Desde que Godfall, game da Counterplay Games e da Gearbox Publishing foi anunciado oficialmente para PlayStation 5 e PCs, via Epic Games Store, havia uma certa expectativa para o looter-slasher. Afinal de contas, ele trazia consigo os primeiros ventos da nova geração de consoles e ainda chegaria aos PCs. No entanto, embora seja um jogo brevemente divertido e visualmente bonito, peca em alguns pontos que observaremos em mais uma análise do Pizza Fria!
O início de Godfall
Logo ao iniciarmos o jogo, somos colocados diante de uma cinemática belíssima, que tenta minimamente contextualizar o jogo, que basicamente consiste em uma briga de irmãos, onde Macros, seu rival, é amparado por capatazes que você terá que matar ao longo da jornada. No entanto, no decorrer da aventura, a coisa vai perdendo profundidade. Na aventura de Godfall, encarnamos Orin, o último dos cavaleiros Valorians, uma ordem de mestres divinos capazes de vestir as Valorplates, que consistem em armaduras lendárias que tornam seus respectivos usuários em mestres imbatíveis do combate.
Após a apresentação, incorporamos nosso guerreiro e vamos em busca dos objetivos, que são explicitados ao longo do caminho. Nesse ponto, senti logo de cara a falta de um salvamento durante as tarefas. Ou seja, ficamos à mercê de checkpoints, o que pode frustrar um pouco o avançar da história. Ao concluirmos essa parte inicial, conhecemos a Seventh Sanctum, que guia Orin, o protagonista do jogo. No The Sanctum, que funciona como uma espécie de QG, podemos forjar e encantar outras Valorplates, armas e itens utilizáveis, além de termos contato com o menu de missões.
As missões e os reinos
Sinceramente, aqui começa a desandar o negócio. As missões de Godfall, que se dividem em três reinos distintos, são repetitivas e pouco dialogam com uma narrativa sólida. Basicamente, elas consistem em matar chefes, hordas de inimigos, destruir algumas coisas e é isto. No início, poder experimentar o sistema de lutas é divertido. Porém, com o tempo, a coisa fica um tanto quanto sem graça. Simultaneamente ou após a conclusão das tarefas, você pode circular pelos mapas atrás de loots melhores. No entanto, diferentemente da moda dos mapas gerados de forma procedural, em Godfall, eles são fixos. Sendo assim, você poderá consultar a grupos e outras fontes para descobrir como abrir aquele baú complicado.
Já os mapas do jogo são bem desenhados, mas também são repetitivos e perdem logo a “magia”. Ao explora-los repetidas vezes para concluir missões e buscar itens, parece que a coisa vai ficando cada vez mais enjoativa, tirando assim um pouco do brilho do jogo.
Qualidade gráfica e um pouco mais sobre a gameplay
Os gráficos de Godfall são bonitos. Todavia, esperava mais para um jogo que foi vendido como a “porta de entrada” da nova geração. Em alguns momentos, me senti incomodado com o tanto de informação que surge na tela a partir das batalhas. Muito brilho, muita coisa. É um pouco exagerado. Atrapalha o jogo? Não necessariamente, esbarrando mais em questão de gosto. Porém, ao lutarmos contra muitos inimigos, esse tanto de informação acaba dificultando a visibilidade das setas que apontam quando inimigos que estão atrás de nós irão atacar. Em um deslize, você pode ser derrubado e linchado, sendo esse um detalhe importante encoberto pela gama de informações das lutas.
Ainda sobre a luta, ela é a parte mais divertida de Godfall. Não é difícil de aprender, tem alguns problemas, mas ainda consegue manter uma consistência positiva. Graças a ela nos prendemos ao jogo. Controlado por uma câmera em terceira pessoa, o protagonista conta com golpes fortes, fracos, algumas habilidades, defesa (parry) e o desvio de ataques. Godfall conta com diversas mecânicas de combate, indo ao gosto dos jogadores, juntamente com as armas utilizadas. Podemos escolher as que mais se adequam ao nosso estilo e destroçar nossos inimigos. De espadas duplas a martelos de guerra, podemos variar, juntamente de uma árvore de habilidades e Valorplates variadas, que contam com diferentes bônus.
Já a variedade de inimigos é relativamente pequena. Mesmo assim, eles são bem elaborados, variando de estilo e trazendo alguma dificuldade. Por exemplo, a forma como um inimigo com escudo age é completamente diferente da de um mago, que pode lançar bolas explosivas ou buffs aos seus companheiros. Neste ponto em especial, devemos adequar nossas táticas, escolhendo em quem bater primeiro. Já os chefes e sub-chefes contam com poderes especiais e características ainda mais arrojadas, dificultando ainda mais a nossa vida. Mas Godfall não passa disso e, como dito acima, com o tempo, vai perdendo a força.
Tal força até poderia ser mais bem explorada no modo coop, que suporta até 3 jogadores, mas nem assim o jogo parece melhorar, mantendo a mesma experiência, só que com amigos. Aliás, o endgame do jogo conta com o modo Dreamstones, que consiste em levar o personagem ao limite de nível 50. Para isso, o modo acaba utilizando as missões jogadas da campanha, mas com algumas modificações pontuais, sendo algumas aleatórias, mas insuficientes para prender o jogador.
Vale a pena comprar Godfall?
Contando com menus confusos e uma jogabilidade que até começa divertida, mas que acaba por entregar repetições constantes em suas missões e mapas, Godfall é um jogo que pode ser considerado ok. E é isso. Positivamente, o título apresenta belos gráficos, um sistema de combate, armas e habilidades bem variado, mas a diversão da pancadaria acaba perdendo força por conta da história pouco empolgante. A emoção que cutscene inicial apresenta é logo dissipada em um jogo que sofre com a dificuldade de prender a atenção do jogador.
Para piorar, o game não possui nenhuma localização em nosso idioma e chega com um preço assustadoramente alto, até mesmo para os jogos de computador, que normalmente são mais baratos. Godfall custa a partir de R$ 199,90 na Epic Games Store e R$ 349,90 na PlayStation Store. Na minha modesta opinião, não vale o que custa.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela Gearbox Publishing .
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Álvaro Saluan, Pizza Fria
Atualizado em 7 Mar 2021.