OXENFREE II: Lost Signals apresenta a continuação de uma aventura de ficção cientifica lançada originalmente em 2016. Alguns meses atrás fiz a análise do primeiro game e fiquei impressionado com a forma que o jogo conseguiu entregar uma jornada sobrenatural cheia de mistério, e, ao mesmo tempo, desenvolver muito bem os personagens. Assim sendo, minhas expectativas estavam bem altas para o potencial desta sequência.
Logo, será que o título realmente entrega uma jornada que consegue até mesmo superar o primeiro OXENFREE? Confira agora em mais uma review antecipada do Pizza Fria!
Os sinais misteriosos
OXENFREE II: Lost Signals começa apresentando o jogador a nova protagonista, Riley. Ela é uma pesquisadora que retorna a sua cidade natal até uma série de sinais estranhos serem detectados na região. A personagem é uma pesquisadora, com o principal objetivo de implantar radares em vários locais da região para ser feita uma análise dos sinais e uma investigação sobre estes misteriosos sinais. O game começa de uma maneira bem similar ao primeiro, com um grande foco em conversas por rádio e diálogos.
Assim sendo, após algumas conversas por rádio, encontramos nosso parceiro de missão, Jacob, e ambos vão até um dos locais que deve ser implementado o radar. Pelo caminho, encontramos alguns monumentos feitos por pessoas de um culto misterioso na região. Jacob comenta brevemente sobre eles e dependendo das nossas escolhas de diálogos, ele irá falar de forma mais aprofundada sobre estas pessoas. Portanto, após uma longa caminhada, finalmente chegamos no primeiro local.
Entretanto, quando Riley ativa o radar, um triangulo misterioso aparece no céu e a protagonista começa a ter misteriosas visões. Logo, ela percebe que o seu parceiro, Jacob, está sendo controlado por uma força misteriosa e ela precisa usar um rádio para sincronizar a frequência correta e exorcizá-lo. Porém, após isto, ela se encontra presa em um loop temporal que a levará a descobertas sinistras sobre a região e o seu passado.
O desenvolvimento de personagens está ainda melhor
Embora OXENFREE II: Lost Signals apresente uma narrativa que envolva o sobrenatural, este não é o aspecto que mais se destaca no jogo. Em vez disso, os momentos em que os personagens estão conversando sobre coisas comum sobre a vida e o passado e, até mesmo algumas histórias sinistras da região, são os segmentos em que o título mais cativa. Pois o jogo consegue desenvolver muito bem os personagens de uma forma humana, fazendo com que nos importemos com eles. Jacob, por exemplo, é o nosso companheiro no começo da aventura. Na medida que falamos com ele, descobrimos coisas interessantes sobre o seu passado, como sua obsessão pelas histórias sinistras daquela região.
Além disso, nestas conversas com ele, também descobrimos um pouco sobre as consequências dos acontecimentos do primeiro jogo, sendo este um aspecto que torna a experiência ainda melhor para os fãs do game original. Outro aspecto de destaque são as conversas que Riley pode realizar por rádio. Por exemplo, podemos nos comunicar com um dos membros do culto misterioso da região e ao decorrer da narrativa, irmos descobrindo como este grupo surgiu e qual o seu principal objetivo. Isto torna a narrativa ainda mais expansiva e com profundidade. Também existem documentos escondidos, que expandem ainda mais a história.
De forma geral, OXENFREE II: Lost Signals apresenta uma evolução significativa em seu método de storytelling, expandindo ainda mais este mundo criado pela
Night School Studio e entregando uma narrativa que irá surpreender tanto os novos jogadores quanto os fãs do primeiro game.
Novos locais para explorar
Embora o game apresente a mesma região do game original, OXENFREE II: Lost Signals expande ainda mais o mapa oferecendo mais oportunidades de exploração. Portanto, temos acesso a uma mapa que mostra aonde estamos e qual nosso principal objetivo. O título oferece certa liberdade sobre o caminho que podemos seguir para chegar aos locais, entretanto, o mapa em si não e muito aberto. Porém, o game compensa, ao entregar regiões inéditas, incluindo armazéns, casas e até mesmo mansões assustadores.
Durante os segmentos em que acontecimentos sobrenaturais acontecem, também pararemos em locais do passado com a protagonista e até mesmo viajamos no tempo. Isto adiciona novas camadas na ambientação e nos locais que exploramos. Por falar em ambientação, o game acerta ao entregar uma grande variedade de ambientes, que embora não sejam muito detalhados, se destacam pelo estilo de arte único presente no game.
Sinais de rádio e puzzles
OXENFREE II: Lost Signals se assemelha bastante ao primeiro OXENFREE em relação ao gameplay. Temos uma perspectiva em 2D e a protagonista pode andar, correr, selecionar diálogos durante conversas, interagir com objetos nos ambientes e até mesmo escalar paredes e locais pré-determinados. Entretanto, o fator principal do título são as sintonias de rádio. Em determinados locais, podemos sintonizar com uma frequência sobrenatural e coisas estranhas irão acontecer. Viagens no tempo, teletransportes e até mesmo visões do passado, são alguns dos acontecimentos que podem ocorrer. Além disso, este rádio pode ser usado para conversamos com outros personagens e até mesmo afastar criaturas sobrenaturais hostis.
Uma novidade que OXENFREE II: Lost Signals apresenta, é que durante a exploração existe uma maior variação em relação aos puzzles que podemos encontrar. Além dos sinais para sintonizarmos, encontramos algumas máquinas pelo mapa que funcionam como sintetizadores de maior frequência. Logo eles exigem que realizamos um puzzle mais elaborado, que normalmente exige encontrarmos a ordem correta de ondas de rádio. Embora está nova adição tenha sido bem-vindo, estes quebras cabeças poderiam ser mais bem elaborados.
Design de som
OXENFREE II: Lost Signals entrega uma excelente trilha sonora que consegue cativar o jogador por construir uma atmosfera de mistério sobrenatural. O game apresenta grandes inspirações em obras dos anos 80, sendo que algumas faixas, principalmente durante os eventos sobrenaturais, me lembraram bastante Stranger Things, série está que também tem fortes inspirações em filmes desta época.
Além disso, o game impressiona com o excelente trabalho de dublagem, com destaque para a protagonista Riley, que consegue transmitir emoção em cada frase dita durante a história. Os personagens secundários também não deixam a desejar, tornando a narrativa mais profunda e interessante de se acompanhar.
Desempenho
Minha experiência foi no PlayStation 5. O game rodou de forma satisfatória e não tive nenhum problema envolvendo bugs ou travamentos. A qualidade de imagem também é excelente, entretanto, os tempos de carregamentos demoram um pouco considerando o padrão next gen.
Vale a pena comprar OXENFREE II: Lost Signals?
OXENFREE II: Lost Signals apresenta uma aventura sobrenatural que não se destaca apenas pela sua história, mas também pelo excelente desenvolvimento de personagens. O game faz um excelente trabalho ao estabelecer as motivações e relações de todos envolvidos na trama e a condução da narrativa consegue entregar um storytelling interessante e cativante. Além disso, os mistérios sobrenaturais da história tornam a exploração pelo mapa algo intrigante, embora eu sinta que alguns cenários poderiam ser maiores.
Por fim, OXENFREE II: Lost Signals oferece uma excelente aventura de ficção cientifica que recomendo para todos os fãs do primeiro OXENFREE e para os players que querem uma jornada misteriosa e com fortes inspirações em clássicos do gênero dos anos 80.
OXENFREE II: Lost Signals foi desenvolvido pela Night School Studio e será lançado hoje para assinantes Netflix no Android e iOS, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5 e PC, via Steam.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Night School Studio.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Leandro Paiva, Pizza Fria
Atualizado em 12 Jul 2023.