Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered- é o remake do que conhecemos por essas bandas como Romancing SaGa. Esse era, curiosamente, um remake do quarto título da série. Foi lançado no início da década de 2000 e agora chega com toda sua glória em alta definição, e com conteúdos adicionais, para nós. E, no caso dessa versão do Switch, portátil. Que alegria.
Será que vale nosso suado (e como, valha-me Deus) dinheiro? Ou nosso curto tempo nesse plano terreno? Excelente perguntas, caros e caras. É o que tentaremos desvendar agora, em mais uma review do Pizza Fria!
A velha música, a velha dança
Ora ora, leitoras e leitores, se não temos mais um re²make em nossas mãos! E de uma IP da Square que eu, particularmente, fico feliz de ver na praça novamente. Como falei acima, Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered- faz parte de uma das muitas, muitas, franquias da empresa. Contando com mais de 10 títulos no cinto, a série oferece uma virada interessante no estilo de RPG japonês que vemos por aí. Pois é, nem só de Final Fantasy se faz um grande conglomerado.
Tenho uma história curiosa com esses videojogos, devo dizer. Permita-me contar. Como é, não querem ler? Bom, já é tarde demais para arrependimentos, meus jovens. Me recordo de ter jogado alguns títulos da série na época do saudoso PS1, Deus o abençoe, mas nunca tinha pego até a conclusão. Provavelmente devido à complexidade de certas mecânicas e ao fato de eu ser um pequeno rapaz.
Contudo, o passar dos anos me trouxe mais do que problemas nos joelhos. Não senhora. Mais que isso, me trouxe certa clareza e paciência que são essenciais para aproveitar algumas das coisas mais refinadas da vida. Como foi com o caso do nossa estrela da vez, Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered-. Acompanhem até o final e vejam se concordam comigo. Além disso, compartilhem conosco quais jogos dos anos de ouro da infância faziam mais raiva em vocês, mas que agora se tornaram favoritos. Sejam gentis, pessoas bonitas.
Falemos da história de Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered-. Aqui vem o primeiro ponto interessante. O título nos permite escolher dentre oito protagonistas, cada qual com sua própria origem, corres e motivações. Contudo, de uma forma ou de outra, cada um deles acaba convergindo em um ponto que dá forma ao resto da narrativa.
O drama do mundo é o seguinte. Mil anos antes das aventuras de nossos heróis começarem, o o rei dos deuses, Elore, desceu a mão na orelha de 3 divindades malignas: Death, Saruin e Schirach. Como vergonha pouca é bobagem, os três arruaceiros ainda tiveram seus poderes drenados e foram selados através de pedras chamadas fatestones.
As mesmas que, agora, estão sendo miradas por aqueles que desejam trazer esse povo do bem de volta ao mundo. Para variar, não é mesmo? Bom, ainda que seja um tanto quanto clichê, o que destaca a história de Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered- são suas tramas individuais. Cada protagonista começa em um lugar do mundo, com objetivos mais ou menos definidos. Será que seremos filhos de reis? Filhas de tribos de guerreiros das terras congeladas? Aventureiros? Dançarinas? Vale tudo.
Também é digno de nota que determinadas escolhas que fazemos influenciam no rumo da história e em quais personagens irão fazer parte de nosso bando. Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered- conta com 30 personagens, mais oito protagonistas, que podem ser recrutados para o nosso time de acordo com nossas escolhas e história. Isso é sensacional.
Falemos, agora, sobre o sistema de combate. Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered- muda um pouco a fórmula da tradicional treta em turnos. Aqui, cada um dos cinco membros do time começa com cinco Battle Points (BP). Cada habilidade precisa de uma quantidade diferente para ser lançada, que diminui do total acumulado. E cada turno regenera uma quantidade de BP de acordo com o personagem. Isso é interessante, visto que nos faz planejar e pensar bem no que usar.
Além disso, temos os chamados Durability Points (DP). Cada arma e item possui uma quantidade, e cada habilidade gasta uma fatia predeterminada deles. 0 DP significa que a arma não pode mais ser utilizada, nem suas habilidades. Ele pode ser restaurado dormindo em estalagens ou, caso a arma seja melhorada no ferreiro, utilizando materiais.
Fora de batalha temos o que chamam de proficiencies, que nos permite realizar ações que vão desde saltar sobre buracos até procurar e escavar itens escondidos. Ou se esgueirar. E para utilizar cada um precisamos dos skills corretos, que tem a ver com as classes que utilizamos. Que são várias, englobando todo universo de suporte, dano e magia.
Confuso? Um pouco? De fato, admito que também fiquei. Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered- realmente nos dá muita liberdade e coisas para aprender e fazer, mas a apresentação acaba sendo um pouco assustadora. Temos tutoriais para tudo, é claro. Mas, mesmo assim, o baque é grande. Principalmente quando jogamos pela primeira vez. Admito que tive uma leve preguiça no começo, que poderia ter me afastado de um jogo genuinamente interessante.
Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered- também esconde algumas coisas de nós, acredito. Vejam bem, o jogo tem um tipo de “relógio interno”, que é mostrado na tela de menu. Esse contador se refere ao tempo dos eventos, por se dizer, que ocorrem no mundo. Isso é interessante, ainda que levemente frustrante algumas vezes.
Saquem só, Mardias não existe em função do jogador. Pelo contrário, eventos de desdobram e a história ocorre independente de onde estamos. Isso faz com que demorar demais explorando ou perdido (o que acontece muito e frustra tanto quanto) tenha efeitos bem desagradáveis. Por outro lado, é uma boa maneira de fazer com que cada ciclo de jogo tenha o potencial de ser diferente do outro.
Sons e Visuais
Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered- deu uma turbinada nos visuais entregues pelo original de PS2. Temos cores fortes, bem vivas e muito bonitas. Os modelos são um tanto quanto estranhos, mas a maioria consegue ser bonita e funcional. Uma coisa que me incomodou bastante foi a organização dos elementos na tela. Temos muitos números e imagens ao mesmo tempo, o que não ajuda em nada na compreensão. Tente, por exemplo, ver uma tela de combate com o time cheio e muitas habilidades para selecionar ao mesmo tempo. Caótico.
A sonoplastia é boa, com sons que agradam e trilhas que pontuam bem os momentos calmos e corridos pelos quais passamos. O título conta com novas vozes em inglês, e todas foram muito bem produzidas e aplicadas. No geral, me agradei do que ouvi.
Vale a pena jogar Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered-?
É chegada a horas, queridos leitores e leitoras. Façamos um apanhado geral do que papeamos até aqui, em nossa roda de conversa virtual, para responder a pergunta do século: vale a pena jogar Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered- ? Bom, vamos lá. O jogo é um remaster de um título de PS2, mas adiciona conteúdos e mecânicas novas. Isso já é um bom motivo para que fãs do original possam conferir essa belezinha aqui.
Além disso, Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered- nos oferece uma história não linear, em boa medida, com uma liberdade revigorante e uma seleção boa de personagens. Além disso, o sistema de classes, os eventos, as quests e os segredos que esconde são uma boa razão para jogar e rejogar diversas vezes. Além disso, a reinvenção de mecânicas como feito com o combate sempre é um plus. Por outro lado, o jogo é tão recheado que acaba por ser um pouco confuso e frustrante, ao menos enquanto estamos começando. Isso enche a paciência, e pode afastar quem quer um RPG de leve, sem muitas invenções.
Ao fim e ao cabo, não posso dizer que me arrependi de jogar Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered-. Eu passei um certo sufoco para pegar o jeito, mas depois de compreender o funcionamento das diversas mecânicas me senti entretido e amarrado por completo. Pode ser que alguns fãs de RPG mais ortodoxos deixem passar pela maneira meio obtusa do jogo se apresentar, mas não se desanimem. Romancing SaGa Minstrel Song -Remastered- vale o esforço.
Romancing SaGa -Minstrel Song- Remastered está disponível para PlayStation 5, PlayStation 4, Nintendo Switch, PC, via Steam, além de dispositivos móveis com Android e iOS.
*Review elaborado no Nintendo Switch, com código fornecido pela Square Enix.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Matheus Jenevain, Pizza Fria
Atualizado em 28 Dez 2022.