Muito burburinho vem rolando desde que Clube de Compras Dallas chegou na boca dos críticos. Baseado em fatos reais, ele conta a história do eletricista texano Ron Woodroof na década de 1980. Um cowboy macho no melhor estilo texano diagnosticado com o vírus da Aids, que começa a contrabandear drogas do México para os Estados Unidos para concluir seu tratamento e ajudar outros que precisam. Por causa disso, entra em conflito com a indústria farmacêutica e com os próprios médicos norte-americanos. Jared Letto, no papel de um transsexual que ajuda Ron, também atua muito bem no filme, indicado a seis Oscars.
+ 50 filmes mais esperados de 2014
+ Filmes com atuações de músicos
Mas não é de hoje que o vírus tem gerado polêmica. Desde que ela apareceu e se espalhou de forma endêmica pela primeira vez, a AIDS é um tabu por onde passa. Como ela é transmitida, se o vírus do HIV sozinho (herdado geneticamente, por exemplo) é prejudicial à saúde, quem pega AIDS, de que forma, de onde ela veio. Na mesma linha do longa Clube de Compras Dallas, listamos uma série de filmes que abordam a AIDS e o vírus do HIV e a forma como as pessoas agem e reagem a ele:
Cazuza – O Tempo Não Para (2003)
O filme acompanha a vida do cantor Cazuza. Seu jeitinho, um retrato da vida jovem dos anos 80, drogas, família, música e sexo, Barão Vermelho, sua carreira solo e, por fim, a AIDS. Super emocionante, com Daneil de Oliveira (muito bem, aliás) na pele de Cazuza, o filme aponta como a AIDS começou a atingir os jovens nos anos 80, muito pouco se sabia sobre o vírus, como prevenir e o que o causava.
I Love You Phillip Morris - O Golpista do Ano (2010)
Em uma das melhores atuações de Jim Carrey em toda sua carreira, ele interpreta um golpista que em uma das muitas de suas prisões conhece Phillip Morris, seu companheiro de cela. Eles se apaixonam e ele faz de tudo para ficar perto de Phillip, que é solto em liberdade condicional. Em seu exagero eterno e extremismo em seus golpes, Steven (Jim Carrey) mente sobre ter contraído o vírus da AIDS, falsifica exames, emagrece, perde cabelo e finge sua própria morte para se livrar da cadeia e ficar com Phillip. Mas Phillip não fica nem um pouco feliz ao perceber mais uma mentira. O filme é baseado em fatos reais, no livro homônimo e ganhos diversos prêmios.
As Horas - The Hours (2002)
A abordagem a AIDS no filme é secundaria, mas nem por isso fraca. O longa é dividido em três épocas distintas, passado, presente e futuro. No presente, Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que vive em Nova York dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor (seu amante no passado) que está com AIDS e já bem debilitado. O filme passa uma bonita lição sobre família, apoio e amor incondicional dos amigos durante a doença, alertando para o fato de que o contato e o carinho com um aidético não transmite o vírus.
Carandiru (2003)
Em um dos filmes brasileiros mais premiados da história, um médico (Luiz Carlos Vasconcelos) se oferece para realizar um trabalho de prevenção a AIDS no maior presídio da América Latina, o Carandiru. Lá ele convive com a realidade atrás das grades, que inclui violência, superlotação das celas e instalações precárias. Mas a realidade no presídio não é de criminosos e horror; é de risadas, solidariedade, organização, vontade de viver. “Uma gente que ri quando deve chorar e não vive, apenas aguenta” como diz a música.
Um Lugar Para Annie (1994)
Nesse longa emocionante de meados dos anos 80, um bebê abandonado pela mãe viciada, aos com 3 meses, diagnosticado como HIV positivo tem problemas com a adoção. A menininha fica em Tremont, um hospital para crianças doentes que não são adotadas, apenas passando os dias até morrerem. Susan Lansing (Sissy Spacek), uma enfermeira do hospital não se conforma com esta situação e resolve cuidar do bebê, a pesar dos riscos. Com a ajuda de um moça, ela cria e cuida com muito amor da criança, até a mãe biológica da menina reaparecer e pedir sua filha de volta. A trama intensa e recheada de lágrimas aposta no amor como cura para tudo.
Kids (1995)
Um dos mais famosos filmes que abordam a temática de juventude e da AIDS, ambientado em NY, evidencia o conturbado mundo de adolescentes que indiscriminadamente consomem drogas e quase nunca praticam sexo seguro. Um garoto, que deseja só transar com virgens, e uma jovem, que só teve um parceiro mas é HIV soropositivo, servem de base para tramas paralelas, que refletem como a falta de orientação pode ser decisiva na vida de um jovem. O diretor, Larry Clark, filma o longa com um ar de documentário, impactante e polêmico.
Filadélfia (1993)
Com uma abordagem da fobia, repulsa e falta de informação sobre a AIDS na sociedade (especialmente a americana), o longa mostra o promissor advogado (Tom Hanks) que trabalha para um tradicional escritório da Filadélfia despedido quando descobrem ser ele portador do vírus da AIDS. Ele então contrata os serviços de um advogado negro, que forçado a encarar seus próprios medos e preconceitos para conseguir o mínimo de diretos para o seu paciente. O filme, que foi muito premiado, relembra como foi o horror e o desespero quando o vírus começou a se espalhar e, mais uma vez, retoma a discussão sobre informação e ódio cego do desconhecido
Angels in America (2012)
Al Pacino, Meryl Streep e Emma Thompson estrelam o longa ambientado em meados dos anos 80. Considerado um dos melhores relatos do momento em que AIDS começa a se propagar pelos Estados Unidos, na época em que Ronald Reagan era presidente. Mostra como a doença era encarada, tanto pelos doentes como por seus companheiros, e retrata a realidade em que viviam os gays, já que naquela época era relacionado somente aos gays - "a praga gay"
O Outro Lado da AIDS
Dirigido por Robin Scovill, o controverso documentário fez barulho nos festivais em que foi exibido. Explorando uma teoria inovadora, de que o vírus HIV não é o agente causador da Aids e apontando o argumento de Christine Maggiore, soropositiva que se mantém saudável desde 1992 sem tomar medicamentos. A trilha sonora fica por conta da banda Foo Fighters que também entra na discussão da doença, com ainda muitos pontos obscuros e falta de informação.
The Normal Heart (2014)
O filme de Ryan Murphy, criador de Glee e diretor de Comer, Rezar, Amar, é baseado na autobiografia de Larry Kramer, ambientada na Nova York entre 1981 e 1994. Mark Ruffalo é o ativista Ned Weeks, gay, judeu e que luta com a dificuldade de dar atenção à doença que no começo afetava primariamente homens gays. Dr. Emma Brookner, sobrevivente de poliomielite em uma cadeira de rodas, médica de Ned, culpa a falta de informação médica da doença e encoraja a abstinência sexual para homens para prevenir a doença. Seu advogado, Bem, é dono de um escritório de advocacia voltada para casos relacionados ao vírus HIV e ajuda Ned a fundar uma ONG para ajudar os portadores. O filme estréia em 2014.
Por Julia Bueno
Atualizado em 14 Fev 2014.