Dead Cells: Return to Castlevania é um DLC lançado para o agradável Dead Cells baseado em nosso amado, querido e venerável Castlevania. Trazendo cenários, inimigos, armas e personagens da saga clássica da Konami, o pacote faz uma mescla entre o conteúdo do jogo base com tudo de bom que há na série que, em boa medida, inspirou sua criação. Quem diria, não é mesmo?
E aí, será que vale a pena desbravar essa noite? É o que veremos agora, em mais uma análise do Pizza Fria!
Que maravilhosa noite para se ter um conteúdo adicional
Ho ho ho, leitores e leitoras das trevas. Sinto aquela velha dor nos calcanhares, estou usando minha capa favorita e meu controle em forma de crucifixo está carregado. Isso só pode dizer uma coisa: temos um metroidvania em mãos! E o tempo frio fará minhas juntas doerem novamente! Agradeço com fervor ao criador pelo primeiro, ao mesmo tempo que praguejo vigorosamente pelo segundo. Tal é a vida, suponho.
Como nosso assunto de hoje se trata de uma expansão, não me alongarei muito falando sobre o jogo base. Aos não que o conhecem, digo duas coisas: primeiro, faz quantos anos que vivem dentro de uma tumba ou embaixo de uma pedra? Dead Cells é um dos metroidvanias de maior sucesso desses últimos tempos! Segundo, o título pode ser facilmente indicado para quem gosta desse estilo e, principalmente, para os que curtem um bom roguelite. Podem jogar sem medo, recomendo fortemente.
Feita essa pequena introdução, vamos ao que interessa de verdade. Dead Cells: Return to Castlevania fez algo que nunca pensei antes, lançar um conteúdo oficial de peso inspirado no jogo que criou o estilo que ele se baseia para começo de conversa. Confuso? Nem tanto. Até onde sei, há um consenso de que Castlevania Symphony of the Night, abençoado seja, iniciou toda essa família dos metroidvanias. A mesma a qual nosso querido título de hoje pertence. Que honra, não é mesmo?
A trama de Dead Cells: Return to Castlevania funciona mais ou menos assim: nosso protagonista cabeça de fósforo, em mais uma de suas centenas de idas e vindas pela ilha prisional na qual se encontra no momento, dá de cara com ninguém mais, ninguém menos, que nosso chegado Alucard. Em toda sua honra, beleza e glória. Ele nos informa que o velho D ressurgiu das cinzas pela enésima vez e que apenas nós podemos impedir seus planos nefastos. Que coisa, não é mesmo?
Para isso, passaremos por áreas já conhecidas do jogo base e mais dois cenários baseados na franquia, com direito a logomarca de introdução tal qual em Castlevania Rondo of Blood, até poder matar o crápula de uma vez por todas. Ou até ele ressurgir novamente, de todo modo. Tudo isso enquanto encontramos outras caras conhecidas da série como Richter Belmond, Maria Renard e até a Shanoa, de Order of Ecclesia! Ah, e podemos desbloquear skins para jogarmos com todos estes. De fato, dá quase para ter a sensação de estar realmente jogando um Castlevania padrão.
Fiquei encantado de ver como Dead Cells: Return to Castlevania injetou seu estilo próprio, seja visualmente ou em diálogos e armas, na mitologia de Castlevania. Tudo casa bem, o humor característico do título não parece forçado quando colocado contra figuras mais taciturnas como nosso mano Alucard e tudo cai como uma luva. Como fã da série me vi feliz do começo ao final.
Não me delongarei tanto na jogabilidade de Dead Cells: Return to Castlevania devido ao fato de ela se manter a mesma do Dead Cells que já conhecemos. Exploramos diversos mapas gerados aleatoriamente enfrentando inimigos e chefes até chegar no vilão final. Ao longo do caminho, coletamos almas que podemos utilizar para comprar novos itens que aparecem em cada uma dessas nossas tentativas.
Mas, morrer significa perder tudo que conseguimos até o momento que não foi gasto nos mercadores que ficam na transição de um cenário, ou bioma, até o outro. Temos uma quantidade considerável de armas e equipamentos, agora com itens clássicos como a espada e escudo de Alucard ou o gato de Maria, e uma variedade tal de itens que garante que nenhuma tentativa de completar o jogo seja igual a outra.
A adição maior vista nessa DLC são os inimigos, biomas, chefes e skins baseados em Castlevania. Vamos enfrentar aqueles esqueletinhos maravilhosos com lançam ossos em nossas cabeças, buels (as cabeças de leão que rodam para cima de nós), mermans cuspidores de fogo, harpias voadoras. Compraremos itens com o bibliotecário de Symphony. Usaremos chicotes, espadas, escudos e tudo mais. Novamente, um deleite para qualquer fã.
Contudo, não pense que Dead Cells: Return to Castlevania é descartável para quem não possua amor pela franquia. Tudo isso que falei acima enriquece ainda mais o conteúdo já existente, independente do fato e você possuir apenas a versão padrão ou qualquer combinação do jogo base e suas outras DLCs. Inclusive, a forma que o título integra suas expansões faz com que tudo pareça um grande conjunto, muito coeso e bem conectado.
Sons e Visuais
Dead Cells: Return to Castlevania tem visuais impressionantes, ponto. Dead Cells já tem um charme inegável, mas misturá-lo com Castlevania gerou algo realmente único. Novamente, é interessante notar como conseguiram criar um estilo que lembra as duas franquias, mas sem tirar a personalidade de nenhuma. Principalmente nossos biomas exclusivos da DLC. O castelo de Drácula é um mimo, não devendo em nada para suas encarnações anteriores.
A trilha sonora é deliciosa, sem mais. Versões remasterizadas de músicas clássicas da série, como Vampire Killer e Dracula’s Castle, ajudam a embalar a quebradeira contra as forças da noite. Fiquei realmente impressionado com o trabalho geral, principalmente pelo fato de conseguirem remixar músicas tão icônicas de uma forma que tanto honra e celebra a versão original quanto imprime a cara de Dead Cells em suas batidas. Chique demais.
Vale a pena comprar Dead Cells: Return to Castlevania?
É tempo, leitoras e leitores! Vamos eliminar a noite! Ou, ao menos, analisar o que falamos até agora para tentarmos decidir se Dead Cells: Return to Castlevania vale nosso dinheirinho ou não. Relendo o que falamos, notei que mal apontei pontos negativos da experiência. E, de fato! Dead Cells já é um jogo excelente, fornecendo uma base sólida. E a DLC aproveita disso para oferecer uma quantidade significativa de conteúdo curado e bem feito.
Temos novos biomas (embora apenas 2 com maior exploração, o que é uma pena), 3 novos chefes, uma penca de novas armas e itens, skins, inimigos, músicas, enfim. Uma boa quantidade de conteúdo. Mais do que tudo, Dead Cells: Return to Castlevania é uma carta de amor aos fãs da série, honrando com louvor os jogos que deram origem ao nosso querido metroidvania. E, de certa forma, o jogo cria uma versão roguelite de Castlevania, de quebra. Precisamos dizer mais?
Ao fim e ao cabo, leitores e leitoras, sejam fãs da série Castlevania ou não, Dead Cells: Return to Castlevania é uma DLC de peso. Vale cada centavo e segundo despendido explorando suas novidades e lutando contra suas aberrações. Eu gostaria de mais biomas, mas tudo que é oferecido é feito com tanto esmero que esse pequeno revés pode ser facilmente ignorado. Temos uma oferta excelente de conteúdo, feita com carinho e por um preço camarada. Precisamos pedir algo mais? Podem jogar sem medo, garanto que irão aprovar. Recomendo fortemente.
Dead Cells: Return to Castlevania está disponível desde o dia 6 de março para PC, via Steam e Epic Games Store, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch. Para acessar Return to Castlevania, é necessário possuir o jogo base.
*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce GTX, com código fornecido pela Motion Twin.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Matheus Jenevain, Pizza Fria
Atualizado em 24 Abr 2023.