Phoenotopia: Awakening é um jogo de aventura sidescrolling, aos moldes de Zelda, lançado pela Cape Cosmic para Nintendo Switch e PC em 2020. Curiosamente, é o segundo jogo da série Phoenotopia que começou na saudosa época de jogos de flash, em um site chamado NewGrounds. Segundo a própria desenvolvedora, Phoenotopia: Awakening é a grande realização da série, que agora chegou ao ponto que os desenvolvedores realmente desejavam.
Sendo assim, excepcional leitor, vamos conversar um pouco sobre minhas impressões do jogo, o que considerei como pontos positivos e negativos e se ele realmente vale ser conferido. Vamos lá?
Como é Phoenotopia: Awakening?
Phoenotopia: Awakening conta a história de Gail, uma adorável garota que vive em um orfanato com seus irmãos e irmãs adotivos. Em um belo dia, ela e algumas das outras crianças vão até uma floresta próxima procurar o que achavam ser um meteorito, e pouco tempo depois notam que um disco voador pairava sobre o orfanato, abduzindo todos que estavam lá na hora. Esse é o ponto inicial da aventura, que vê Gail buscando por ajuda em reinos próximos para salvar seus entes queridos, ajudando pessoas e conhecendo mais sobre o que se passa no mundo e qual o significado do que lhe aconteceu.
Phoenotopia: Awakening possui uma escrita muito boa e, melhor ainda, traduzida para português. Ainda que algumas expressões sejam traduzidas literalmente, a qualidade geral é excelente. Os diálogos e descrições são escritos com coração, e fica claro que os escritores tiveram amor pela obra ao escrever. Mais de uma vez me peguei com um sorriso no rosto ao ler os diálogos, tanto da história principal quanto das paralelas, e isso é um bom sinal do meu ponto de vista. Não que vá ganhar nenhum prêmio de originalidade nem que seja única, mas é boa e bem escrita o suficiente para ajudar Phoenotopia: Awakening a alcançar maiores patamares.
A jogabilidade de Phoenotopia: Awakening é inspirada na franquia The Legend of Zelda, tanto na forma dos mapas quanto nas mecânicas. Os cenários são expansivos, e vários locais são bloqueados enquanto você não possuir um item ou habilidade em especial. Por exemplo, Gail não sabe nadar no começo do jogo. Então, certos locais só podem ser acessados se você comprar uma boia para que ela possa flutuar. Ou bombas (clássico) para explodir caminhos, e assim em diante. Não é nada que não se tenha visto antes, mas funciona muito bem e casa perfeitamente com a proposta do jogo.
Além disso, o jogo conta com diferentes equipamentos, como tacos e estilingues, para lutar com os inimigos que habitam o mapa principal e os cenários que o jogador passa. É tudo muito simples, com golpes normais e carregados além do ataque a distância, mas funciona bem e ajuda a quebrar a monotonia que poderia vir da pura exploração. E, por último, o jogo também conta com um minigame de cozinha. Você pode usar ingredientes deixados por monstros derrotados para cozinhar pratos que são utilizados como itens de cura.
É simples, apenas de apertar os botões corretos quando uma barra passa em lugares específicos, mas ainda assim bem divertido. Além disso, a movimentação do jogo conta com habilidades como pular e correr. O que é usado para certos puzzles que pedem ao jogador que pule entre plataformas rapidamente, suba em blocos, e assim por diante. Por alguns momentos isso acaba por ser irritante, pois a corrida e pulo nem sempre são responsivos o suficiente para a precisão que certos momentos pedem.
A exploração de cenários e resolução de missões secundárias e primárias é um dos grandes pontos de Phoenotopia: Awakening. O jogo é repleto de histórias a serem vistas e completadas, tanto levando ao caminho do final quanto como distração para o jogador. Um problema é que elas nem sempre são claras.
Em um caso, por exemplo, para poder se entrar em um local você precisa falar com uma pessoa, pegar a identidade dela, pintar o cabelo, usar a identidade para comprar um vinho, dar para um ladrão para aprender a música que abre a entrada do local, falar com uma pessoa para abrir a casa de um vendedor de bombas e brincar de pique esconde com as crianças que ela cuida no meio tempo.
Não se pode dizer que o jogo seja repetitivo, pois a cada momento tem algo para se fazer, e o mapa mundial é relativamente grande, mas por vezes acaba sendo confuso demais. Fiquei perdido mais vezes do que gostaria, e a falta de um mini mapa para orientação tanto no mundo aberto quanto nos cenários fechados faz uma falta e tanto. Há também quem argumente ser uma forma de imersão e dificuldade, que o título demonstra em alguns pontos como uma filosofia própria, então esse ponto pode ser contestado dependendo com suas preferências.
Visuais e Sons
Uma das coisas que me chamou a atenção ao ver Phoenotopia: Awakening na lista de jogos lançados da Steam foi o estilo visual. Apenas entre nós amigos, tenho uma grande queda por gráficos pixelizados. E os gráficos do jogo são realmente maravilhosos. É interessante ver a evolução que ocorreu da versão em flash para essa final, e como a essência do jogo se manteve ainda que os gráficos tenham sido atualizados. As cores são harmonizadas e as animações criadas trabalham em conjunto para criar um jogo que flui de maneira suave e firme, criando uma experiência visual muito agradável aos olhos. Reparem:
Os efeitos sonoros em Phoenotopia: Awakening são básicos, como sons de pulos e gritos, e desempenham seu papel de forma adequada. Já a música é algo para ser louvado, porque é completamente sensacional. Feche os olhos por um minuto, leitor, e imagine o abraço de uma pessoa amada numa brisa de verão. A trilha sonora do jogo seria isso, de uma maciez totalmente sensacional.
As músicas são suaves ou rápidas quando necessário, e a qualidade sonora é ótima também. Tiveram um poder tão grande de tocar meu frio, frio coração que me peguei cantarolando algumas horas após parar de jogar. Se músicas melódicas no estilo mais retro são sua praia, há muito que amar aqui. Independente do jogo, recomendo ouvir em algum momento que procurar algo para escutar enquanto faz as tarefas do dia.
Vale a pena comprar Phoenotopia: Awakening?
E agora é que são elas, como dizia meu querido avô. Ao fim das contas, qual seria o veredito de Phoenotopia: Awakening? Será que o jogo vale o investimento de nosso limitado tempo nesse ciclo particular de existência? Filosofias a parte, leitor, penso que tudo o que apresentei até o momento deixa o veredito bem claro. Toquemos os tambores.
E o veredito, obviamente, é que Phoenotopia: Awakening vale demais a conferida, pela jogabilidade tranquila e difícil em simultâneo, pela história amável e, mais importante, pela trilha sonora fenomenal. Jogos assim me fazem ficar contente em escrever uma análise dessas, e acho que não é demais elogiar pra valer a desenvolvedora.
Experiências leves e agradáveis assim não aparecem todos os dias, e devem receber a moral devida. Claro, há o que se melhorar. Os controles as vezes não respondem corretamente e o jogo por vezes te deixa perdido e confuso. Mas nada disso muda o fato que a experiência geral é totalmente excelente. Portanto, meu chegado leitor, se estiver procurando algo bom para esquecer das dificuldades diárias e relaxar, dê uma chance para Phoenotopia: Awakening. Por experiência própria, acredito que não vai se arrepender.
Phoenotopia: Awakening está disponível por US$ 19,99 na Nintendo eShop e por R$ 36,99 para PC, via Steam.
*Review elaborada em um PC equipado com AMD RX, com código fornecido pela Cape Cosmic.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Matheus Jenevain, Pizza Fria
Atualizado em 5 Mar 2021.