Super Crazy Rhythm Castle é um jogo de aventura rítmica cooperativa, desenvolvido pela Second Impact Games e publicado pela Konami, repleto de desafios dentro do Castelo do Ritmo. Contando com mais de 30 músicas em seu catálogo, que abrangem diversos estilos, desde o rock até o hip-hop, oferece uma experiência divertida e caótica.
Neste jogo, os jogadores devem pensar fora da caixa para superar os desafios propostos. Vale a pena embarcar nessa louca aventura musical? Confira mais uma análise repleta de notas musicais, aqui no Pizza Fria!
Jogos musicais sempre atraem a atenção do público, principalmente daqueles que amam o mundo da música e buscam uma experiência diversificada. Além disso, o estilo exige dos jogadores coordenação, senso rítmico e a habilidade de sincronizar movimentos com músicas que desafiam e divertem simultaneamente. Com a evolução do gênero, mais músicas e possibilidades criativas têm ajudado os desenvolvedores a criar jogos cada vez mais ousados e com modos de jogo inovadores. Obviamente, a experiência musical em um controle de videogame está longe da realidade, sendo apenas uma simulação que proporciona a “impressão” de domínio rítmico.
Minha primeira experiência com jogos do gênero foi com Guitar Hero e, sinceramente, a opção pelo controle pareceu mais viável e confortável. Tudo é uma questão de gosto e adaptação. No meu caso, a guitarra acabou ficando esquecida em um porão na casa da minha mãe, assim como o equipamento do Band Hero. A comodidade de jogar deitada ou sentada, em locais onde o uso da guitarra seria impraticável, é um grande ponto a favor da acessibilidade. Super Crazy Rhythm Castle foi elaborado para ser jogado com o controle, e essa adaptação direta oferece uma experiência eficiente, simples e objetiva, sem teclas excessivas ou situações que causem desconforto nos dedos.
Uma proposta inusitada
Ao me deparar com Super Crazy Rhythm Castle, fiquei intrigada com a estranheza do jogo. A proposta cooperativa singular, junto aos personagens, parecia uma mistura criativa e colorida, aparentemente sem muito sentido. Como resultado, puzzles se entrelaçam com sequências musicais, elementos de cenário e personagens interagem constantemente, e os jogadores se movimentam freneticamente para executar as tarefas.
Inicialmente, selecionamos um dos personagens disponíveis, caracterizados por um estilo louco e cartunesco, em cenários que desafiam o jogador a descobrir seu propósito. São quatro personagens ao todo: Zuzussom, com cabeça de som; Trindade, uma espécie de pequeno diabo; Tinido, uma gralha; e Mike, um cavaleiro estiloso.
Assumimos o papel de Desafiantes, adentrando o Castelo do Ritmo para a jornada inicial. A história é simples, sem muita profundidade. Uma personagem misteriosa nos guia pelo castelo, oferecendo um mini tutorial excêntrico. Ela revela que o rei permanece invencível após dez anos e nosso desafio como “Desafiantes” não será fácil: devemos destronar o rei superando todos os desafios. O rei, contudo, não joga limpo, buscando sabotar nossas ações e criando uma dinâmica entre cores padronizadas e caos. Os personagens não possuem dublagem, emitindo apenas sons que lembram grunhidos, alguns dos quais são bem peculiares. O nível de criatividade dos desenvolvedores é notável, muitas vezes apresentando uma estética que remete a elementos indianos ou de desenhos animados.
A narrativa revela que as coisas nem sempre foram assim no passado do castelo, onde a liderança mudava frequentemente. Eram tempos de constante evolução e diversão. Atualmente, todos que tentaram desafiar o controle do castelo foram derrotados, incluindo os melhores músicos. Nesse contexto, o Rei Ferdinando I remodelou completamente o castelo. Como Desafiantes, iniciamos nosso teste de admissão com uma sequência sonora simples e atividades extras. Acertando as teclas, preenchemos indicadores sempre associados aos elementos no cenário. Tudo é orgânico, vivo, colorido e tem um propósito definido.
Os níveis do castelo são interligados e conectados por portas que precisam ser desbloqueadas para avançar. Na dificuldade normal, a combinação envolve três botões e, na difícil, quatro. Tanto o rei quanto os habitantes do castelo estão determinados a dificultar ao máximo a jornada do jogador, com diversos truques para atrapalhar o progresso. Os níveis são lineares, mas repletos de segredos a serem descobertos. A maioria das músicas são originais, abrangendo vários gêneros, com melodias encantadoras e ritmos memoráveis. Além disso, para surpresa dos fãs, clássicos de jogos da Konami também marcam presença.
Exótico e divertido
Visualmente, Super Crazy Rhythm Castle brilha no PS5 com cores vibrantes e sem problemas técnicos. A paleta de cores e a arquitetura caótica, porém estilizada do castelo, proporcionam uma experiência agradável e imersiva nos desafios ambientais. Cada nível musical recebe uma classificação de acordo com o desempenho do jogador: quanto melhor a performance, mais estrelas são conquistadas. Apesar da possibilidade de escolher a dificuldade, notei uma falta de equilíbrio, com níveis fáceis e complexos misturados. Alguns puzzles são particularmente confusos, sem pistas claras para solução, parecendo mais adequados para o modo cooperativo e deixando a desejar no modo solo.
Algumas músicas, embora estranhas, são ótimas, mas podem se tornar repetitivas, especialmente quando ficamos presos em algum nível. A interrupção da ação para resolver um puzzle pode ser um transtorno e um verdadeiro teste de paciência.
Jogando sozinha a maior parte do tempo, percebi que a frustração aumenta neste modo. Como mencionado anteriormente, Super Crazy Rhythm Castle é claramente projetado para o modo cooperativo, o que fica evidente tanto na mecânica quanto no design dos cenários. O jogador é colocado em ambientes desafiadores, com ritmos acelerados, sem orientações ou dicas sobre como superá-los. Muitos desafios exigem movimentos ágeis pelo cenário, enquanto se memorizam padrões rítmicos e se resolve puzzles ambientais, como colocar blocos nos compartimentos corretos ou iluminar painéis em sequência.
Ao jogar em grupo, a experiência se torna mais facilitada. Enquanto um jogador se dedica a uma ação, outro pode focar nas notas musicais, posicionando cada personagem em uma tarefa diferente, o que torna o ritmo do jogo mais ágil do que no modo solo. Os desenvolvedores apostaram em uma estrutura rítmica original, com diversos componentes visuais, sem priorizar uma história rica em detalhes.
O que realmente importa em Super Crazy Rhythm Castle são os desafios e a maneira como os jogadores os superam. No entanto, senti a falta do recurso de crossplay, permitindo apenas convites para jogadores da mesma plataforma e restrito a amigos, sem opção de jogar com pessoas aleatórias. Talvez essa limitação se deva à necessidade de coordenação de ações ou a restrições orçamentárias. Sou fã de jogos com crossplay, pois eles expandem as possibilidades de interação entre amigos de diferentes plataformas, especialmente em jogos que se destacam no modo cooperativo. É uma pena que isso não esteja disponível aqui.
Vale a pena comprar Super Crazy Rhythm Castle?
Super Crazy Rhythm Castle foi uma grata surpresa. Inicialmente, não esperava por um jogo tão cativante. Apesar da confusão inicial com a proposta visual e a mecânica do jogo, os puzzles transformam essa experiência caótica em algo irresistível. Isso demonstra que os jogos rítmicos continuam a deixar sua marca no mercado de videogames. Seu visual peculiar pode inicialmente desencorajar, mas é uma experiência que merece tempo e um lugar na sua coleção de jogos. Embora o modo solo não seja a melhor implementação, a diversão é garantida no modo cooperativo. Além disso, o jogo entretém e desafia aqueles que buscam superação e desafios progressivos.
Por fim, Super Crazy Rhythm Castle está disponível para Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 5, PlayStation 4 e PC, via Steam.
*Review elaborada no PlayStation 5, com código fornecido pela Konami.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Vanessa Lopes, Pizza Fria
Atualizado em 5 Dez 2023.