Elden Ring é um dos lançamentos mais esperados para 2022. O novo game do já consagrado gênero souls-like, contará com a parceria entre duas das mentes mais geniais quando o assunto é universos de fantasia, Hidetaka Miyazaki, criador da franquia Dark Souls, e George R. R. Martin, a mente por trás dos livros que deram origem à premiada série de TV Game of Thrones. Desde o anúncio do título na E3 de 2019, os fãs ficaram intrigados e com uma alta expectativa, pois de acordo com a desenvolvedora, este seria a obra mais ambiciosa do estúdio.
Entretanto, após o anúncio do game, ele acabou desaparecendo por um bom tempo, situação está que acabou gerando dúvidas e até mesmo certa preocupação sobre o desenvolvimento do título. Felizmente, este ano finalmente tivemos a volta triunfal do game, com um gameplay que logo mostrou tudo que os fãs esperavam. Uma jornada desafiadora, com uma narrativa intrigante e misteriosa, e a novidade que agora o game será ambientado em um mundo aberto.
Assim sendo, foram reveladas novas informações sobre Elden Ring, e até mesmo um trailer de jogabilidade, no qual formos informados que alguns jogadores que se cadastrassem no site oficial poderiam ter acesso a uma versão beta do game. Infelizmente, nós não fomos selecionado para os testes antecipados, mas um leitor do Pizza Fria nos forneceu acesso ao teste, na versão de PlayStation 4.
Consegui testar o aguardadíssimo Elden Ring por cerca de 3 horas e ter um vislumbre se ele realmente entrega o que promete. Bom, eu já adianto que ele não só cumpre tudo o que propõe mas vai além, pelo menos, neste beta. Assim sendo, chegou a hora de contemplar um pouco do que título promete nos entregar quando chegar oficialmente no ano que vem.
Elden Ring está sendo desenvolvido pela FromSoftware e será lançado no dia 25 de fevereiro de 2022 para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC. O jogo suportará Smart Delivery em consoles Xbox, assim como uma atualização gratuita para o PS5 para jogadores que comprarem a versão de PS4.
Classes iniciais
Durante a beta de Elden Ring, era possível escolher 1 entre 5 classes. As disponíveis eram: Guerreiro, Campeão, Cavaleiro Encantado, Profeta e Lobo Sangrento. Eu escolhi o Lobo Sangrento, pois o foco dela é ataques com espada, porém auxiliado de uso de magia. Portanto, o personagem pode atacar usando sua espada, entretanto, também lanças alguns ataques mágicos. O poder que já vem equipada é uma que envolve invocar um relâmpago com a espada.
Portanto, está skill acaba sendo altamente útil para enfrentarmos inimigos de uma distancia segura. Entretanto, este modo de ataque acaba sendo ineficaz contra criaturas voadoras ou que sejam muito rápidas, então é preciso atenção nesse detalhe. Adiante, irei me aprofundar mais sobre como foi a minha experiência ao jogar com o Lobo Sangrento, entretanto, já adianto que foi uma curta jornada que me agradou bastante, pois a classe apresentou um excelente equilíbrio entre ataques corpo a corpo e uso de magia.
Vislumbres da narrativa
Por está ser uma versão beta, ainda não fica muito claro os rumos que a narrativa do game irá seguir. Embora alguns digam que jogos deste gênero não possuem uma história profunda, eu discordo, pois desde Dark Souls 1 temos um storytelling interessante, porém contado de uma forma indireta. Pois, Hidetaka Miyazaki não conta suas histórias de maneira convencional, ele constrói seus mundos e descobrimos os acontecimentos por meio de diálogos com personagens, frases ditas por chefes antes de uma batalha ou até mesmo com acontecimentos subtendidos.
Isto dito, na beta de Elden Ring já fica evidente que a forma de contar a narrativa não será diferente aqui. Embora seja esperado cinemáticas explorando alguns elementos que estarão presentes, fica claro que para uma compreensão total, será preciso que o jogador explore e conversa com os NPCs. Portanto, durante a pequena parte do mapa que eu pude explorar, consegui encontrar alguns personagens bem intrigantes para conversar. Um deles se encontra ao lado de uma graça, como é chamado a “fogueira” do game. É possível encontra-lo assim que saímos para o mundo aberto e ele nos explica um pouco de como aquele local funciona.
Outra personagem importante que encontramos é a Melina. Ela aparenta ser um espirito e se oferece um acordo para auxiliar nosso personagem e fortalecer nossas habilidades fazendo o uso de runas, desde que a ajudemos a chegar em uma arvore misteriosa. Sua aparição foi breve, entretanto foi o suficiente para acender a minha curiosidade sobre sua função na narrativa, além de fortalecer o Maculado.
Embora tenhamos poucos diálogos nesta versão de testes, fica evidente a influência de George R. R. Martin na narrativa, pois, cada dialogo tem um significado e algo a agregar naquele universo, nada é dito em vão e este é um aspecto que eu espero que se mantenha na versão final do game.
O mundo aberto de Elden Ring
Uma das grandes novidades do game é que agora teremos um grande mundo aberto para ser explorado. A promessa da desenvolvedora, é que os jogadores poderão explorar um vasto mundo cheio de perigos ocultos e altamente desafiadores. Eu fico feliz de dizer que é exatamente está a experiência que foi entregue aqui. Logo que saímos para o ambiente aberto, podemos escolher o caminho que iremos seguir, uma sensação que me lembrou bastante Skyrim (pensou que eu ia dizer BOTW né?), pois, temos um sentimento de liberdade no qual é possível escolhermos qual caminho seguir.
Logo a frente, enquanto pensava qual local eu iria primeiro, avistei um chefe opcional, um cavaleiro dourado. Portanto, decidi que a minha primeira ação neste vasto mundo seria derrotar aquele inimigo. Assim sendo, foi exatamente isto que eu fiz….. depois de morrer pra ele incontáveis vezes é claro.
Durante minha experiência, eu foquei bastante em explorar cada canto do mapa atrás de segredos. Esta escolha foi altamente recompensadora, pois consegui encontrar diversos itens interessantes, como recursos para craft de itens, utensílios mágicos para auxilio em combate e claro, chefes opcionais escondidos. Em determinado momento, eu entrei em uma caverna que parecia não levar para lugar nenhum. Entretanto, eu estava errado, pois no final do trajeto encontrei um chefe em formato de um grande lobo que proporcionou uma das melhores batalhas presentes nesta beta.
Além disso, outro novidade é que teremos o poder de invocar um cavalo espiritual para nos locomovermos pelo mundo. Ele pode ser invocado a qualquer momento e podemos usa-lo até mesmo durante a batalha contra alguns chefes.
Por exemplo, o cavaleiro dourado que citei acima, se torna menos desafiador se o enfrentarmos em cima do nosso cavalo, pois podemos franqueá-lo facilmente desta forma. No mapa, também teremos alguns locais de saltos espirituais, no qual ao passarmos com nossa montaria, fará com que o cavalo de um super salto, recurso este que pode ser usado para nos locomovermos mais rapidamente.
Chefes variados e com visuais excepcionais
Me surpreendeu bastante a variedade de chefes presentes nesta versão de testes. Pois, estavam presentes diversos confrontos opcionais altamente desafiadores que exigiam que o jogador escolhesse a melhor forma de abordagem. Portanto, durante a minha jornada eu encontrei o cavaleiro dourado, um chefe em formato de lobo, um grande dragão e por fim, Margit, sendo que este ultimo é o chefe principal desta beta.
Destes citados, Margit foi o que mais se destacou. Pois, lutar contra ele é altamente desafiador, principalmente se o jogador não tiver upado o seu personagem corretamente no começo. O inimigo possui ataques variados e que vão mudando ao decorrer do confronto, sendo que será necessário atenção para desviar dos ataques e atacar no momento correto. Além disso, também é preciso ficar atento as beiradas do mapa, pois embora o game permita que o protagonista caia de lugares relativamente altos sem sofrer dano, isto não acontece ao enfrentar um boss.
Uma jogabilidade altamente fluída, mas com um desafio que equilibra
Sempre que um novo game da série souls é revelado, temos os mesmos tipos de comentários se questionando se a jogabilidade mais fluida não irá tornar o game mais fácil. Bom, isto nunca aconteceu e não será desta vez também. Pois, embora o gameplay seja responsivo, o desafio aqui proposto pelos inimigos comuns, como criaturas espalhadas pelo mundo e claro, os chefes, acaba equilibrando as coisas.
Falando nisso, o gameplay de Elden Ring não foge muito do que foi apresentado em títulos anteriores da FromSoftware. Podemos andar, correr, andar abaixado e agir em stealth em alguns momentos, fazer ataques corpo a corpo, atacar usando magia, pular para chegarmos em locais mais altos e explorar o mundo usando nossa montaria. No geral, o meu sentimento é que eu estava jogando um Dark Souls 3, porém com novidades que tornam a experiência mais gratificante.
Em relação as “fogueiras” do título, aqui chamadas de graças, elas apresentam algumas novidades. Primeiramente, sempre que o protagonista morre (normalmente a cada 5 minutos), podemos escolher se iremos renascer no ponto de graça ou em um checkpoint mais próximo daquele local. Este sistema acaba facilitando um pouco a locomoção pelo mapa, mas não pense que isso deixa tudo menos desafiador, pois mesmo que possamos renascer mais perto do objetivo, todos os inimigos ao redor irão aparecer novamente. Outro uso recorrente das graças é em relação aos upgrades do personagem.
Portanto, sempre que matarmos inimigos ou chefes, iremos ganhar runas que poderão ser usadas para fortalecermos atributos do nosso protagonista, como força, HP, magia e muitas outras. É importante ficar atento, e sempre gastar estes pontos, pois ao morrermos perdemos todos eles. Claro, sempre é possível ir lá e recuperar as runas perdidas, mas nem sempre o trajeto até lá será fácil, principalmente se for no período noturno.
Ciclos de dia e noite
Elden Ring apresenta ciclos de dia e noite. Portanto, o tempo passa no game, sendo que ao acessarmos a graça, podemos escolher em qual horário do dia queremos jogar. É importante dizer que eventos dinâmicos acontecem dependendo do período em que estamos jogando. Assim sendo, quando a noite chega, podemos encontrar novas criaturas e desafios que não estavam presentes ali durante o dia.
Além disso, o título apresenta um sistema de clima dinâmico. Durante nossa exploração pode começar a ventar, chover e até mesmo acontecer uma tempestade. Isto muda totalmente a situação de uma batalha, principalmente ao lutarmos contra chefes. Em determinado momento do game, eu estava lutando contra um dragão. E, então, começou a chover de repente e a minha visão do inimigo foi prejudicada fazendo com que o meu personagem morresse. Este elemento torna as batalhas únicas em Elden Ring e foi uma adição muito bem vinda.
Visuais e trilha sonora
Os visuais de Elden RIng cumprem a sua proposta. Não temos aqui gráficos de nova geração, entretanto, o game compensa com o incrível design de ambientes e chefes. Durante a beta, podemos explorar segmentos de um castelo em ruinas, grandes cavernas e até mesmo uma praia. Cada um destes locais apresenta visuais únicos e criaturas que podem ou não ser uma ameaça para o jogador.
A trilha sonora é composta pela talentosa Yuka Kitamura, compositora que está presente nos games da FromSoftware desde Dark Souls. Bom, apenas dizer este fato já deixa evidente que podemos esperar uma trilha épica e que irá arrepiar o jogador ao jogar o game. E foi exatamente isto que aconteceu.
Nos momentos de grandes batalhas contra chefes, uma trilha pesada se inicia, sendo que me surpreendeu que cada chefe possui sua própria música, inclusive os opcionais, este foi um detalhe que eu apreciei. Além disso, ao explorarmos os cenários no mundo aberto, temos uma trilha mais suave de fundo que fortalece o sentimento de imersão naquele mundo fantasioso.
O frame pacing voltou para nos assombrar
Infelizmente, Elden Ring apresentou novamente um problema de desempenho já conhecido pelos fãs de Bloodborne, o frame pacing. Este problema é causado por um atraso na distribuição dos quadros por segundo, o que faz com que tenhamos um sentimento de input lag em alguns comandos. Está questão não chega a incomodar tanto quanto em Bloodborne, entretanto, na minha gameplay em um momento especifico ficou praticamente injogável. No segmento que eu estava lutando contra o dragão, começou a chover, isso fez com que o game apresentasse algumas quedas de FPS, situação está que tornou o frame pacing problemático altamente perceptível.
Eu acredito que este problema será corrigido ao jogar em 60 FPS nos consoles de nova geração ou PC. Entretanto, considerando que Bloodborne até hoje apresenta está situação, acredito que os players da geração passada devam ficar atentos nesta questão.
Frame pacing a parte, Elden Ring não apresentou nenhum outro problema, a experiência foi altamente fluída, sendo que apenas senti que os loadings entre cenários demoravam um pouco demais, porém, isto pode ser apenas uma percepção minha.
O que esperar de Elden Ring?
Elden Ring entregou nesta beta tudo que prometeu. Uma verdadeira experiência souls-like, porém elevada ao máximo com uma narrativa interessante e promissora, um mundo genuinamente surpreendente e visualmente bonito, além de claro, uma gameplay desafiadora e que recompensa os esforços do jogador a cada avanço feito.
Além disso, temos aqui o game mais ambicioso feito pela FromSoftware, e que tem tudo para se tornar um marco na série e no mundo dos games. Portanto, os jogadores podem esperar que em 25 de fevereiro de 2022 quando o game for lançado, se o título entregar tudo que foi prometido e demonstrado nesta beta, teremos um dos grandes nomes para o Game of The Year.
*Preview elaborada no PlayStation 4 padrão.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Leandro Paiva, Pizza Fria
Atualizado em 16 Nov 2021.