Desde o anúncio de Immortals of Aveum, game da Electronic Arts e da Ascendant Studios lançado para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC, via EA App, Steam e Epic Games Store, fiquei curioso. A proposta parecia ser muito interessante e, para melhorar, o shooter mágico em primeira pessoa foi desenvolvido com a Unreal Engine 5.1, motor gráfico que promete revolucionar os gráficos dos jogos, que teve seu momento de hype com The Matrix Awakens, uma espécie de teste deste novo motor.
A ideia de nos levar para um universo de fantasia com uma história original de fato parece ser tentadora e divertida. Contudo, será que o jogo entregou minimamente o que tanto prometeu? E sobre os gráficos, será que a nova geração conseguiu “tankar” a potência da Unreal Engine 5.1? Pois bem, esses e outros detalhes serão analisados aqui, no Pizza Fria!
Os Imortais de Aveum
Bem, a narrativa de Immortals of Aveum é bem interessante, nos levando pra um mundo de fantasia bem bonito e cheio de conflitos. E quando digo conflitos, é realmente esse o ponto central do jogo, que vive a chamada “Guerreterna”, que já diz tudo pelo nome. No título, observamos a guerra e todo o caos trazido por ela pela perspectiva de Jak, personagem extremamente carismático e, talvez, um dos pontos mais interessantes do jogo. O personagem é interpretado pelo ator Darren Barnet, que também atuou no filme de Gran Turismo.
Durante o início do jogo (não darei spoilers, prometo!), conhecemos melhor o personagem e seus aliados. Contudo, a Guerreterna chegou a sua vida, mudando praticamente tudo. De um cara simples, Jak se transforma em um Imortal, uma espécie de entidade que controla poderes mágicos. E em meio a toda essa história, conhecemos o que motiva a guerra e os personagens por trás dela. E o destaque fica em Sandrakk, o grande “vilão” do jogo. Ele é conhecido como o “Tirano de Rasharn”, por atacar por diversas vezes o reino de Lucium, de forma totalmente brutal. E bem, Lucium é o reino natal de Jak e enfim… o resto é bom ver ao jogar.
De uma forma geral, a história inédita por trás de Immortals of Aveum é ótima, colocando diversos aspectos morais e sociais como pauta. A desigualdade entre reinos, a tirania e o desejo de poder a todo custo, por exemplo, são pontos constantemente citados ao longo dos diálogos e cenas cinematográficas. Aliás, cenas maravilhosamente bem feitas, sendo este outro ponto a ser destacado aqui. Concluindo, a narrativa do game é agradável e leve, misturando aspectos da ficção com um pouquinho das coisas da vida. Ah, e é claro, com um toque de humor, já que Jak e seus companheiros de jornada vez ou outra acabam fazendo uma graça. Aliás, Jak é um protagonista extremamente cativante.
Jak, o Imortal
Já apresentados ao personagem Jak, falemos agora do que é ser um Imortal. Aliás, não só um imortal, mas um Magnus Triarca, uma espécie rara de ser encontrada. Desta forma, nosso protagonista pode controlar todas as três cores de magia: azul, verde e vermelho. Cada uma delas conta com características únicas e que mudam toda a jogabilidade ao serem escolhidas. De maneira geral, a magia azul dá tiros à distância; a verde funciona como uma metralhadora de balas teleguiadas e a vermelha, focada em dano, serve como uma bela escopeta. Desta forma, temos aqui um shooter mágico. Sim… esta é exatamente a definição de Immortals of Aveum.
Desta forma, ao dominar e ir aumentando as habilidades passivas em uma árvore focada nas três cores, podemos ir aprimorando nosso personagem a um estilo que nos atenda melhor. Isto pode ser aprimorado também por meio de itens específicos como anéis, braceletes e variações de armamento. Desta forma, Immortals of Aveum não foge muito a regra do que estamos habituados a ver em outros jogos. E como dito acima, o que mais surpreende aqui é que o jogo é um shooter de magia. Pois de resto, temos combates, puzzles e as mesmas coisas que já conhecemos de jogos e lugares diferentes.
Uma parte interessante de Immortals of Aveum é a velocidade das lutas e as variadas possibilidades de se mesclar armas e habilidades, nos levando a dizimar hordas de inimigos de uma maneira divertida, mas com um bom nível de dificuldade. Aliás, o jogo apresenta várias dificuldades, que atendem aos variados tipos de jogador.
Concluindo, a jogabilidade de Immortals of Aveum não inventou nada de novo, mas consegue mesclar estilos de uma forma interessante e bem divertida. Neste ponto, gostei do jogo e achei alguns de seus puzzles bons para passar o tempo. No entanto, vejo que Immortals of Aveum é um jogo que nos convida mais para concluir a história do que para ficar rodando para lá e para cá sem muito objetivo. Afinal, ele tem uma certa linearidade, algo que acho interessante, nos poupando de dar muitas voltas em um mundo que nem é lá tão vivo assim.
Algumas quedas de quadros…
Levando em consideração os pontos citados, Immortals of Aveum tem tudo para ser um jogo bom, certo? Não necessariamente. Uma das situações mais criticadas nas redes sociais é que o título não executou em bom desempenho em boa parte dos computadores, exigindo um nível absurdo de hardware para rodar de maneira mais bem consolidada. Porém, nossa review foi feita em um PlayStation 5 e, sinceramente, o jogo até que roda legal, mas peca por ter em diversos momentos a famigerada queda de frames. Sim, senhoras e senhores, Immortals of Aveum dá uma fraquejada nos consoles, e isso pode ser um ponto muito negativo para alguns. E faz sentido.
Em momentos com mais personagens ou animações mais rápidas, o jogo simplesmente tem uma queda ou outra de quadros, mas não necessariamente compromete toda a jogabilidade. Todavia, é complicado ter esse exemplo da Unreal Engine 5.1 entre nós e não pensar no que o futuro nos guarda. Porém, pode ser que tudo seja bem diferente, mas precise de um pouco mais de tempo. Concluindo este ponto, Immortals of Aveum dá umas deslizadas no desempenho e, como entusiasta, me sinto meio que na obrigação de falar sobre este aspecto, mesmo que ele não comprometa a jogabilidade de forma radical.
As belezas de Aveum e outros pontos
Graficamente falando, Immortals of Aveum é um jogo bem bonito. Deixo aqui como destaque as expressões do protagonista, que parece ter tido todo um cuidado especial por parte da equipe de desenvolvimento. Este tipo de detalhe, que pode parecer meio banal, traz um ar diferenciado para o personagem. E isso meio que se estende para os outros. E, de uma forma geral, o jogo consegue transmitir uma certa naturalidade em seus mapas fantasiosos e nos NPCs. Outra coisa bem bacana é o design dos inimigos, que não são tão variados, mas contam com um nível de detalhamento bem interessante. Os vilões então, nem se fala. As armaduras, roupas e tudo mais… simplesmente lindos!
A questão sonora do jogo, como os ruídos, trilha sonora e barulhos das magias são bem condizentes com a proposta apresentada. Aliás, a dublagem de Immortals of Aveum é ótima, embora seja em inglês. Mas vale ressaltar que o jogo se encontra legendado para nossa língua materna. Fechando este ponto, Immortals of Aveum é um jogo bonito, com bons personagens, mapas e inimigos muito bem feitos. Talvez por isso tudo o título acabe dando umas engasgadas ao longo da jogatina. Afinal, existem milhares de partículas e detalhes mínimos que trazem todo um clima imersivo ao jogo.
Vale a pena comprar Immortals of Aveum?
Immortals of Aveum é um jogo legal. Não é nada surpreendentemente incrível, mas tem sim o seu mérito, mesmo com problemas como queda de desempenho ou eventuais bugs e glitches. Tudo isso faz parte e não torna o jogo da Ascendant Studios em algo impraticável… ao menos no PlayStation 5. Desta forma, Immortals of Aveum tem sim lá alguns méritos, mesmo não sendo lá uma grande joia. Particularmente, me diverti ao jogar. Acompanhar o carismático Jak e seus amigos é bem interessante. Na verdade, é leve, sabe? Um jogo singleplayer, onde você terá que enfrentar o mundo com amigos virtuais… não há nada melhor para um final de noite do que isso.
Assim, gosto de falar que Immortals of Aveum é um jogo daqueles bem tranquilos, no sentido de ter desafios, mas não arrancar seus cabelos como um soulslike. Além disso, mesmo com sua narrativa apontando algumas questões mais complexas, é um título que não te faz ter de ficar pensando demais. Bem, exceto se você quiser fazer um puzzle. Aí já é outra coisa… Ah, e antes que eu me esqueça, Immortals of Aveum não tem modo multijogador!
De toda forma, Immortals of Aveum é bacana, mas tem aqui um último problema: o preço. Para um jogo para apenas um jogador, ele está bem caro, e seria mais interessante comprá-lo em uma promoção. Afinal de contas, pagar mais de R$ 300,00 em um jogo na atualidade é algo cada vez mais complexo. Mas se você for uma fã do gênero, não o impediria de adquirir o jogo.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Electronic Arts.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Álvaro Saluan, Pizza Fria
Atualizado em 12 Set 2023.