Paper Mario: The Origami King, novo capítulo de um dos spinoffs bem-sucedidos na franquia do famoso encanador, chegou para Nintendo Switch. Desenvolvido pela Intelligent Systems e publicado pela Nintendo, o game traz uma experiência renovada na franquia, com novo sistema de combate, além de um mundo charmoso e bem construído. Confira detalhes sobre essa nova aventura em mais uma resenha do Pizza Fria!
Entre o papel plano e o papel dobrado
A história de Paper Mario: The Origami King gira em torno do rei Origami, Olly, que invade o Reino dos Cogumelos e domina o castelo da princesa Peach. Com um exército de soldados de papel dobrado, que o antagonista acredita serem superiores que os papeis “planos”, como são os personagens da franquia Paper Mario. Ajudado por Olívia, irmã de Olly, o protagonista deve destruir cinco serpentinas coloridas espalhadas pelo mundo.
Diferente de jogos anteriores que eram divididos em capítulos, The Origami King preferiu um sistema de mundo aberto, no qual Mario pode trafegar pelo mundo todo a pé. Isso dialoga com a proposta de exploração que o jogo apresenta, em todos os cenários contendo objetos quebráveis, buracos que podem ser preenchidos com o confete colecionável pelo jogador e a melhor parte: os toads em apuros.
Espalhados pelo mundo estão vários toads, os simpáticos cidadãos do reino dos cogumelos. Dobrados e escondidos pelos inimigos, devem ser encontrados e restaurados a sua forma original. A beleza da temática escolhida para o título brilha neste momento, com os toads de papel dobrado podendo ser encontrados nas mais variadas formas. Um grilo pulando pelo cenário? Pode ser um toad. Um enfeite de janela? Toad. Uma flor embelezando um jardim? Certamente um toad.
Libertar as criaturinhas recompensa o usuário com moedas ou um aumento de pontos de vida e força. Às vezes o resgatado abre um novo empreendimento na Cidade dos Toads, que pode ser revisitada a qualquer momento.
Uma aventura deslumbrante
Já de cara percebemos o capricho com que o jogo foi pensado. Entre cenários deslumbrantes e gráficos animados de grande detalhe que ressaltam bem personagens “planos” e “dobrados”, cada localidade visitada tem uma identidade própria. Somos levados a explorar desertos, oceanos e até um parque temático inspirado em cultura japonesa.
Cada um desses cenários contem características próprias que os tornam ainda mais únicos e divertidos de se conhecer a fundo. O game brinca de visitar outros gêneros com minigames de tiro ao alvo e direção de veículos, como um barco e um kart em forma de bota. A música está excelente e complementa cada momento com maestria.
Os diálogos entre personagens demonstra que o humor, outra marca da franquia, está vivo e bem. Existem diversos momentos hilários durante a aventura, que nos estimulam a encontrar mais segredos e interagir repetidamente com cada NPC disponível. Infelizmente, no entanto, como é o caso de títulos exclusivos da Nintendo, não existe tradução em português.
Mas e o combate?
A forma de enfrentar inimigos em Paper Mario: The Origami King foi reformulada em comparação a jogos anteriores. Alguns inimigos podem ser atacados durante o gameplay normal, mas a maioria inicia um combate que acontece em arenas circulares, onde o jogador dispõe de uma quantidade limitada de tempo e movimentos para reposicionar os inimigos de uma forma que Mário possa acertar vários de uma só vez.
Um “arranjo” bem feito concede aumento no dano causado pelo protagonista, o que, combinado com a oportunidade de acertar vários adversários de uma só vez, pode terminar batalhas bem rapidamente. Também é possível aumentar o dano dos golpes apertando botões de forma precisa.
A primeira vista, o sistema é excelente, com cada encontro no mapa sendo um convite a um quebra-cabeça, que, se resolvido, torna a batalha mais recompensadora. No entanto, é algo que se torna repetitivo rapidamente.
O protagonista não possui muitas maneiras de atacar os oponentes, com algumas poucas armas e itens. E ainda assim, todo equipamento que não é o básico quebra depois de certo uso e precisa ser recomprado, o que pode fazer um combate longo ser progressivamente mais frustrante. Existe uma variedade decente de adversários, o que ajuda a aliviar o sentimento de repetição, ainda que não resolva o problema.
Durante a aventura, diferentes personagens se unem ao grupo de Mário. A diversidade é interessante, indo desde um toad acadêmico até velhos inimigos do encanador. Todos, porém, possuem poucos ataques e são controlados pelo computador.
O poder do ouro
Os toads resgatados podem aparecer para ajudar Mário. Além de gritar dicas e encorajamento em uma arquibancada, podem tomar posições mais ativas resolvendo partes do puzzle da batalha, atacando inimigos ou curando o herói. Quanto mais criaturinhas cogumelo são encontradas, mais podem se unir no ataque. Esse apoio, porém, custa dinheiro, ou no caso, moedas de ouro.
Acima de tudo, é importante observar a quantidade de moedas. O dinheiro recolhido acaba sendo a única ferramenta de progressão. Usado para recomprar itens, pagar ajuda ou tempo e até necessário para se avançar em alguns pontos da aventura. Não existe sistema de níveis e o único atributo de Mário que pode ser elevado é seus pontos de vida, que, por sua vez, melhoram automaticamente o dano causado pelo protagonista.
Não é necessário se preocupar, no entanto, com falta de dinheiro. Moedas podem ser encontradas em todos os cantos do cenários e são dadas aos montes em batalhas, principalmente se o jogador tiver boa performance nas mesmas. Eu não tive dificuldade para comprar nenhum item oferecido pelas lojas, enquanto ainda fazia reposição de armas quebradas, bem como comprava ajuda e tempo durante batalhas com puzzles mais complexos.
Quebrando a monotonia like a boss
Os encontros com chefes, por sua vez, marcam o ponto em que o sistema mais funciona. As arenas onde encontramos tais inimigos, tem uma variedade de símbolos, dentre setas que orientam a direção do movimento de Mario até objetos de cura, dicas sobre como lidar com os ataques adversários, bem como, círculos de magia que possibilitam um ataque poderoso feito em conjunto com Olívia.
O jogador deve, assim, criar um caminho a ser percorrido até o antagonista da vez. Reposicionando símbolos, da mesma maneira que inimigos no combate normal.
Cada oponente tem suas maneiras próprias de atrapalhar a progressão do herói e negar seus ataques, bem como pontos fracos que podem ser acessados com o planejamento adequado. As batalhas contra chefes quebram a repetição dos encontros comuns e demonstram grande criatividade no que pode ser feito para causar dano.
Criatividade, inclusive, não faltou no design dos chefes, que vão de bestas mitológicas até material de escritório senciente. Tais confrontos também bebem da fonte do humor que povoa o jogo e torna a progressão tão agradável.
Vale a pena comprar Paper Mario: The Origami King?
Embora o sistema de lutas possa ser repetitivo em parte do jogo, existe muito a celebrar com Origami King. A ambientação, personagens e progressão de trama são agradáveis e estimulantes. Assim também é a exploração e as batalhas contra chefes, que sopram um ar fresco e revigoram o jogador para a próxima sessão de encontros normais.
Definitivamente recomendado para amantes de jogos de plataforma que apreciam boa exploração e fãs de RPG que não esperam um sistema complexo, ainda que possa divertir com puzzles frequentes. Entusiastas de Paper Mario como um todo encontrarão, sem dúvidas, o charme da franquia em The Origami King. Com os visuais e humor melhores do que nunca. Devem se atentar apenas para experimentar novas formas de combate.
*Review elaborada com código fornecido pela Nintendo.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor João Gabriel Marques, Pizza Fria
Atualizado em 21 Jul 2020.