Knight vs Giant: The Broken Excalibur é um roguelike de ação, com alguns elementos de RPG, desenvolvido pela Gambir Studio e publicado pela PQube. O título nos coloca nas ceroulas do rei Arthur, envolvido em mais uma de suas várias (des)aventuras. Contudo, dessa vez ele vai ter que lidar com alguns problemas bem maiores (piadas, piadas) que o habitual.
E aí, será que vale a pena tirar essa proverbial espada de sua proverbial pedra? É o que veremos agora, em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!
Pelas barbas do mago!
Poucos reis e cavaleiros foram tão citados e adaptados na história da arte e suas diversas formas, caros sirs e ladies, quanto nosso bom e velho rei Arthur. Segundo algumas pesquisas que fiz em tomos poeirentos e esquecidos, uma das primeiras menções ao seu nome data de meados do século IX, se bem me recordo. Muito tempo, não é mesmo?
Nosso querido rei andou um longo caminho, através de diversos perigos, até chegar aos dias de hoje. Mais precisamente, devo dizer, ao nosso joguenho da vez: Knight vs Giant: The Broken Excalibur. Mais uma curiosidade para vocês. Sabiam que uma das interpretações da obra arturiana indicam a busca pelo Santo Graal como o início do declínio final de Camelot e dos Cavaleiros da Távola Redonda?
O que nos leva a pensar, caríssimos e caríssimas, que por vezes a busca obcecada por um ideal ou bem, real ou não, pode arruinar até os melhores de nós. De fato, por vezes criamos objetivos inalcançáveis ou desnecessários, em momento que a vida vai na paz e bonança, apenas pela gana de nos aventurar ou conseguir ainda mais. Tem algo a ver com o roguelite de hoje? Nem tanto. Mas ei, Pizza Fria também é reflexão, meu povo!
A trama de Knight vs Giant: The Broken Excalibur é mais ou menos assim. Enquanto buscavam pelo Graal, nossos cavaleiros acabam invocando um gigante do Vazio bem no meio de Camelot, causando o maior estrago. Para tentar resolver essa parada, o rei pega sua poderosa Excalibur, reúne seus chegados e vai para cima do tal gigante. O que acontece? Bem, a espada se quebra no meio e todo mundo vai de base.
Para tentar diminuir o estrago, o mago Merlin transporta o gigante e toda Camelot para a dimensão do vazio. Como última saída, ele ressuscita o rei, com sua Excalibur partida, e o envia na dolorosa missão de derrotar 4 gigantes, incluindo o destruidor da cidade, para tentar reverter a situação e voltar para a doce e querida terra.
Além disso, cabe ao nosso rei a missão de reconstruir a cidade, enquanto salva seus poucos sobreviventes. Os cavaleiros ficam mortos, mas seus espíritos concedem força à Excalibur, para que ela tome a forma da arma que usavam em vida. E daí as coisas vão se desenvolvendo, mais ou menos dentro do esperada. O tom leve do jogo, somado ao humor e personagens fáceis de gostar (principalmente a dupla Arthur e Merlin) fazem com que Knight vs Giant: The Broken Excalibur seja bem legal de acompanhar.
Knight vs Giant: The Broken Excalibur é um roguelike bem leve, ideal para quem ainda está querendo começar nessa vida bandida de tentar, falhar e começar tudo de novo. Embora não podemos seguir com nenhuma melhoria adquirida ao longo de uma tentativa de matar o gigante do vazio, todo ouro e cristais ganhos ao matar os diversos chefes são mantidos. E eles são os mais importantes, visto que podem ser utilizados para melhorar Camelot.
Antes de começar a nos aventurarmos pelos mapas em busca de derrotar os chefões, precisamos escolher qual aspecto Excalibur irá tomar e qual habilidade vamos querer utilizar. Podemos ter até três, mas apenas uma sai conosco de nossa base. Cada uma das seis estátuas dos cavaleiros possuem um para desses, e podemos pegar na combinação que quisermos.
Cada arma nos fornece um estilo de jogo muito diferente, o que me agradou bastante. Gawain, por exemplo, faz com que a Excalibur atire projéteis focados em atacar os inimigos de longe, com um dano menor mas um bom acerto crítico. Lancelot tem uma espada forte, mas de curto alcance. Contudo, uni-la com a habilidade de Gawain, que invoca uma círculo de dano que segue Arthur, cria um combo capaz de dar um estrago no inimigo.
Utilizar essas armas faz com que elas ganhem níveis, permitindo que sejam melhoradas no ferreiro. Knight vs Giant: The Broken Excalibur dá muitas oportunidades para melhorarmos Arthur e seus vários atributos, como dano, vida, velocidade de ataque, movimento e afins. É um bom sistema, e cria a ideia em nossa mente que estamos sempre em evolução constante, com resultados palpáveis.
Knight vs Giant: The Broken Excalibur é competente na parte da jogabilidade, com controles precisos e um ritmo acelerado que o deixa muito divertido. O uso constante de esquivas e poderes dá uma sensação de fluidez que agrada bastante. Além disso, o combate com os gigantes é uma belezura. O jogo merece aplausos por ter inimigos enormes, cheios de golpes com efeitos e floreios, que não são confusos nem enjoados de enfrentar. Desafio na medida, sem sofrimento desnecessário.
Um ponto negativo que percebi é em relação as salas que enfrentamos os inimigos que, embora geradas de forma aleatória, tem poucas variações. Além disso, encontros especiais como com a bruxa Morgana ou o flautista, por exemplo, são esparsas e contadas. Um pouco mais de utilização delas poderia dar uma variada boa nas coisas. Falando em salas, cada uma que completamos dá uma recompensa que pode ser de ouro, utilizado em Camelot, almas para usar no mercador da própria dungeon ou buffs. Essas melhorias possuem cores que concedem recompensas melhoradas caso sejam da mesma cor de nossa arma principal.
O último ponto interessante de notar é a mecânica de reconstruir Camelot. Knight vs Giant: The Broken Excalibur a utiliza para podermos ter algo em que afundar nosso dinheirinho, além das melhorias de Arthur, e para poder construir lojas que fornecem serviços e melhorias ao nosso herói. Encontramos vários sobreviventes em nossas andanças, e cada um pode ajudar de uma forma. Temos um ferreiro, uma caçadora que nos paga por matar inimigos, uma vendedora de flores que concede um bônus aleatório no início de cada run, e por aí vai.
Sons e Visuais
Knight vs Giant: The Broken Excalibur possui visuais muito bonitos, com cores vivas e um traço que faz lembrar aqueles desenhos animados que costumávamos assistir. Além disso, os modelos são muito fofos e bem animados, com uma boa variação de inimigos e gigantes muito bem feitos. Acredito que esse seja um dos grandes diferenciais do título, o distinguindo facilmente de seus pares.
A parte sonora é competente, com uma dublagem adequada e uma trilha sonora que combina muito bem com o jeitão do jogo. Não serão músicas que vão grudar na cabeça, mas elas cumprem bem seu papel.
Vale a pena comprar Knight vs Giant: The Broken Excalibur?
Chegou a hora que mais esperavam, não é mesmo? Seus pequenos cavaleiros e cavaleiras da Pizza Redonda. Será que Knight vs Giant: The Broken Excalibur vale a pena? Será que é possível numerá-lo? Será que tranquei a porta antes de sair de casa? Para algumas dessas perguntas, a resposta é sim. Para outras, rezo que o seja também. Bom, vamos lá.
De positivo, digo que o jogo é uma boa porta da entrada para o gênero, com um jeitão divertido e bonito de ver, uma jogabilidade afiada e uma variedade boa de opções de armas e habilidades para usar. Além disso, o lance de reconstruir Camelot é bem legal. Como negativo, diria apenas que as salas especiais poderiam ser mais aproveitadas e que há certa repetição, apesar de serem geradas aleatoriamente.
Mas, ao fim e ao cabo, não tenho muito do que reclamar em Knight vs Giant: The Broken Excalibur. Eu realmente curti o título, e me diverti tranquilamente durante todo meu tempo acompanhando as aventuras e desaventuras gigantescas (ha-ha) de nosso reizinho favorito. Fãs do gênero vão curtir, porque o título é competente. E os novatos também deverão apreciar, pois ela é uma boa forma de ir conhecendo e se acostumando com o estilo antes de tentar outros jogos que tenham mais prazer em nos punir por nossas falhas.
Knight vs Giant: The Broken Excalibur será lançado para PC, via Steam e Epic Games Store, PlayStation 5, Xbox Series X|S e Nintendo Switch no dia 5 de outubro.
*Review elaborada no PlayStation 5, com código fornecido pela PQube.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Matheus Jenevain, Pizza Fria
Atualizado em 2 Out 2023.