Por Humberto Baraldi
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Além dos dotes musicais, Chico Buarque empenha-se no mundo teatral e também na literatura. Talvez, um dos seus maiores sucessos foi o livro Budapeste. O romance é baseado na história de um ghost-writer, um profissional que escreve o que outras pessoas assinam. Com o nome de José Costa, no Rio, e Zsoze Kósta, em Budapeste, dois homens que são um só trazem à tona alguns conflitos do cotidiano e traduzem a capacidade artística de Buarque.
O dom de Chico pela escrita surgiu em 1965. A pedido de Roberto Freire, diretor do TUCA, o artista musicou o poema Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, para a montagem da peça. Desde então, sua presença no teatro brasileiro tem sido constante.

Calabar: o Elogio da Traição, foi escrita em 1973, em parceria com o cineasta Ruy Guerra e dirigida por Fernando Peixoto. A peça relembra a posição de Domingos Fernandes Calabar no episódio histórico em que ele preferiu tomar partido ao lado dos holandeses contra a coroa portuguesa. Apesar de todo o investimento, a peça foi censurada pela ditadura militar.
Dois anos depois deste episódio veio Gota d´água. A tragédia urbana, em forma de poema, tem como pano de fundo as situções sofridas pelos moradores de um conjunto habitacional. A primeira montagem teve Bibi Ferreira no papel principal e a direção de Gianni Ratto.
Baseado nos textos Ópera dos mendigos (1728), de John Gay, e Ópera de três vinténs (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill, Ópera de Malandro, de Chico Buarque, partiu de uma análise dessas duas peças e contou com a colaboração de Maurício Sette, Marieta Severo, Rita Murtinho e Carlos Gregório.

Atualizado em 6 Set 2011.