Em 2018, a Sony lançou Marvel’s Spider-Man para PlayStation 4. O jogo teve um sucesso comercial estrondoso, ultrapassando a marca de 33 milhões de cópias vendidas, além de concorrer ao The Game Awards daquele ano em diversas categorias, incluindo Jogo do Ano. Mesmo sem ter levado nenhum prêmio pra casa, a aventura de Peter Park marcou seu espaço como um dos principais jogos do console.

Agora, quatro anos depois, a Sony segue expandindo seus planos de disponibilizar “clássicos” do PS4 para PC. De 2021 pra cá, a empresa já lançou títulos como Days Gone, Horizon Zero Dawn e God of War, e agora chegou a vez de Marvel’s Spider-Man Remastered, que nada mais é do que uma versão aprimorada do game original, mas disponibilizada para PS5, no lançamento do console. Assim como ocorreu com outros games, a versão que chega ao PC traz melhorias visuais em comparação com aquela disponibilizada em sua plataforma original. Quer saber o que achamos? Vem comigo em mais uma review antecipada do Pizza Fria!

Esqueça a Terra-616

Seja nos quadrinhos da Marvel, ou mesmo no Universo Cinematográfico Marvel (Marvel Cinematic Universe, MCU), o Spider-Man de Peter Park tem uma história semelhante: o Tio Ben morreu em um assalto, Peter Park foi picado por uma aranha radioativa e começa a desenvolver poderes, ao mesmo tempo em que os supervilões de Nova York decidem atacar. Essa história, batida e explorada ao extremo em diversas outras mídias, não faz parte de Marvel’s Spider-Man Remastered.

Quer dizer, ela pode até fazer, mas não está no jogo. Diferente da jovialidade que nos acostumamos a ver, nosso Spider-Man aqui já conta com 23 anos, é um adulto, com mais responsabilidades e, claro, já é conhecido na cidade. Esta experiência também ajudou a traçar os rumos do jogo, já que alguns vilões, como Wilson Fisk, já estão familiarizados com nosso herói.

Mas a verdade é que Marvel’s Spider-Man Remastered é muito mais do que somente o Homem Aranha. Por trazer um herói mais experiente, jogamos também como Peter Park, interagindo com pessoas próximas à ele enquanto a narrativa avança. Há até alguns momentos em que devemos controlar Mary Jane, para se ter uma ideia de como o escopo do game é grande. E, por conta disso, o título chama atenção facilmente dos fãs do Amigão da Vizinhança. Porque não basta saltar e se pendurar por Nova York, mas também explorar todo o ambiente em que estamos.

E a Nova York de Marvel’s Spider-Man Remastered é enorme. A cidade é dividida em nove distritos, cada uma com diversas atividades para os jogadores realizarem, que se misturam tanto na narrativa, quanto no gameplay. Um exemplo disso é que os jogadores precisam de Fichas, por exemplo, para desbloquear alguns trajes. E essas fichas só são obtidas ao completar certas missões secundárias, ou ao realizar atividades dentro do distrito. Falarei mais sobre isso abaixo.

Uma Nova York viva

Marvel’s Spider-Man, no PS4, já era incrível. Balançar pelos prédios era visualmente bonito, e explorar os detalhes da cidade também. E tudo isso foi aprimorado na versão Remastered que já havia sido lançada para PS5, quando o jogo ganhou mais pedestres e atividades acontecendo enquanto você explora a cidade.

E falando em atividades, existem diferentes tipos: são atividades rotineiras, desde prender bandidos em crimes cometidos, ou mesmo explorar e desativar bases inimigas. A versão Remastered traz todo o conteúdo da DLC A Cidade que Nunca Dorme, que expande a narrativa em mais três arcos, e insere novos antagonistas. Elas são acessíveis desde as primeiras horas de jogo, e o progresso obtido é compartilhado com a da história principal. Mesmo assim, eu não recomendo jogar as DLCs sem antes ter terminado a linha de missões base, pois não foi dessa forma que o jogo foi concebido.

Isso porque o grande atrativo de Marvel’s Spider-Man é o seu gameplay. Explorar Nova York tanto na horizontal quanto na vertical é incrível, o combate é muito fluído e os comandos são muito fáceis de serem dominados. Saltar de prédio em prédio, escalar, realizar manobras áreas, andar furtivamente, tudo isso é muito fácil de pegar. E a progressão é justa, com um sistema de nível que melhora conforme você ganha experiência, obtém novos trajes e realiza missões, principais e secundárias. Pegar o “atalho” das DLCs pode acabar desbalanceando o seu progresso.

O grande problema de Marvel’s Spider-Man pode acabar sendo aquele que existe em vários jogos de mundo aberto com atividades: a repetição. É verdade que aqui temos uma variedade maior do que fazer no game, desde perseguir e capturar pombos até fotografar monumentos históricos da cidade. Mas, basicamente, é o mesmo tipo de atividade que se repete em cada distrito. Essas atividades contam com pequenos objetivos secundários diferentes, o que pode estimular o jogador a cumpri-los para evoluir mais rápido.

Cumprindo atividades extras nos ajuda a desbloquear um dos atrativos do jogo, que são os trajes. Além de roupas meramente cosméticos, o game também conta com trajes que dão status de diferentes aos jogadores, incluindo um que é one-hit-kill, para ambos os lados (desbloqueável ao atingir 100% da campanha). Acertar um soco significa derrubar um inimigo, mas sofrer um golpe também significa retornar ao savepoint mais recente.

Pra terminar minha explicação sobre elementos de gameplay, também temos dispositivos, que podem ser aprimorados a medida que realizamos as atividades secundárias. Esses dispositivos são acessíveis através de um menu e auxiliam no combate, como prender um inimigo à parede ou ao chão, paralisá-los ou mesmo afastá-los em momentos onde você está cercado. Apetrechos úteis, Sr. Stark!

Desempenho

Marvel’s Spider-Man Remastered chega ao PC com muitas opções, e praticamente roda em qualquer PC moderno com uma GPU dedicada. As configurações mínimas exigem “apenas” uma GTX 950, o que é bem razoável nos dias de hoje. Os testes para essa review foram feitas em uma GTX 1080, seguindo as configurações recomendadas, com gráficos no médio, resolução Full HD (variando para 2560×1080) e o jogo se comportou bem, apresentando pequenas variações na taxa de quadros por segundo em cenas de muita ação, mais na resolução ultrawide.

A questão é que a nova versão de Marvel’s Spider-Man foi feita para explorar o máximo de computadores. Suas configurações de topo, o 4K 60 FPS com ray-tracing ligado, exige uma RTX 3080 e um processador de 12ª geração, ou equivalente. Além disso, ao contrário da versão de PS5, em que os loadings são quase instantâneos, se você não usar um SSD M2 NVMe de alta velocidade, prepare-se para aguardar bem mais tempo do que um jogador de console. O jogo virou, não é mesmo?

Vale a pena comprar Marvel’s Spider-Man Remastered para PC?

Sem dúvidas, Marvel’s Spider-Man Remastered é um jogo muito recomendado. Ele concorreu ao prêmios no The Game Awards, e só não levou porque seus principais adversários eram duas obras-primas, God of War e Red Dead Redemption 2. Então, se você nunca teve a oportunidade de jogar, vá com tudo e aproveite essa chance.

Marvel’s Spider-Man Remastered tem um gameplay extremamente prazeroso, oferece boas horas de diversão e conta com uma história bem interessante. De quebra, sua sequência já está confirmada e deve chegar em 2023, a princípio, somente para PS5. Para registro, eu levei cerca de 45 horas para fazer 100% da história e das DLCs.

Por outro lado, os atrativos para jogar novamente, se você já jogou no PS4 e/ou no PS5, são poucos, principalmente se você não possuir um “PC da NASA”. Estamos falando de um jogo de 2018, que já esteve em promoções inúmeras vezes para PS4. A versão Game of the Year Edition para PS4, que conta com todo o conteúdo das DLCs, faz parte do plano de assinatura PS Plus Extra/Deluxe. Marvel’s Spider-Man Remastered para PC é um produto voltado para quem nunca teve a oportunidade de jogá-lo.

Marvel’s Spider-Man Remastered para PC chega nesta sexta-feira, 12, e pode ser adquirido na Nuuvem por R$ 249,90.

*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce GTX, com código fornecido pela Sony.