Trigger Witch é um jogo de ação 2D no estilo twin shooter desenvolvido pela Rainbite e publicado pela eastasiasoft. Nele, você entra nos belos sapatinhos de Collete, uma bruxinha recém graduada da academia Stock, da escola de Feitiçaria do Gatilho. Interessado? Excelente.
Pegue seus sapatinhos de cristal e me siga, ávido leitor. É tempo de vermos o que Trigger Witch tem para nos oferecer em mais uma análise do Pizza Fria!
Bang bang bang
Trigger Witch conta a bela história de Colette, uma bruxinha recém-formada na academia da Feitiçaria e do Gatilho. Veja, ela não é uma feiticeira normal, e nem vive em um mundo de magia e unicórnios como o habitual. Nada daquelas besteiras de meninos com raios na testa, ou corujas carregando cartinhas em aniversários.
Não senhora. Neste título, a única magia que importa é aquela que combina pólvora com fogo para gerar explosões. BAM! As varinhas não são de madeira mágica das florestas, mas sim os bons e velhos rifles de assalto com alta cadência, lança-granadas e pistolas de grosso calibre. Ah, os novos tempos. E ainda dizem que o encanto acabou.
O que realmente chegou ao fim, na verdade, foi a tranquilidade de Colette. Logo no começo de Trigger Witch, recebemos a missão de investigar o aparecimento de um sujeito estranho, vestido de preto (porque sempre estão vestidos de preto. Por que nunca usam verde marca-texto?) que estava rondando a vila na qual nossa protagonista vivia.
Aliás, toda essa ideia de armas de fogo e garotas mágicas cria uma dissonância ma-ra-vi-lho-sa entre a temática e os visuais do jogo. É algo incrível, que ajuda a diferenciar Trigger Witch no mar de jogos com gráficos retro que vemos por aí. Ainda mais dentro do gênero de twin stick shooter, que vê em Enter the Gungeon um de seus representantes recentes de maior sucesso.
Mas papito, você pode dizer, o que seriam twin stick shooters? Pois bem, admito ser um gênero que não conheço profundamente. Mas, em termos gerais, são títulos nos quais enfrentamos uma boa quantidade de inimigos dando tiros para todos os lados. A grande diferença para outros jogos com a mesma dinâmica, como Metal Slug por exemplo, é que utilizamos um analógico para mirar e outro para andar, vendo o personagem por cima.
Isso faz o gameplay ser em acelerado e caótico, principalmente em títulos que, como Trigger Witch, possuem mecânicas de dash e esquivas permitindo uma mobilidade fluída para o jogador.
Jogabilidade em Trigger Witch
Pois vamos lá. A jogabilidade em Trigger Witch é algo já provado e aprovado nos jogos desse gênero. Colette anda rápido, pode usar pequenos avanços para se reposicionar no campo de batalha e conta com uma variedade interessante de armas para estourar os pequenos monstrinhos e perigos que se encontram em seu caminho. Clássico.
A ação é simples e fluída. Utilizamos um botão para andar, um para direcionar os tiros e outro para atirar. Fácil, simples e efetivo. Além disso, temos o botão de dash, troca de armas e uma poção de cura que se recarrega com o tempo. A munição das armas é “infinita”, por ser dizer, necessitando de um pequeno tempo para que as reservas retornem.
A única arma que possui munição infinita e pode ser recarregada sem intervalo é o bom e velho revolver. Ele não é tão forte, mas quebra o galho enquanto suas armas secundárias recarregam. É uma mecânica interessante, até, que força o jogador a mudar suas táticas e utilizar o arsenal completo para poder combater os inimigos da melhor forma possível.
Essa dinâmica, no entanto, pode ser uma faca de dois gumes. Ainda que possamos melhorar a munição de nossas armas, pode ser um pouco deprimente ter de trocar no meio da confusão enquanto tiros voam para todos os lados e os inimigos tentam seu melhor para nos fazer em pedacinhos. Contudo, o dinamismo que isso traz para Trigger Witch ainda vale mais, acredito.
Fora isso, temos mapas com um bom tamanho lotados de seres mágicos e outras bizarrices para combater e atirar. É interessante ver os gráficos fofinhos em contraste com todo o sangue e violência resultante dos tiroteios e tretas nas quais Colette se envolve. Lembra bastante o que vi em Lost Ruins, e me agradou bastante.
Além disso, Trigger Witch conta com quebra-cabeças espalhados em algumas dungeons e telas pelas quais devemos passar. A maioria envolve posicionamento e atirar em algo, e me lembraram muito do que era visto nos Zelda de antigamente. Não é nada super elaborado, mas ajuda a quebrar o marasmo que poderia vir de só trocar tiros com tudo o tempo todo.
Fora isso, o jogo conta com um sistema de melhoria de armas e atributos de personagem impulsionado por gemas que conseguimos ao matar inimigos e explorar o cenário. Cada arma possui quatro melhorias possíveis dentro de força, munição, tempo de carregamento e mira. É algo interessante que, além de deixar Colette mais forte, nos dá uma sensação de avanço e progresso.
Apesar disso, o gameplay pode se tornar levemente repetitivo em alguns momentos. O fato de termos lutas na maioria das telas pode fazer com que elas se tornem um pouco enfadonhas com o tempo, mas nada que quebre as rodas da carroça. Se você for um fã do gênero, provavelmente, não vai notar tanto esse ponto.
Por fim, o jogo pode ser levemente curto dependendo da forma que o jogue. Se for seguindo a história direto e acelerado terminará rápido, mas a possibilidade de um New Game + e as 8 armas para utilizar e melhorar conferem uma maior vida útil ao título.
Sons e Visuais
Os visuais de Trigger Witch são adoráveis! O jogo combina aquela arte fofinha com um estilo artístico que lembra muito, novamente, o que víamos em clássicos de antigamente como Zelda. Mas, não é justo pensar que seja apenas uma cópia. As inspirações são claras, mas o jogo possui um estilo que casa bem e se diferencia pela violência. Realmente interessante.
As músicas também são legais, e casam bem com o estilo mais fofuxo e frenético. Não são extremamente memoráveis, mas pontuam bem os momentos de combate e exploração. Os sons e efeitos são legais, e cada arma possui um efeito que ajuda em sua diferenciação e na intensidade que aplicam aos tiroteios.
Vale a pena comprar Trigger Witch?
E agora, leitor. Qual é a boa? Bom, eu posso dizer que meu tempo com Trigger Witch foi bem aproveitado. O combate frenético me agradou demais, e não senti uma repetição excessiva que tornasse o jogo chato. Ainda, achei bem interessante a variedade de armas e o fato que podemos melhorar seus atributos.
Além disso, os puzzles e o mapa maior dividido em zonas ajudaram a quebrar bem o ciclo de tiroteio, mudar de tela, tiroteio, mudar de tela e daí em diante. Ter que trocar de arma quase toda hora me deixou um pouco frustrado, por gostar de utilizar o armamento mais pesado, mas nada que diminuísse meu aproveitamento.
Os gráficos são amáveis e tem um contraste legal com a violência apresentada com as mortes dos inimigos e afins. É um estilo visual interessante, e ajuda bastante a conferir um ar único para o título. Os sons são maneiros, e as músicas casam bem com a cara do jogo.
Por fim, posso dizer que curti Trigger Witch. Se gostar de jogos no estilo twin stick shooter vai amar, e mesmo que não seja familiar com o gênero acredito ter o suficiente para entreter de forma satisfatória. Recomendo.
Trigger Witch está disponível para Xbox https://www.microsoft.com/pt-br/p/trigger-witch/9mst82cgsv90?activetab=pivot:overviewtabOne, PlayStation 4 e Nintendo Switch, podendo ser jogado no Xbox Series X|S e no PlayStation 5 através da retrocompatibilidade. No Metacritic, o game ficou com média de 76 pontos na versão avaliada.
*Review elaborada em um PlayStation 4 padrão, com código fornecido pela eastasiasoft.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Matheus Jenevain, Pizza Fria
Atualizado em 11 Set 2021.