Guia da Semana

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Os métodos de alfabetização podem ser divididos basicamente em dois grupos: os fônicos, que combinam elementos isolados da língua - sons, letras, sílabas, e os globais, que levam o aluno a analisar um todo para chegar às partes que o compõem. Este último ocorre por meio da associação da palavra inteira com sua ilustração e seu som. Ou seja, o aluno relaciona o desenho, cujo significado ele conhece, à palavra que representa este desenho e à pronúncia da palavra.

Assim, aos poucos, a criança vai memorizando formatos e significados das palavras. Da mesma maneira que a criança aprendeu que o objeto sapato se chama sapato, ela associará a esse conhecimento que a palavra escrita SAPATO se refere àquele som e àquele objeto. É isso que chamamos de "associação palavra-imagem-som".

Assim como nos métodos globais, é apenas em um segundo momento que a criança começa a identificar que as palavras têm algo em comum, partes que são iguais. Isto é, elas passam a reconhecer como são formadas, tornando-se, assim, capazes de formar até algumas novas.

Isso é o que chamamos de consciência fonológica e acontece quando o aluno torna-se consciente de que o TO que ele ouve e pronúncia aparece tanto em PATO quanto em SAPATO. Além disso, ele também começa a identificar qual parte da palavra escrita corresponde a esse som.

A consciência fonológica é requisito básico para a alfabetização, pois significa entender, de forma consciente, que os sons associados às letras são os mesmos da fala, e que eles podem ser manipulados.

Para que a alfabetização ocorra, é preciso que os horizontes da linguagem da criança sejam expandidos. Como fazer isso? Ler para as crianças é um dos caminhos mais eficazes! Estudos comprovam que crianças que ouvem histórias e canções desde os primeiros anos de vida têm melhor desempenho no processo de alfabetização, pois têm a consciência fonológica mais desenvolvida. Para essa etapa, uma dica é investir em historinhas com muitas rimas e brincadeiras com a sonoridade das palavras.

Além disso, será necessário que a criança desenvolva sua percepção (para reconhecer partes iguais) e memorização (para reter as reconhecidas). Então, outra dica é estimular os joguinhos de memória, os brinquedos que forçam o reconhecimento de partes iguais!

Estimular a criança nessa fase é fundamental, pois a infância é a época da curiosidade. Nesta fase, a criança, desde que bem estimulada, expandirá a curiosidade e o espírito de investigação, assimilando muito mais.

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Quem é a colunista: Lívia Lombardo tem 24 anos, é graduada em Letras e Jornalismo e trabalha no Kumon Instituto de Educação.

O que faz: Elabora o material didático de Língua Portuguesa que é utilizado nas unidades do Kumon de todo o Brasil.

Pecado gastronômico: coxinha.

Melhor lugar do mundo: qualquer praia!

Fale com ela: [email protected]

Atualizado em 6 Set 2011.