Guia da Semana

My Time At Sandrock é um jogo de fazendinha no deserto, acreditem se quiserem, desenvolvido pela Pathea Games e publicado pela mesma junto da Focus Entertainment, PM Studios, Inc. e DMM Games. O título é o mais novo membro da família My Time, iniciada com o título Portia. Agora, respondemos o chamado da aventura direto para a cidade árida de Sandrock.

E aí, será que vale a pena encarar essa peleja, parceiros e parceiras? É o que veremos agora, em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!

Faroeste campestre

Yeehaaw, leitoras e leitores. Sou eu, um dos maiores connoisseur de joguinhos de cyber-capirias deste ilustre websítio nomeado em homenagem a uma comida (acho) italiana. Venho para papearmos sobre nosso título da vez: My Time At Sandrock. O título traz uma pegada diferentona, apresentando um mundo 300 anos no futuro, após um cataclisma destruir boa parte da tecnologia.

Outra coisa interessante é que Sandrock, a cidade em que vivemos, fica situada bem no meio de um deserto, fazendo com que mexer com roças e plantações seja um tanto quanto mais complicado que o normal. Mas não impossível, ou não teríamos o que fazer não é mesmo? Contudo, ele acaba por seguir em uma direção diferente de outros do gênero, avançando em um nicho pouco explorado.

Um ponto digno de nota de My Time At Sandrock, devo adicionar, é relacionado ao jeito que o título lida com o mundo no qual é inserido. Toda a água e vida são valiosas, menos dos lagartos gigantes que roubam gado e matam pessoas, e coisas bobas como cortar árvores frutíferas podem ser terrível para a comunidade. Essa é uma forma interessante de reforçar a ideia de que vivemos em um mundo inóspito e que a humanidade ainda persevera, apesar de qualquer adversidade, contanto que saiba agir de acordo com as necessidades da situação.

My Time At Sandrock
Sai de perto das minhas galinhas, bicho feio. (Imagem: Divulgação)

My Time At Sandrock começa com nosso construtor ou construtora, criado de acordo com nossos gostos em um editor adorável, chegando na cidade de Sandrock para assumir a oficina de seu pai. Dessa vez, nenhum ente querido precisou falecer para que o protagonista decidisse por assumir a vida no campo. Aqui, chegamos junto de uma outra construtora para assumir a posição que se abriu após o antigo se aposentar.

Nossas aventuras nos levarão a conhecer todos os habitantes da cidade, muito divertidos e únicos, enquanto aumentamos nossa oficina e ajudamos Sandrock a se erguer novamente. O senso de comunidade é muito legal, e eventos que acompanhamos mostram como todos os moradores se unem para lidar com os problemas. É algo que não vemos tanto na realidade, e muito menos em jogos desse estilo.

Além disso, o título também faz com que nos sintamos parte desse vilarejo. Fazendo amizades, casando, ajudando a construir novos recursos, ou recostruir aqueles destruídos por lagartos explosivos ou tempestades de areia. Enfim, temos a sensação de que estamos em um lugar vivo, no meio do deserto, e esse é um dos grandes trunfos de My Time At Sandrock.

My Time At Sandrock
O amor está no ar. (Imagem: Divulgação)

A jogabilidade de My Time At Sandrock é bem variada, em todos os sentidos da palavra. Temos muitas coisas para fazer, tanto no que trata de construir quanto de criar coisas, ou cuidar de nossa roça. Eu não falarei de tudo, para manter o ar de surpresa, mas adianto que sempre tem algo rolando, seja uma missão principal ou secundária, exploração ou coisa do tipo.

Talvez por sermos construtores, uma das coisas que mais faremos – além de lutar, por algum motivo – é construir. O jogo possui uma lista bem grande de itens para se fazer, com um livro de receitas com cerca de 89 páginas se não me engano, que vão de coisas mais básicas como fornalhas até mais ousadas como guindastes. Claro, aí está contanto os diversos níveis de um mesmo equipamento, mas ainda assim o número é invejável.

Para fazer esse mundéu de coisas, vamos precisar de muitos recursos. Eles são achados ou no deserto, com árvores mortas servindo de fonte de madeira, ou através da exploração de ruínas do mundo antigo. Nelas, vamos cavando e cavando enquanto coletamos minérios e outras tranqueiras que podem ser usadas para comprar novas instruções para construir equipamentos ou até relíquias para doarmos ao museu.

My Time At Sandrock nos permite aceitar pedidos da guilda de comércio para construir coisas que os moradores precisam em troca de dinheiro, pontos para subir nosso ranking de oficina e mais níveis de afeto com o pessoal. Podemos até nos casar, apenas fazendo os pedidos de tijolos da pessoa amada! Sério agora, esses são, ao lado das missões secundárias, uma das maiores fontes de renda do jogo. Vale muito a pena fazer, ainda mais no começo.

My Time At Sandrock
Produção em larga escala. (Imagem: Divulgação)

My Time At Sandrock também possui um sistema de combate bem legal, com alguns tipos de armas e inimigos variados para enfrentar. Inclusive, com a possibilidade de ir em dungeons e lutar com o povo da cidade. É simples e divertido, aumentando ainda mais o leque de coisas para fazer. Tudo o que fazemos nos dá XP, que pode ser utilizado para comprar melhorias para nosso personagem e as diversas coisas que fazemos.

O último ponto que gostaria de citar são os minigames, em boa maioria ligados aos eventos sasonais da cidade. Eles são uma graça, tendo até competições de dança e jogos de pique-esconde no evento análogo ao nosso dia das bruxas. Sempre vale a pena participar, tanto pelos prêmios quanto pelos itens exclusivos que podemos ganhar.

O maior negativo do jogo, que joga bem pra baixo seu mérito, é a performance. Quedas de frames constantes, coisas aparecendo do nada por não terem carregado a tempo, carregamento inicial longo, bugs que fazem coisas essenciais como a descrição dos itens sumir aleatoriamente, só voltando após reiniciar. Enfim, o título precisa de dar um amasso nesses bugs para atingir seu potencial.

My Time At Sandrock
Temos eventos aos montes. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

My Time At Sandrock possui visuais legais, com muito charme e personalidade. Os personagens são fofos de ver, e uma atenção foi dada para que tudo tivesse aquele ar de velho oeste pós queda da civilização. Contudo, muito é afetado pelo que falei logo acima, com uma resolução baixa em algumas texturas, serrilhados e outras coisas do tipo.

A trilha sonora é bem legal, com músicas divertidas e relaxantes, além de vozes para os personagens e antagonistas. Achei competente o suficiente, sem ser extremamente inovador.

My Time At Sandrock
No estilo. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar My Time At Sandrock?

É chegada a hora, meus queridos e queridas, de fazermos como uma lenda do oeste e acertar essa análise bem no alvo. Será que My Time At Sandrock vale nosso tempo e diñero cada vez mais curto? Bom, se não vejamos. Pelo lado positivo, começo dizendo que uma das coisas mais importantes desse estilo de jogo, a comunidade que vivemos, foi muito bem representada aqui. O povo de Sandrock é 10, e conseguimos nos sentir parte da família sem dificuldade alguma.

O jogo também oferece uma série de mecânicas além da construção, um de seus pontos fortes, garantindo que sempre vamos ter algo para fazer. Seja criando ou acabando, brigando ou trabalhando, My Time At Sandrock vai nos ocupar. Pena que o jogo caia de cara no chão quando falamos de performance, com queda de frames, loads iniciais lentos e alguns bugs bem chatos.

Bom, eu diria que esses problemas de desempenho me fizeram raiva? Bastante, admito. Mas, ainda assim, não consegui largar de My Time At Sandrock. O jogo me divertiu que só, fazendo com que as horas voassem baixo. Para as fãs do gênero ou os novatos, a recomendação é certa. Aos que quiserem esperar, creio que mais alguns patches hão de deixar tudo nos trincos.

My Time at Sandrock será lançado no dia 2 de novembro para PC, via Steam e Epic Games Store, Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series X|S e Xbox One

*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela Pathea Games.

Nota

Após a publicação da review, a Pathea Games enviou um relatório ao Pizza Fria, informando que foram feitas correções no jogo no patch Day 1, que ficou disponível após a publicação da nossa análise. Segue o comunicado na íntegra, enviado ao site no dia 3 de novembro de 2023:

Questões Críticas Resolvidas:

  • Resolvido um problema onde pressionar o Left Pad em mochilas, lojas etc., para a descrição do item, ocasionalmente parava de funcionar.

Questões Importantes Resolvidas:

  • Resolução mais alta para imagens de itens e muitos outros elementos na interface do usuário
  • Correção parcial para reduzir o surgimento repentino de objetos maiores conforme o jogador os encontra no mapa
  • Melhor FPS em vários calabouços e mini-mapas
  • Resolvido problemas com NPCs que não moviam a boca durante diálogos e cenas de corte

Outros

  • Aumento da resolução para texturas de objetos chave
  • 179 bugs foram corrigidos em categorias amplas
    • Lógica do Jogo
    • Comportamento de NPCs
    • Melhoria na Resolução de Texturas
    • Diversas Melhorias na Interface do Usuário
    • Situações de Exceção

Declaração dos Desenvolvedores:

A PM Studios e a Pathea continuarão trabalhando arduamente para melhorar todos os problemas destacados nas análises pré-lançamento de My Time At Sandrock. Além deste patch que corrige mais de 180 problemas apontados, incluindo várias questões de UI (incluindo descrições de itens que ocasionalmente desapareciam no jogo), melhor resolução para objetos chave, melhor FPS em calabouços e mini-mapas, NPCs que não moviam suas bocas em diálogos e cenas de corte e redução na probabilidade de objetos maiores aparecerem repentinamente na visão do usuário em vez de surgirem de forma orgânica no mundo aberto. Estão planejadas mais atualizações para alinhar a versão do Nintendo Switch com as versões de outros consoles e teremos mais detalhes sobre isso via www.reddit.com/r/MyTimeAtSandrock/.

Pizza Fria

Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos games

Por Matheus Jenevain, Pizza Fria

Atualizado em 3 Nov 2023.