Guia da Semana

Fotos: divulgação/ Shiva Nataraj



Assim como o pai que sonha ter em casa um futuro craque da bola, qual mãe nunca quis fazer de sua filha uma bailarina? Acompanhar e incentivar de perto o equilíbrio, as sapatilhas e piruetas, demonstrando o corpo em perfeita harmonia. O que você não tem ciência é que esse mundo ganha cada vez mais adeptos no lado masculino, recorrendo à prática como uma forma de criar disciplina, melhorar os rendimentos escolares e, quem sabe até se apresentar no municipal.

O balé é uma grande aliada no desenvolvimento dos pequenos, intensificando suas habilidades motoras e intelectuais. E para quem pensa que a natação é o esporte mais completo, engana-se. O professor de fisioterapia Tim Watson, da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, realizou uma pesquisa em 2008 demonstrando que, em comparação ao esporte aquático, a dança clássica dá uma lavada quando o aspecto é condicionamento físico. E para chegar a essa conclusão comparou homens do Royal Ballet com o de nadadores da seleção olímpica britânica.

Embora não tenha conhecimento do estudo, o publicitário Adriano Ferreira, 38 anos, não hesitou quando seu filho Gabriel, 8 anos, pediu para se matricular no curso. "Ele via as amigas dançando e queria se juntar. Após ir à escola, vi que não os professores eram sérios e encarei como mais um hobby. Não me arrependo e isso melhorou e muito sua atenção e a notas".

Comandando a Cia Jovem Arte, em São Vicente, Clodoaldo França, 29 anos, se dedica ao ofício de ensinar há 12 anos, desde os passos básicos ao nível profissional. Trabalhando com projetos sociais e turmas de meninos e meninas - de 5 até 18 anos - vê o preconceito diminuir a cada ano. "Quando aprendi tinha muito (preconceito), mas foi na mudança de lado que descobri como quebrar isso. Hoje faço meus alunos trabalharem com roupas mais largas para os meninos, mostrando para os pais que isso era pura besteira".



O processo de adaptação das crianças ocorre em etapas. Entre 3 e 6 anos, o professor pode trabalhar com práticas lúdicas, musicalidade, coordenação motora, socialização e o emocional, tudo para criar condições do sistema muscular e nervoso absorver a formação. Nos anos seguintes, o curso atua intervalando exercícios e repetição. Diferente do que se imagina, o aprendizado acontece pela qualidade dos movimentos em um corpo bem preparado, e não pela repetição.

Lívia Takemura, 9 anos, dança há cinco. Tudo começou com atividades na escolinha até que sua mãe Denise resolveu colocá-la em uma academia especializada. "Embora faça boas apresentações, ela não pretende seguir na área. O importante é que a dança influenciou muito na sua postura e organização", enfatiza a mãe.

Nas turmas, o número de meninas ainda é bem maior, embora para profissionalização, os maiores salários na área vão para os homens, devido ao escasso número. Quem sonha em ver o seu filho seguindo a carreira profissional, é preciso começar cedo. O ápice da forma física de um bailarino normalmente se dá depois dos 10 anos de trabalho, logo no final da adolescência. Nesses casos, Fernanda Payão, dona da escola de dança Shiva Nataraj, recomenda iniciar entre os cinco e seis anos "É uma atividade que exige disciplina e tem que acompanhar a formação do corpo. As crianças que praticam aprendem com mais antecedência a fazer uma relação com a música e o movimento, além de educar o olhar para outras formas de arte".



Serviço:

Shiva Nataraj
Rua: Bom Sucesso, 1119, Tatuapé - São Paulo.

Tel.: (11) 2296 8969


Atualizado em 6 Set 2011.