Guia da Semana

Zombie Army 4: Dead War é um jogo de tiro em terceira pessoa desenvolvido e publicado pela Rebellion. Usando a engine do renomado Sniper Elite, o título o coloca no controle de um grupo de personagens durante uma invasão de zumbis na Europa. A jogabilidade é estruturada na forma de outros títulos populares como Left 4 Dead e, mais recentemente, World War Z, mas durante a Segunda Guerra Mundial. Lançado em fevereiro de 2020 para PlayStation 4, Xbox One e PC, via Epic Games Store, ele acaba de chegar à Steam, rompendo a exclusividade com a Epic.

É tempo, leitor. Pegue suas coisas e vamos para a próxima sala segura. Avante! Vai começar mais uma review do Pizza Fria!

Zumbis nazistas… novamente?

O título fala por si mesmo, não é leitor? Zumbis nazistas tentam dominar a Europa, e 4 membros da resistência embarcam em uma jornada através de diferentes países para encontrar um cientista chamado Schweiger, que pode saber como resolver a treta toda. Muito simples, e vale mais como uma linha para conectar as diferentes fases, e suas temáticas, que o jogador deve passar. Não é nenhum Shakespeare, mas quebra o galho.

O mais importante de Zombie Army 4: Dead War é a jogabilidade, que é muito divertida. Logo de cara você escolhe um personagem, cada qual com suas vantagens específicas. Uma arma primária dentre as opções de rifles de precisão. Uma secundária, sendo espingarda ou metralhadora. E um revolver. Além disso, o arsenal conta com granadas e minas para controle de pontos na hora de sobreviver as hordas. É um kit interessante, que permite inventar bastante na hora de passar o rodo na zumbizada.

Zombie Army 4: Dead War
Rocky Zumboa (Imagem: Reprodução)

Uma coisa que quebra muito esse esquema, recruta leitor, é o uso de microtransações. Mais da metade do conteúdo está atrás de passes e compras, e isso diminui bem a variedade real que o jogo poderia oferecer. Cosméticos e dancinhas, ok. Mas armas mais criativas como a de arpão, e outros personagens, estão presas atrás de um valor adicional que deve ser pago. Nada fora do que a indústria pratica hoje em dia, mas chato da mesma forma.

Fora isso, a jogabilidade de Zombie Army 4: Dead War é bem fluída. Atirar é bom, as armas tem um bom peso e o esquema de tiros com arma de precisão importado de Sniper Elite funciona bem, apesar do caráter maior de combates em curta distância. Todo personagem conta com três habilidades principais além das armas, que carregam ao se garantir abates.

Uma é um golpe forte com a arma equipada, com diferentes efeitos como dano aumentado ou certo nível de cura. Outro é um finalizador, que mata determinados zumbis em um golpe e recupera uma boa parte da barra de vida do personagem. Isso é muito bom para quebrar um galho nos momentos difíceis e dá um motivo a mais para se jogar de forma agressiva. Além de ajudar a manter o contador de abates e pontos sempre alto.

Zombie Army 4: Dead War
Em Zombie Army 4: Dead War, nem se pode andar nos esgotos em paz. Trágico (Imagem: Reprodução)

Além disso, as armas também são customizáveis até certo ponto. Ao subir o nível do personagem e coletar caixas de upgrade, você pode fazer modificações em alguns atributos ou adicionar efeitos. Por exemplo, você pode colocar um módulo em uma das espingardas que faz ela dar tiros com efeito de trovão.

Zombie Army 4: Dead War também permite equipar habilidades nos personagens, que vão desde aumento em tipos de dano e equipamentos até coisas como poder se reviver após cair matando algum inimigo ou tirar torretas para utilizar sem precisar do apoio. Não é nada surpreendente, mas ajuda a adicionar mais uma camada de complexidade e customização que pode gerar experiências diferentes, e também permitir uma sinergia melhor entre grupos que escolhem habilidades e kits que se complementam.

Logo, não é nada que nunca foi visto antes. Entre em uma casa segura, saia dela para outra, ative x coisas y vezes ou sobreviva ao ataque de uma horda. Mas a mecânica mais focada em armas de precisão e o peso do combate fazem o conjunto ser bem divertido de jogar, sozinho ou em grupo.

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Malditos inimigos que explodem. (Imagem: Repdrodução)

Visuais e sons

Veja bem, leitor. A Segunda Guerra Mundial é um dos temas mais batidos em jogos que já vi, zumbis então nem se fala. Qualquer árvore que você acerte um shoryuken irá derrubar centenas de jogos de zumbis. Por isso Zombie Army 4: Dead War não possui originalidade na temática, ainda que seja bom ter. O que dá um pouco a mais de brilho são os cenários e os detalhes, dados a cada um.

Zombie Army 4: Dead War
Clássico. (Imagem: Reprodução)

E isso é uma coisa a se notar. Graficamente, o jogo é funcional. São nos cenários e nos pequenos detalhes que ele brilha. Na ambientação, na névoa, em certos pontos lotados de simbolismos ou bonecas bizarras. Nos memes. São nos pormenores que Zombie Army 4: Dead War chamou minha atenção.

E isso é algo melhor apreciado ao se jogar solo. Zombie Army 4: Dead War foi feito para ser cooperativo, mas passar pelas fases na doideira e correria faz com que essa ambientação seja mais difícil de ser apreciada. Isso, claro, e dificuldades mais altas. De qualquer forma, recomendo tirar um tempo para apreciar cada detalhe pelo menos uma vez.

Zombie Army 4: Dead War
O amor que eu sempre busquei? (Imagem: Reprodução)

Visualmente falando, outra coisa interessante em Zombie Army 4: Dead War são os efeitos de sangue e destruição dos inimigos. Principalmente quando o jogo entra em câmera lenta para mostrar a trajetória do projetil. Ou quando se acertam tiros de espingarda em vários zumbis ao mesmo tempo. O que foi senhor zumbi, você e seus amigos querem jantar meus bíceps torneados? BLAM. Excelente.

Tudo em tudo considerando, ainda que o jogo não seja visualmente maravilhoso as ações tem impacto e os cenários são bem construídos o suficiente para terem sua identidade única.

Zombie Army 4: Dead War
Bang bang. (Imagem: Reprodução)

Quanto aos sons e músicas, não há muito o que se falar. O barulho dos tiros e explosões é bom, e ajudam para que cada headshot seja ma-ra-vi-lho-so. O som que os zumbis especiais fazem também é legal, e ajuda a subir a adrenalina quando necessário. Os gritos dos que explodem, por exemplo, me fazem sentir aquele sentimento confortável de raiva que tenho sempre que enfrento qualquer coisa que estoure na minha cara.

A trilha sonora Zombie Army 4: Dead War não é nenhum Final Fantasy 7 Remake da vida, mas pontua bem os momentos. O que disse leitor? Por que estou comparando a trilha sonora de um jogo de tiro em terceira pessoa com um RPG renomado? Boa pergunta. Também queria saber se foi você que comeu minha lata de leite condensada da geladeira. Tinha até meu nome, seu ordinário.

Zombie Army 4: Dead War
Referências, muitas referências em Zombie Army 4: Dead War. (Imagem: Reprodução)

Vale a pena comprar Zombie Army 4: Dead War?

E aí, qual o veredito de Zombie Army 4: Dead War? O jogo é divertido, e tem uma boa longevidade pelo teor multiplayer, uma campanha surpreendemente longa e um modo horda bem funcional. Além disso, as fases possuem colecionáveis que podem ser encontrados, o que dá um motivo extra para explorar mais a fundo cada mapa. A jogabilidade é boa, embora não seja de todo original. A história é descartável, mas funciona. A trilha sonora não é tão memorável, mas os efeitos sonoros são bons.

Tudo em tudo considerado, me diverti bem com o jogo e devo terminar mais uma vez. Se você curtir jogos cooperativos ou só dar uns tiros em zumbis, Zombie Army 4: Dead War é uma boa pedida. Se gostar do gênero posso recomendar tranquilamente. E ainda há um bônus: assinantes PS Plus poderão baixar o jogo gratuitamente a partir do dia 6 de abril. Uma ótima dica para jogatina em grupo.

*Review elaborada em um PC equipado com AMD RX, com código fornecido pela Rebellion.

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Por Matheus Jenevain, Pizza Fria

Atualizado em 5 Abr 2021.