Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream é um JRPG desenvolvido e publicado pela Koei Tecmo, famosa por séries como Dinasty Warriors e Samurai Warriors. O jogo nos coloca no controle de Sophie, uma alquimista que sai em busca de conhecimento e acaba sendo teleportada para um mundo novo e desconhecido. Mais ou menos, na verdade.
O jogo é uma sequência de Atelier Sophie: The Alchemist of the Mysterious Book, e promete seguir com a qualidade da franquia. Será que consegue? É o que veremos agora, em mais uma análise do Pizza Fria!
Mexe e remexe
Pois olhem só quem temos por aqui. Se não são nossos queridos leitores. Sentem-se em volta deste caldeirão totalmente seguro e idôneo que tenho a minha frente. Não reparem o calor, estou cozinhando algumas receitas secretas de minha família. O quê, jogar vocês aí dentro? Que absurdo! Não fale essas bobeiras. Já temos a quantidade exata de pessoas.
Realizei um outro experimento, mais cedo, que rendeu bons frutos. Misturei algumas páginas de uns textos antigos que encontrei guardados em casa, em umas caixas velhas de madeira cheias de terra, com alguns animes e voilá! Após uma explosão monumental de arco-íris e fumaça (que destruiu minha sala de estar, por sinal) obtive o código para nosso jogo da vez: Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream.
Falemos de Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream, então. O título nos coloca no controle de Sophie, alquimista extraordinária e aventureira nas horas vagas. E, caso o título não deixasse bem claro, se trata de nossa destemida protagonista. Ela deseja aprimorar seus conhecimentos sobre a velha arte e, de quebra, ajudar sua amiga Plachta a encontrar seu verdadeiro corpo.
Plachta, que vive dentro de uma boneca, sonha com uma árvore e convence Sophie de que o mais adequado seria, de fato, procurá-la. Ainda que a sabedoria popular brasileira diz que sonhos desse tipo podem ser interpretados para inspirar nossos jogos de loteria e tudo mais, nossas duas aventureiras decidem sair procurando a dita cuja. E a encontram! Mas, acabam sendo sugadas por ela e transportadas para um outro mundo. Quem nunca, não é mesmo?
Sophie acaba indo parar no mundo de Erde Wiege. Ela não conhece nada nem ninguém, e sua amiga se foi. Contudo, esse lugar serve de casa para uma outra versão de sua querida e conhecida Plachta. Quem é ela, de onde veio. Onde está a original? Essas são algumas das perguntas que embalam a trama do jogo, que também envolve a existência do próprio lugar, criado pela Deusa dos Sonhos, e de como elas podem retornar para casa.
Para aqueles que, como eu, não sabiam, Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream é parte de uma franquia maior chamada Atelier, composta por uma quantidade considerável de títulos, alguns com sua história própria. Como o nome sugere, esse é o segundo da linhagem Sophie. O legal, aqui, é que temos uma opção de assistir um “resumão” do primeiro título, para facilitar a compreensão e nos deixar mais por dentro do universo e personagens que o habitam. Foi algo que me agradou bastante.
Agora, falemos sobre um dos carros chefe de Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream. A alquimia! Por curiosidade, pesquisei um pouco sobre a definição e história da arte e encontrei uma citação interessante, que compartilharei com vocês aqui, explicando um pouco sobre a definição do termo. E quem pode dizer que Pizza Fria não é cultura? Vejamos:
É impossível dizer-se onde, quando e como surgiu a alquimia. Suas origens são várias, imprecisas, difusas e discutíveis. São várias também as versões sobre a etimologia da palavra alquimia. Parece referir-se ao Egito (Khem ou khan, nome antigo do Egito) e o artigo definido árabe “al” dando-al-chimia, (a terra negra). Parece também prover da raiz grega chemeia, do egípcio chem, negro, que pode referir-se à terra negra (Egito), ao negro da oxidação dos metais ou ao negro, cor sagrada dos sacerdotes egípcios que como tintura a preparavam secretamente, daí o termo “Arte Negra” como arte do aperfeiçoamento em busca do divino. VARGAS (2017). Revista Junguiana, vol 35, n° 2
Fascinante, não é? Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream coloca a alquimia como mecânica central, tanto na exploração de mapas em busca de reagentes quanto em sua combinação para criação e itens e outras maravilhas. Mas, felizmente, o processo é um pouco mais simples do que se fazia antigamente. Supostamente, de todo modo.
Em um determinado momento, logo no comecinho do jogo, Sophie ganha acesso a um Ateliê. Nele, podemos fazer uso de ferramentas e outras coisas do tipo para criar itens, e é aí que entra a mecânica mais única, a meu ver, do jogo. Pegamos itens que ganhamos em combate e exploração e colocamos em um tipo de tabuleiro, no qual cada tipo de elemento e combinação é representado com uma peça.
O sistema é meio complexo de entender, no começo, e me senti um pouco confuso. Mas, com a prática, vi que nem é tanto assim. É divertido e ajuda a passar o tempo, além de nos dar uma boa vantagem ao utilizar o que criamos. E é bom que o seja, afinal, pois é algo que faremos durante um bom tempo de nossa experiência com Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream.
A outra parte da jogabilidade é focada em exploração e combate, que se dá em um sistema de turno clássico de JRPGs. Mas, com um pequeno remexido: a divisão de personagens em linha de frente e de trás, e a possibilidade de realizar ataques simultâneos. Ou dividir o dano de um ataque recebido, coisas do tipo. Achei bem interessante, e ajuda a dar uma singularidade ao conjunto da obra.
Sons e Visuais
Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream tem a cara de um JRPG, para o bem e para o mal. Os personagens são um pouco genéricos, parando pra pensar, e os cenários não são de cair o queixo. Mas, os gráficos são bem feitos e o título conta com uma mecânica que nos permite controlar o tempo de cada mapa, o que traz variedade aos visuais. Mas, ao fim e ao cabo, o título consegue criar uma identidade única para si.
O departamento sonoro não me decepcionou, e achei as vozes, músicas e sons bem divertidos e de acordo com o que o título se propõe. Algumas das trilhas ficaram em minha mente após jogar, e consegui rir de alguns diálogos e com as expressões e emoções nas vozes de nossa querida protagonista e sua trupe de desajustados.
Vale a pena jogar Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream?
Hora das considerações finais sobre Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream, então. Vamos lá, ele é um JRPG clássico, com uma história até que interessante e personagens que não temos muitos motivos para odiar. É um pouco padrão, mas achei legal e foi o suficiente para manter minha atenção de hamster enquanto jogava.
A menina dos olhos, aqui, é o sistema de criação de itens por alquimia. Ele é confuso no começo, e a interface poderia ser melhor, mas com o tempo você acostuma. E, também, vê como pode ser profundo e divertido. No restante, o sistema de controle de clima dos mapas ajuda a variar e tirar o tédio da exploração (que é muita, porque precisamos de muitos reagentes para criação) e o combate é divertido. O comando para ataques conjuntos e ações utilizando as duas linhas de frente é interessante e ajuda a variar nos embates, também.
Salvo isso, apenas tive alguns problemas com a câmera em certos momentos. Ela é um pouco selvagem, e tem o hábito de girar e tirar o foco do que queremos em determinados momentos. Mas, no frigir dos ovos, devo dizer que Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream me divertiu. Se você curte JRPGs, caro leitor, vai ver valor aqui. Recomendo.
Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4 e PC, via Steam. No Metacritic, o game conta com média de 82 pontos no Metacritic na versão avaliada.
*Review elaborada em um PlayStation 4, com código fornecido pela Koei Tecmo.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Matheus Jenevain, Pizza Fria
Atualizado em 28 Abr 2022.