhar juntos para achar a causa do comportamento violento da criança e conseguir cuidar disso antes de surgirem conseqüências prejudiciais à vida adulta.

Eliana Silvana Lima de Carvalho insiste que "Não existe receita de bolo", o segredo de um desenvolvimento saudável e do combate à formação de jovens assassinos e suicidas é a dedicação dos pais, por meio do estímulo constante e da oferta da atenção necessária aos filhos. "Tudo depende de como a criança lida com as relações e como ficam as marcar psíquicas em sua mente".

Profissional consultado:

? Eliana Silvana Lima de Carvalho - Psicóloga Infantil - Calçada Azaléias, 10 - Sala 31 - Centro com Alphaville - São Paulo - (11) 4208-7506

Atualizado em 1 Dez 2011.