Guia da Semana

Foto:Getty Imagens


Os pais se desdobram para convencer a garotada a tomar remédios. Cada um tem uma tática, misturar com comida, aplicar com uma seringa, dar presentes em troca... O Guia da Semana conversou com um pediatra e dá dicas para os pais se saírem bem neste momento complicado.

Contando tudo

A conversa é fundamental. A relação entre pais e filhos precisa ser baseada em respeito e sinceridade. A primeira coisa a ser feita é abrir o jogo, explicar qual é a doença, como deve ser tratada e qual a importância da medicação.

Se os pais tiverem bem informados, poderão passar mais confiança. É fundamental saber o que está sendo receitado para a criança e a maneira certa de aplicar o remédio, portanto, ler a bula é um hábito que precisa ser adquirido.

Provar

Sem experimentar, não adianta falar que o remédio é gostoso e doce. Se tiver um gosto ruim, a criança vai sentir na primeira vez que tomar e não confiará mais nos adultos. O pediatra Dr. Moisés Chencinski aconselha: "experimente o medicamento que vai ser dado via oral para o seu filho - apenas uma dose pequena. Nem todos os remédios são gostosos e nem todos são ruins. Conhecendo o gosto, você poderá dizer ao seu filho que experimentou e ele se sentirá mais confiante".

Esta tentativa de enganar as crianças pode ter graves conseqüências. Se os pais falarem que o remédio é balinha, o pequeno se pode confundir, achar que comprimidos são balas e acidentalmente tomar pílulas.

Disfarce

Para esconder o gosto forte, muitos pais misturam o remédio a comidas ou bebidas, mas, segundo o pediatra, isto pode afetar a eficácia do medicamento, ele diz "se você misturar em algum tipo de alimento ou de líquido, você tem que ter certeza que toda a dose do remédio foi tomada. Não pode sobrar nada, com risco de o tratamento não dar certo".

Na bula está escrito se o medicamento pode ser dissolvido em bebidas ou alimentos. Alguns remédios têm o efeito reduzido se ingeridos com leite e outros precisam ser tomados junto com a comida.

Convencer

Tentar comprar a criança pode dar certo algumas vezes, mas ela vai achar que se medicar é uma opção ou uma maneira de ganhar presentes. A maior recompensa em tomar é remédio é ficar saudável, Dr. Moisés completa "não ofereça nada em troca para que seu filho tome um medicamento. Isso pode criar uma falsa idéia de que ele pode não tomar o remédio, se ele não quiser."

Geralmente, os que dão mais trabalho são aqueles em idade pré-escolar, fazem o que for possível para evitar o remédio. Quando isto acontecer, é importante saber qual é o medo que gera tanta revolta.

Mas, se o diálogo não resolver, os pais devem segurar o pequeno com carinho e firmeza e dar o medicamento, mesmo sob protesto. Pode ser usada, por exemplo, uma seringa ao administrar a medicação na lateral da boca, próximo à garganta - para não provocar engasgo, é fundamental ter cuidado na aplicação. Depois que a criança tomou tudo, é importante elogiá-la."

Fontes:

Dr. Yechiel Moises Chencinski
Colunista do Guia da Semana, pediatra e homeopata.
www.doutormoises.com.br
Telefone: (11) 3285-2105

Atualizado em 6 Set 2011.