IITORAH é um jogo de aventura 2D, no querido estilo metroidvania, desenvolvido pela Grimbart Tales e publicado pela Assemble Entertainment. Ele nos coloca no papel de Itorah, uma simpática garotinha que acorda sem memórias em uma floresta densa e povoada de toda sorte de perigos e coisas do gênero. Clássico! Além disso, o título tem uma pegada visual bem única.
Será que vale o uso de nosso tempo finito nesse grande globo azul? É o que veremos agora, em mais uma análise do Pizza Fria!
Arte em movimento
Ah, leitor(a). Bom vê-lo(a) por aqui novamente. Meu pensamento sábio de hoje, gratuito e totalmente excelente, é que o mundo é um lugar maravilhoso e cheio de maravilhas. É impressionante ver a grandeza de civilizações anteriores à nossa, e como eram capazes de criar construções e sociedades impressionantes, intrincadas e, devo dizer, avançadas.
E não digo isso com leveza. Afinal, acabei de comer quantidades cavalares de jujubas. Vejam bem, tive a oportunidade recente de visitar as ruínas de Tikal, uma cidade Maia localizada na Guatemala. Enquanto via a pirâmide do local, e me maravilhava com sua grandeza, uma pedra caiu em cheio na minha testa. E nela havia um código antigo, do jogo que vou falar agora: ITORAH.
ITORAH, como falei acima, é um metroidvania inspirado na cultura mesoamericana que conseguiu me cativar, devo dizer. A título de curiosidade, Mesoamérica é a região que compreende boa parte da América Central e da América do Norte, limitado ao México. Para os que quiserem ir além, recomendo o livro The Legacy of Mesoamerica: History and Culture of a Native American Civilization, escrito por Robert et. al. (1996). É uma cultura fascinante, composta por povos sem igual. Viram só? Pizza Fria também é cultura.
Como de praxe, vou levantar os pontos gerais da estória de ITORAH, para sabermos as motivações e tribulações de nossa intrépida aventureira. No começo do jogo vemos Itorah acordando perdida em uma floresta, sem saber o que aconteceu ou como foi parar ali. Mal sabe nossa protagonista, na verdade, que é uma das pessoas do mundo. Por quê, como? É isso que ela deve descobrir.
Pouco depois ela encontra um machado falante, divertido e ranzinza, que a acompanha nessa jornada. Ela também conhece outros seres mascarados que a ajudam e guiam, e vê sua jornada evoluir de uma simples busca pelo passado para uma luta pelo destino do mundo todo. Ocorre que há uma praga consumindo tudo, e ela é a única que pode fazer algo sobre isso.
ITORAH não vai quebrar nenhum molde com a história, nem explodir (figurativamente) nenhuma mente. Mas, é uma trama que serve bem como pano para a ação e me manteve suficientemente interessado sobre o que diachos aconteceu naquele universo, seus personagens e como tudo iria se resolver. Curti, e achei que serviu ao que se propunha.
Agora, passemos para a jogabilidade. Como falei, ITORAH se encaixa no molde de meus queridos metroidvanias. Com uma diferença interessante, que é a barra de energia. Nossa protagonista pode correr e rolar, mas esse recurso impede que o faça a torto e direito. Contudo, bater é uma ação sem custo. Que alegria! Ah, e permitam-me definir de forma resumida o que seria esse estilo metroidvania que tanto falo:
Tal qual outros jogos do estilo como Lost Ruins e Phoenotopia: Awakening (meu grande amorzinho), ENDER LILIES: Quietus of the Knights se encontra no estilo que chamamos de metroidvania. Ele se resume, basicamente, em uma exploração de plataforma com combate e habilidades que são destravadas ao longo do tempo que concedem acesso às novas áreas.Belmont, Passinho dos
Ou seja, basta pensar em meu eterno amor: Castlevania. Contudo, ITORAH não se encontra no rol dos mais complexos, ou desafiadores. Por exemplo, ele não chega nem perto do que vimos no mais recente Infernax, por exemplo. Mas não vejam como algo ruim, até porque a proposta de ITORAH é diferente, ao que me pareceu. É um jogo mais relaxado, artístico e, definitivamente, bem menos masoquista.
Essa simplicidade se transfere para a jogabilidade, de certa forma, através do combate. Ele é bem simples, e os inimigos não oferecerem muita resistência. Os chefes tendem a lutar um pouco mais, mas no geral é tudo bem tranquilo. Queria poder falar que é tudo devido à velha habilidade, mas sinto que ITORAH pegou leve comigo o tempo todo.
O mesmo pode ser dito das seções de plataforma, que compõe o resto da experiência. Elas são bem simples, mas muito divertidas. Ainda, o acesso à certas habilidades como pulos duplos conferem um pouco de complexidade extra que faz bem à experiência como um todo. Novamente, não é algo que vá te estressar demais, nem fazer com que tenha que aprender padrões de ataques de inimigos nem nada do tipo.
Fora isso, temos a exploração dos mapas em si. Eles são lindos, devo dizer, ainda que relativamente lineares. Como falei, não temos a profundidade dos castelos e reinos de outrora, mas isso não é, necessariamente, ruim. Todos os locais pelos quais passamos em Itorah são únicos e incríveis, então esse pormenor pode ser facilmente esquecido enquanto ficamos de queixo caído com o que vemos.
Gráficos e Sons
Dito de forma simples, ITORAH tem visuais simplesmente sensacionais. As animações são bem feitas e fluídas, as cores são vibrantes e bonitas, os personagens são cheios de personalidade e os cenários são um deleite. A inspiração mesoamericana é clara, e achei uma escolha muito acertada. Dá pra notar que os criadores estudaram sobre esses povos e sua cultura para basear os gráficos do jogo, e isso deve ser aplaudido.
A sonoplastia também agrada, principalmente com a trilha sonora. Os sons de combate, efeitos e afins são bons e desempenham seu papel. Mas são as músicas que se destacam aqui. São agradáveis aos ouvidos e pontuam bem os momentos que passamos, sejam de combate, exploração, tensão ou relaxamento. Me agradou, e acredito que cumpriram bem seu trabalho.
Vale a pena jogar ITORAH?
É a hora, leitor(a). Será que vai valer a pena jogar ITORAH? Bom, vamos fazer um resumão do que falamos até aqui. O jogo é um metroidvania, com uma pegada visual celebrando a cultura mesoamericana e uma jogabilidade mais fluída, focada em exploração e combate. Os visuais são lindos e, honestamente, valem por si só a experiência. Além disso, as músicas são um doce. E, pra fechar, temos legendas em português.
Os controles são bem responsivos e não fazem raiva. O jogo é bem fácil, e um tanto quanto linear. Isso pode ser um pequeno problema se desafio for o que estiver procurando, ou uma experiência mais aprofundada como visto em outros jogos do gênero. Não é nada que invalide o esquema, mas é algo que deve manter em mente.
Mas, ao fim e ao cabo, devo parabenizar ITORAH. Veja bem, caro(a) leitor(a). Temos um pacote fácil de recomendar aqui. Eu já diria, honestamente, que os gráficos e a trilha sonora já fazem valer a pena jogar. Somado disso, temos uma jogabilidade boa e relaxante, ainda que fácil. Mas que, nos fim das contas, é só alegria. Recomendo fortemente.
*Review elaborada em um PC equipado com AMD RX, com código fornecido pela Assemble Entertainment.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Matheus Jenevain, Pizza Fria
Atualizado em 11 Abr 2022.