Guia da Semana

Por Larissa Coldibeli


Atividade física é essencial para quem busca qualidade de vida. Mas quem disse que é isso que os adolescentes querem? Queridinha dessa turma, a musculação deixa o corpo definido, dá força e resistência muscular, funcionando como complemento de treino para quem pratica outros esportes. Com a chegada do verão, as academias ficam lotadas e, ansiosos, eles abusam da atividade na esperança de acelerar os resultados.

Com o corpo ainda em desenvolvimento, o excesso de carga ou freqüência exagerada nos exercícios pode prejudicar o crescimento, comprometendo músculos, ossos e tendões. Para evitar lesões, o acompanhamento de um profissional é essencial. Dr. Fábio Angelini, ortopedista do Palmeiras, médico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e professor da pós-gradução da Unicid afirma que a musculação é um esporte seguro: "Quando bem orientada, é difícil a musculação causar lesões, ao contrário de um esporte de impacto, como o futebol, por exemplo". Não existe um consenso para estabelecer a idade mínima para a prática da musculação. Na academia Bio Ritmo, a idade mínima é 12 anos.

Além dos cuidados na hora de executar o exercício, como a postura correta e a carga adequada, outros procedimentos devem ser seguidos antes e depois para que a atividade não seja prejudicial. O ortopedista alerta que o aquecimento e um alongamento caprichado são imprescindíveis. Toda academia ou clube que se preze, deve realizar uma avaliação física do aluno ou ao menos exigir o documento emitido por um médico. Igor Yole, coordenador dos professores de musculação da Bio Ritmo, chama a atenção para o acompanhamento: "Além da avaliação física, nós damos um atendimento especial para saber quais são as necessidades do aluno, elaboramos um treinamento, oferecemos orientação alimentar, avaliamos as medidas. O acompanhamento é constante, principalmente nos primeiros 45 dias". A avaliação é individualizada e deve ser repetida periodicamente, para acompanhar a evolução ou, eventualmente, detectar algum problema.

Às vezes, só puxar ferro não é suficiente para atingir o físico sonhado. Mais uma vez, a pressa leva a atitudes inconseqüentes. Anabolizantes e suplementos surgem como alternativa mágica para quem não tem paciência de esperar os resultados da malhação ou para quem não está disposto a mudar os hábitos alimentares. Os anabolizantes são medicamentos a base de hormônios com características anabólicas (de crescimento) e androgênicas (masculinizantes). São usados no tratamento de câncer, anemia e reposição hormonal. O uso indiscriminado nas academias, sem recomendação e acompanhamento médicos, causa efeitos colaterais gravíssimos. Os órgãos mais agredidos são o fígado e os rins, casos de hipertensão e impotência sexual também não são raros.

Vitor: bombado

Os esteróides são vendidos apenas com prescrição médica, o que faz crescer o mercado negro. Já os suplementos, que não possuem efeitos tão rápidos e não são tão agressivos, são vendidos nas próprias academias. Vitor Daloia, 18 anos, já sofreu as conseqüências. Teve problemas no estômago e nos rins por causa de um famoso concentrado de proteínas, o Animal Pack. Com dois meses de uso sem indicação médica, ele já sofria com as dores: "Não adianta ir pelo o que os amigos falam, o resultado varia de organismo para organismo". Ele também já fez aplicações de enzima.

Igor Yole diz que o movimento contra os anabolizantes é muito grande: "Os professores de educação física tentam conscientizar os alunos dos riscos que eles correm ao tomar essas substâncias. O que nós indicamos é o suplemento alimentar quando eles não têm uma alimentação adequada". Assim como qualquer outra atividade física, a musculação é um hábito saudável, desde que realizada com orientação e respeitando os limites do próprio corpo.

Serviço:

Dr. Fábio Angelini
Rua Capote Valente, 439 - conj. 125
Telefone: 3167-2210

Academia Bio Ritmo
Shopping Pátio Higienópolis - Avenida Higienópolis, 618
Telefone: 3667-7888

Fotos: stock.Xchng

Atualizado em 1 Dez 2011.