Guia da Semana

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Preocupados com o futuro de seus filhos, os pais buscam meios de explorar ao máximo as potencialidades das crianças. Afinal, pessoas que trabalharam melhor sua inteligência tendem a ser mais felizes, decididas e bem resolvidas no trabalho e na vida pessoal.

É importante saber que, só a partir dos 4 anos, os neurônios começam a fazer mais ligações e a criança tem capacidade para assimilar conhecimentos complexos. Portanto, a estimulação deve ser pensada respeitando o desenvolvimento infantil.

Musicalização Infantil

A música é um meio divertido de estimular a criança. Isto porque trabalha esquema corporal, fala, coordenação motora fina e respiração. A professora Roberta Forte ministra aula de música para diversas faixas etárias, alguns alunos têm apenas 8 meses. Estes pequeninos aprendem a sentir os ritmos e descobrir a respiração e os movimentos do corpo.

Mas, é com os alunos de 4 anos que o conteúdo é aprofundado: eles aprendem a notar e diferenciar sons. Com simples batuques, a criança, sem perceber, tem seu raciocínio trabalhado. Ao estudar música desde pequeno, é possível entrar em contato com conceitos como simetria e plano cartesiano, afinal, o violão é em si um confundo de coordenadas e abscissas.

Tecnicamente falando, música é composta de uma estrutura matemática, são divisões e subdivisões que chegam até 1/8. Intuitivamente, a criança cria um esquema lógico em sua mente, descobre a pulsação, trabalha frações, simetria e tempo.

Em seu curso, a professora percebe também que os alunos que estudam música desde cedo têm mais facilidade na escola, maior capacidade de abstração e conseguem aplicar teorias musicais às matérias do currículo regular. Além disso, os instrumentos estimulam a concentração e também a vontade de aprender.

Um problema que preocupa e atrapalha a assimilação é a falta de "ecologia sonora", segundo ela, algumas crianças chegam irritadas com sons, são estressadas e não conseguem se concentrar, isto porque o meio urbano fornece muitos estímulos desagradáveis aos pequenos ouvidos.

Treino e exercícios

Muito procurado por crianças com dificuldade na escola ou pais que desejam preparar o filho para o vestibular, o Kumon é um método de estudo individualizado. Sem aula explicativa, o aluno desenvolve o autodidatismo. Começando de um ponto de partida fácil, o estudante fica mais motivado a apreender e, de forma gradativa, enfrenta desafios maiores. Desta forma, não é trabalhado apenas o conteúdo, mas também, concentração, atenção e assimilação.

Segundo Carlos Henrique Zigiotti, coordenador da rede, "muitas vezes estudantes com dificuldade chegam à instituição e descobrem que são alunos brilhantes, só precisavam desenvolver uma postura de estudo". Diferente de uma sala de aula tradicional, onde o conteúdo é voltado para o aluno mediano, o curso é organizado em blocos e o progresso do aluno acontece individualmente, o método é baseado em apostilas e níveis adaptados do aluno, "todas as crianças têm potencial, mas o ritmo de cada um varia".

Com a colaboração da família, duas coisas são fundamentais para que a criança exercite seu raciocínio: concentração e motivação. É importante que haja uma rotina organizada, um espaço tranqüilo destinado aos estudos e pais participantes das novas conquistas do filho.

Para estimular a criança em casa, o professor recomenda que os pais contem as coisas do cotidiano, como, por exemplo, os degraus de uma escada. Além disto, ele também recomenda o uso de jogos de raciocínio, principalmente os de tabuleiro e quebra-cabeça.

Aprendendo a aprender

O jogo é a ferramenta principal na metodologia do MenteInovadora, segundo Sandra Garcia, coordenadora do projeto. Seu objetivo é defender a "aprendizagem com significado. A criança sabe o porquê ela está aprendendo aquilo." Aplicado em alunos a partir dos 4 anos, o projeto estimula inteligência a partir da neurociência. As atividades trabalham sociabilidade e funções psicológicas superiores, como memória e concentração.

O interesse em aprender é incentivado a partir de situações desafiadoras. Com técnicas simples, os alunos "aprendem a aprender", um exemplo disto é o método do semáforo - onde a criança analisa e identifica o problema, reflete sobre uma solução e coloca em prática sua estratégia.

Jogando, o aluno lida com frustrações, vitória, trabalho em equipe, limites e respeito às regras. De acordo com Sandra, "O jogo agrega, aproxima. As pessoas mostram quem elas realmente são, é como Platão disse ´Em uma hora de jogo, se conhece mais uma pessoa do que em um ano de conversação´. Não sou contra jogar no computador, só que não há interação e, quando há, é à distância", completa.

O MenteInovadora é aplicado em escolas e a previsão para 2009 é que atinja cerca de 10 mil alunos. Os professores do colégio são instruídos e fazem o papel de mediadores. Segundo Ana Cristina, do Colégio São Luís, as crianças se sentem mais estimuladas e o método serve para aumentar o interesse dos alunos e são uma ferramenta importante para trabalhar a capacidade de concentração

Moral da história

O cérebro precisa de estímulos, a criança precisa se divertir e sentir desafiada. A interação com o meio e com outras pessoas é a melhor maneira de incentivar a curiosidade infantil e a vontade de aprender. Não adianta sobrecarregar o pequeno de informações, brinquedos educativos, jogos e cobranças por um bom desempenho. Deste modo, a criança se sente estressada, irritada e deprimida. É fundamental elogiar o progresso, respeitar a vontade e o ritmo do filho.

Atualizado em 1 Dez 2011.