Guia da Semana

Foto:Getty Imagens


A hora de aprender a andar é o final de um ciclo para a criança, ela se torna mais independente e ganha maior liberdade para explorar o mundo. Seu desenvolvimento acontece de forma gradativa e todas as etapas precisam ser respeitadas, a cada novo gesto, o bebê está se preparando para uma conquista futura.

Passo a passo

Por volta dos seis meses, sentam apoiados nas mãos e já se arrastam, assim, estão desenvolvendo a postura para engatinhar. Mas, próximo ao nono ou oitavo mês os pequenos já começam a engatinhar, nesta fase já conseguem sentar sem apoio nas costas.

Entre 10 e 11 meses já dão os primeiros passos, mas precisam segurar nas mãos de um adulto para se firmar. As crianças só costumam andar entre 12 e 16 meses, a fisioterapeuta Denise Gurgel explica, "Algumas podem adiantar um pouco ou engatinhar mais próximo dos 12 meses, tudo dependerá do quanto a criança é estimulada, do quanto ela própria se estimula com o meio e da maturação pessoal".

Tipos de pais

Além de ser uma época de muitas conquistas e aprendizados para os filhos, esta fase traz também lições importantes para os adultos. Segundo a fisioterapeuta há dois tipos de pais, um tem medo de que a criança se machuque com os tombos e tropeços, mas isto faz parte do processo, "aprender a andar é um teste de equilíbrio e controle de forças para a criança". O importante é não demonstrar medo e passar segurança ao pequeno.

Já os pais do segundo tipo ficam ansiosos e começam a estimular a marcha muito antes de seu filho estar preparado, não entendem que cada um tem seu próprio ritmo. Sobre estes, o pediatra Éden Arantes afirma que é um erro muito comum e explica "começam a forçar a criança a andar antes do período natural, que é próximo aos 12 meses. Forçam a criança a ficar em pé, sem apoio", tanta estimulação precoce pode atrapalhar a estrutura física da criança.

Para dar mais segurança ao bebê e incentivá-lo a ficar em pé e andar, muita gente usa o andador, mas começar a caminhar sem estar preparado para isto pode trazer graves conseqüências. De acordo com o pediatra "o uso do andador é inadequado, pois sobrecarrega os membros inferiores da criança". É como se algumas etapas do desenvolvimento natural fossem puladas. A fisioterapeuta Denise Gurgel também é contra o andador, ela complementa "atrapalha e não é aconselhável, interferindo no aprendizado do andar, levando a desorientação espacial, incoordenação motora e distúrbio da fala".

Medo do novo

Esta nova fase pode ser intimidadora aos pequenos, um jeito de lhes passar mais segurança é ter paciência, se informar bem sobre quais são as etapas do desenvolvimento e deixar o corpinho do bebê se preparar naturalmente. É importante elogiar a cada nova conquista e evitar demonstrar preocupação ou gritar quando acontecer uma queda. Além disto, a casa deve ser adaptada, é necessário recolher os tapetes e tirar do alcance objetos pontiagudos e móveis com quinas, deste modo, os tombos são seguros.

Brincar pode ser um ótimo exercício de estimulação motora, mas é importante que a criança tenha um espaço físico livre para se movimentar. A fisioterapeuta dá uma dica "Se os pais puderem participar desses momentos brincando com os seus filhos, com certeza contribuirão para um desenvolvimento feliz e saudável". Também há exercícios passivos e massagens que os pais podem fazer nos bebês, assim, ele descobre seu corpo e sente-se livre para explorar o ambiente.

Vale lembrar que o desenvolvimento infantil precisa ser acompanhado por um pediatra e, caso a criança não consiga andar até os 16 meses, é preciso procurar um especialista para detectar a causa do atraso motor.

Fonte:
Dr. Eden Douglas Arantes, médico pediatra
Diretor da Clínica Médica Uni-Neo .
Telefone: (11) 5575-7413.

Denise Gurgel Barbosa, fisioterapeuta
Professora de Shantala
www.cursoshantala.com.br
Telefone: (11) 7697-9398

Atualizado em 6 Set 2011.