Após o sucesso de Simulacra, a Kaigan Games decidiu fazer um novo caso envolvendo a trama de intrigas e descobertas envolvendo o celular da vítima e disponibilizou Simulacra 2, no fim de 2019. Inicialmente lançado para Android e iOS pela Another Indie, o título ganhou uma versão para PC em janeiro deste ano, e, em março, uma tradução que adicionou legendas em português brasileiro.
O que acha de embarcar nessa história de mistérios e também intrigas ainda mais elaboradas, proposta pela desenvolvedora? Vem comigo, que vou te contar tudo, sem spoilers, em mais uma review do Pizza Fria!
Simulacra 2, surfando no sucesso do que deu certo?
Inegavelmente, o primeiro jogo da franquia, além de ter sido um sucesso comercial, abriu portas para esse gênero que traz uma mistura de suspense e um toque de realidade. Entretanto, já com uma certa bagagem do primeiro título e também de alguns outros lançamentos de menor expressão, a maior surpresa que se pode notar é o realismo que instiga e dá aquela pulga atrás da orelha. A história proposta em Simulacra 2 retrata uma realidade vivida por muitos influenciadores digitais e modelos, que estão em alta atualmente. Desapegar da sua própria vida e viver tudo aquilo que seus seguidores pedem ou que eles esperam de você, jogador, é tudo aquilo que se encontra no celular da protagonista Maya Crane. Mas esse dilema é o que move o jogo, viver uma vida de aparências ou ser você mesmo.
Descobrir o que aconteceu com Maya, é algo bem desafiador, pois demanda uma imersão bem profunda na vida de um influencer, no caso de Maya, uma influencer em conflitos. Desaparecida e deixando apenas para trás um celular, que foi encontrado na cena do crime por um detetive, é a unica ferramenta na qual você, investigador ou jornalista, terá para desvendar esse mistério.
Não que eu seja uma pessoa suspeita para falar de jogos com esse gênero de história, mas antes de jogar, eu não tinha muitas expectativas. Todavia, já nos primeiros “minutos” do jogo, queria saber mais e mais do que se tratava aquele mundo completamente novo. Com uma mecânica bem diferente, facilitado por ter sido traduzido e simples, você precisa encontrar pistas para progredir e liberar novas etapas. Vale lembrar ainda, que não é necessário liberar tudo no celular de Maya para chegar ao final do jogo.
Tudo que envolve a verdade, gera desconforto
O detetive Murilo é quem está atras de descobrir a verdade e não acreditou no fato da morte de Maya ter sido apenas um acidente. Usando um sistema da policia, você vai afundo no passado de Maya, e pode trazer fatos e acontecimentos que podem mostrar o culpado disso tudo ter acontecido. Aproveito para falar um pouco mais dos outros personagens, os três melhores amigos de Maya: Arya, Mina e Rex. Além disso, cada um deles possuí uma personalidade completamente diferente um do outro. Mina é uma garota insegura, que precisa da opinião dos outros para poder tomar suas decisões. Em contrapartida, Rex é um rapaz seguro de suas posições e determinado a fazer tudo aquilo que deseja. Já Arya, é uma pessoa apaziguadora, mas sem deixar de ter suas próprias convicções.
Dito isso, temos que entender que esses conflitos de personalidades, tornam todas as pessoas ligadas a Maya, suspeitos de terem feito algo. Pressionado pelo detetive Murilo e também de Quick Time Events presentes no jogo, você é obrigado a agir algumas vezes com rapidez e isso pode mudar completamente o curso das coisas.
Vale lembrar também, que o jogo possuí diversos finais, sendo eles “bons” ou “ruins”, contando com variações de cada modelo. Eu mesmo precisei terminá-lo duas vezes para poder achar o final que considerei bom, sendo bem intuitivo a segunda vez que joguei. No início as coisas podem parecer meio estranhas, principalmente pela forma em que a história é conduzida, mas quando se entende, flui de forma bem natural.
Gráficos simples, porém bem funcionais
Diferentemente do que a maior parte dos jogadores podem esperar, o jogo trás consigo um gráfico simples, porém bem trabalhado que atende seu propósito. A interface do celular, onde se passa a maior parte da história (tirando os vídeos e outras interações), é bem realista e consegue até nos confundir quando aquela notificação no celular pinta de verdade. Acho que por esse motivo citado, a maior parte do tempo em que o jogador passar jogando vai ser bem natural, isso pelo menos na versão mobile na qual tivemos acesso.
Bem como a simplicidade da interface, os vídeos e as CGs que compõem a história são bem feitas e o toque realista. Feito por pessoas reais (e não simulado como normalmente é) conseguem aproximar ainda mais a história com o jogador.
Vale a pena comprar Simulacra 2?
É provável que a maior parte dos jogadores que apreciem jogos do gênero, irão curtir. Os vários finais possíveis e também as diversas formas de se alcançar um mesmo ponto do jogo, irão tornar a experiência ainda mais atraente. Diferentemente de muitos jogos que quando se chega ao fim, as coisas acabam, em Simulacra 2, o fator replay é motivante, principalmente pelos diversos finais, que também fazem parte de todo o conteúdo que o jogo pode trazer.
O fato do jogo ter sido completamente trazido agora para nosso idioma, com legendas e interface, diferentemente do primeiro jogo da franquia, ajudou bastante. Infelizmente ele ainda não foi dublado, o que pode tornar um pouco difícil alguns pontos que dependem de atenção e ter que ler as legendas podem acabar atrapalhando. Vale lembrar também que a versão mobile não depende de internet para ser jogado, algo bem comum atualmente e que as vezes comprometem a jogatina.
Simulacra 2 está disponível por R$ 16,59 na Steam, R$ 18,90 na App Store e R$ 19,99 na Google Play.
*Review elaborada na versão Android, com código fornecido pela Another Indie.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Francesco Beghelli, Pizza Fria
Atualizado em 20 Jul 2020.