Guia da Semana

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Dilema que acompanha toda a infância, grande parte das crianças se incomodam com o fato de terem uma estatura inferior ao dos amigos dos colégios, da rua ou mesmo dos próprios irmãos. Ser taxado de baixinho do grupo, além de ser inconveniente, gera inúmeros apelidos nada agradáveis, que muitas vezes até tendem a afastar o pequeno do convívio social. Mas o que fazer quando seu filho demora a espichar?

Entenda


O crescimento nada mais é do que o aumento na estrutura corporal que ocorre desde a concepção até o final da vida. As fases em que ela se dá de maneira mais freqüente e intensa é na fetal, na infantil e adolescência (interrompendo entre os 16 a 21 anos, quando os ossos perdem essa capacidade).

De maneira geral, todos carregam consigo um potencial genético de crescimento determinados por nossos pais e familiares. Ele poderá ou não ser atingido, dependendo das condições de vida a que cada indivíduo esteja submetido desde a barriga da mãe até a idade adulta. Esse aumento pode depender de fatores da própria criança (genético, metabólico ou de malformações) ou ambientais (alimentação, cuidados gerais e de higiene, condições de habitação e saneamento básico e acesso aos serviços de saúde).



A professora Maria das Dores, 42 anos, teve que recorrer aos médicos depois de perceber que seu filho não acompanhava o crescimento dos amigos de colégio. "Ele passou por duas séries como o mais baixo da turma. Após consultar um especialista, soube que uma queda quando ainda era bebe atrapalhou seu desenvolvimento".

Como fazer

Segundo o endocrinologista Pedro Saddi, são três os principais fatores diagnosticados por seus pacientes. De ordem genética, quando o indivíduo tem algum problema relacionado à produção do hormônio; traumáticas, indicada por algum ato que tenha prejudicado a hipófise - glândula do cérebro que produz IDH; por último as infecções, tumores e problemas inflamatórios, que prejudicam a produção do hormônio para essa finalidade.

"Além disso, não só problemas no hormônio de crescimento que causam deficiência na estatura, qualquer doença crônica mal controlada, como diabetes, asma, hipotireoidismo, insuficiência renal crônica afetam diretamente a estatura infantil", aponta Pedro Saddi. A alimentação é um fator de extrema importância ao crescimento infantil, principalmente até os cinco anos. Bebês que se alimentam somente com leite materno durante os seis primeiros meses têm uma média de crescimento maior do que a população geral.

Tratamentos



Para o especialista, a melhor forma de controlá-la é através de um periódico acompanhamento médico, até os 18 anos. Uma das armas utilizadas para tal é o gráfico do crescimento, elaborado pelo pediatra, com a idade e estatura do menor. Isso gera uma informação muito importante para montar um padrão de crescimento daquela criança e com ele o especialista compara com duas coisas: o crescimento da população geral e da própria criança em si. "Esse acompanhamento preventivo é fundamental, primeiro porque identifica o problema mais cedo, segundo porque permite que você faça as intervenções terapêuticas no momento que ainda se pode fazer", revela Saddi.

Comprovada a deficiência e com o diagnóstico em mãos, está na hora de tratar da maneira correta. Em casos de doenças e fatores externos, o simples combate elimina o problema. Já se for detectada a necessidade de uso de hormônios sintéticos de crescimento, eles devem ser ministrados. "Meu filho teve que recorrer à injeção de hormônios já que tinha deficiência de crescimento. Com isso sua estatura aumentou consideravelmente em um ano", afirma o contador José Dias, 50 anos. Ao contrário do que se costuma pensar, esse tipo de medicamento age apenas acelerando o crescimento, mas não ultrapassa o potencial genético individual.

Dicas para um desenvolvimento sadio
- É fundamental ter um ambiente familiar saudável. O crescimento infantil também é influenciado por fatores psicológicos.
- Ter uma dieta balanceada, rica em frutas, verduras e legumes.
- Dormir pelo menos oito horas por noite, pois é nesse momento que o seu corpo cresce com mais intensidade.
- Evitar o sedentarismo e praticar atividades físicas leves, moderadas, sempre adaptadas à criança.
- Manter acompanhamento médico periódico.

Atualizado em 6 Set 2011.