A série Metal Gear, produzida pela Konami, é uma verdadeira obra-prima de Hideo Kojima e tem um significado especial na minha vida. Desde Metal Gear Solid para PS One, fui cativado pela visão do diretor. No entanto, não seria justo dizer que experimentei todas as versões anteriores, pois, sinceramente, não tive essa chance na época. Ainda assim, nunca é tarde para revisitar clássicos, e essa coletânea permitiu justamente isso.
Nesta review antecipada do Pizza Fria, discutiremos pontos notáveis da série Metal Gear sem focar em um título específico, mas no conjunto da obra. Acompanhe!
O que há de novo?
Já adianto que não há grandes novidades em METAL GEAR SOLID: MASTER COLLECTION Vol. 1, coletânea que será lançada para PlayStation 4, PlayStation 5, PC, via Steam, Xbox One, Xbox Series X|S e Nintendo Switch, trazendo os seguintes títulos:
- Metal Gear
- Metal Gear 2: Solid Snake
- Metal Gear Solid (incluindo VR Missions/Special Missions)
- Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty (HD Collection version)
- Metal Gear Solid 3: Snake Eater (HD Collection version)
- Metal Gear (NES/FC version)
- Snake’s Revenge
A grande novidade desta coletânea é o port de Metal Gear Solid 3: Snake Eater. Com seu remake anunciado no PlayStation Showcase, os fãs do título podem agora desfrutar deste clássico em sua forma original, porém com gráficos HD, antes de se aventurar no novo Metal Gear Solid Δ: Snake Eater.
Para os fãs de Metal Gear como eu, esta coletânea oferece um Screenplay Book digital exclusivo e um Master Book que detalha a narrativa e os personagens. Além disso, há outros bônus como duas versões regionais de Metal Gear, a edição original de Snake’s Revenge, as duas primeiras Digital Graphic Novels em vídeo e uma trilha sonora digital.
Entretanto, é válido mencionar que grande parte do conteúdo já estava disponível na coleção Classic Metal Gear Games, que revisei em 2021. Surpreendentemente, a MASTER COLLECTION Vol. 1 chega ao mercado com o preço salgado de R$ 299,90, um valor que pode desencorajar novos jogadores a explorarem o universo criado por Hideo Kojima, que, por sinal, nem ao menos é mencionado nos créditos – o que achei uma baita falta de respeito.
Jogos praticamente intocados
Os títulos, conforme mencionado anteriormente, permanecem quase inalterados. Muitas das versões provêm da remasterização da Bluepoint de 2011, que lançou Metal Gear Solid 2 e 3 em HD para Xbox 360 e PlayStation 3. Basicamente, os jogos foram reaproveitados em seu estado mais puro. Não há suporte para 4K ou 60 FPS. A experiência é autêntica, diretamente do passado, com a principal atratividade sendo a compatibilidade com a nova geração. Embora a Konami tenha feito um trabalho decente na transição, alguns títulos mal atingem 30 FPS, reproduzindo aquela sensação clássica de lentidão. Oremos…
Um exemplo curioso: em um quebra-cabeça de Metal Gear Solid, os jogadores originalmente precisavam verificar a parte de trás do CD físico do jogo. Como isso é replicado nos consoles modernos? A Konami implementou uma opção de superpor menus, oferecendo acesso a várias caixas e CDs virtuais, replicando a experiência. Há também a simulação de um console virtual, onde os jogadores podem alternar portas de controle, recurso necessário para enfrentar Psycho Mantis.
A Konami claramente se esforçou para adaptar esses momentos icônicos para a era moderna. Porém, é um tanto decepcionante que não tenham introduzido melhorias gráficas significativas, limitando o brilho de tais clássicos às suas restrições originais. Por outro lado, há valor em preservar a visão original de Kojima sem intervenções exageradas.
Vale a pena comprar a METAL GEAR SOLID: MASTER COLLECTION Vol. 1?
Sempre achei a ideia de fazer análises de jogos antigos algo extremamente complicado, sobretudo por termos os jogos mais recentes como parâmetro de comparação. E cada jogo diz muito das tecnologias de sua época, algo explícito nesta coletânea, que traz diversos jogos de diferentes momentos. De uma maneira muito naturalizada, acabamos por incorporar a atualidade para observar todos os seus aspectos, e se isso for levado à risca, tira todo o mérito das obras do passado. Desta forma, faz-se necessário compreender que todos esses jogos são extremamente importantes para a indústria dos games, mesmo com suas jogabilidades datadas.
No entanto, é importante frisar que a METAL GEAR SOLID: MASTER COLLECTION Vol. 1 não traz diferenças significativas da Classic Metal Gear Games, acrescentando apenas alguns jogos e outros penduricalhos que só os mais fanáticos irão investigar. Metal Gear é uma das minhas franquias favoritas, mas confesso que rejogá-los foi algo complicado. E, como já disse antes, me frustrei pelo fato de não haver nada de significativo nesta coleção, sendo o maior destaque apenas o port para consoles de nova geração.
Concluindo, a franquia Metal Gear é realmente uma das mais consagradas da história dos games, e creio que disso ninguém tem dúvida. Isso fica ainda mais claro quando surgem boatos de remakes na imprensa, causando um verdadeiro alvoroço nos fãs. Concluindo, para os fãs, certamente ter toda a coletânea de jogos, que traz o port inédito de Metal Gear Solid 3, é algo muito bom, pois serve também para apresentar o mundo criado por Hideo Kojima para outros jogadores.
No entanto, senti-me um tanto desapontado com a coletânea, que em sua maior parte, reúne ports já existentes com adições mínimas. Um ponto a ser destacado é que a Konami não providenciou localização para o português brasileiro, o que seria uma adição bem-vinda. Dada a etiqueta de preço, minhas expectativas eram mais altas.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Konami.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Álvaro Saluan, Pizza Fria
Atualizado em 23 Out 2023.