Guia da Semana

Fotos: Divulgação

Quem é que nunca esperou o Papai Noel na noite de Natal? Ou ficou horas debruçado na janela com a esperança de vê-lo passando puxado por renas e rodeado de ajudantes? Muitas pessoas acham a crença no Bom Velhinho uma besteira, mas, segundo a psicóloga Maria Laura Gomes, isso pode ser muito positivo para o desenvolvimento infantil.

O universo das crianças se desenvolve, em grande parte, com base no imaginário. O faz-de-conta é uma etapa muito importante na vida dos pequenos, pois é através dele que estes aprendem a se portar na sociedade e a se relacionar com as outras pessoas. Para a especialista, crianças com imaginário rico têm maior capacidade de reflexão e, consequentemente, podem ter um desenvolvimento mais saudável. "A magia é importante para mostrar a cultura, o folclore e as brincadeiras das quais a criança faz parte; mas é preciso sempre deixar claro que ela está sendo inserida em uma fantasia; algo que não tem relação com a vida cotidiana".

Um possível erro das pessoas ao falar em figuras do imaginário é colocar tais personagens como uma forma de barganha com a criança. Muitos pais têm o costume de fazer propostas do tipo "Se você comer tudo, o Papai Noel vai trazer um presente bem bonito no Natal", ou, "Comporte-se bem que o Papai Noel está vendo!"; e essa não é a melhor saída para ensinar a criança a se relacionar e conseguir as coisas que quer.

Se os filhos se acostumarem a essa negociação constante - baseada em garantias mentirosas - a situação pode chegar a um estágio em que o pensamento da criança passa a ser "só faço isso se você me der aquilo" e os pais não conseguem mais controlar o seu comportamento.

Se a estimulação do campo imagético da criança for feita da maneira correta, esta só tem a ganhar. E os pais não precisam se preocupar com a decepção dos filhos quando eles descobrirem que o mundo fantástico de papai noéis e fadas encantadas não existe; conforme os pequenos crescem, eles perdem o interesse por essa realidade. Dos 10 aos 13 anos, a criança começa a brincar com jogos de raciocínio, ao invés de bonecos e brinquedos fantasiosos, e acaba se esquecendo do faz-de-conta.

Portanto, faça surpresas para seus filhos neste Natal, encha a imaginação deles com figuras encantadoras e dê a eles a oportunidade de viajar pela fantasia. Muitas pessoas lembram nitidamente de ocasiões da infância, como a visita de um Papai Noel ou a simples descoberta das marcas de sua passagem pela casa. Nada é mais marcante que isso!

Por que meu filho chora quando vê o Papai Noel?
Segundo a psicóloga Maria Laura Gomes, depois dos 8 meses a criança fica mais seletiva e começa a estranhar mais as pessoas. Se ela demonstra medo ou raiva do Papai Noel, não há motivo para os pais insistirem em colocá-la em contato com ele; o tempo de aceitação dos pequenos deve ser respeitado pelos pais. "A primeira coisa a fazer quando a criança chora, é tirá-la de perto do que a está incomodando e distraí-la com outras coisas", diz a especialista.



Profissional consultado:
Maria Laura Gomes - Psicóloga - Rua Doutor Franco da Rocha, 488 - Perdizes - Das 8h às 22h

Atualizado em 6 Set 2011.