Guia da Semana

A noite é sem dúvida reduto de tendências e uma das principais fontes de novidades. Envolve desde o tímido que mexe o pé no batidão da pista, até os que chacoalham o corpo sem medo de ser feliz. Um novo estilo vem fazendo a galera jogar, e muito, a cabeça, ou melhor, o cabelo na balada. Presente, em especial nas baladas LGBT, o bate cabelo faz sucesso na capital paulista, mas não somente entre as transformers. Nas pistas de dança, qualquer um pode jogar a cabeça para os lados na mesma batida da música.

A moda chegou à TV e ganhou ainda mais repercussão por conta de um quadro no dominical Programa Eliana, no SBT, que promove atualmente um concurso entre drags, para eleger quem é a melhor no quesito bate cabelo. O Guia da Semana foi atrás de quem pratica essa febre cabeluda e descobriu quem são as "rainhas" na categoria. Confira!

Estilo eclético

As origens do bate cabelo são desconhecidas. Alguns dizem que a onda surgiu na década de 70, com o heavy metal, quando os roqueiros balançavam a vasta cabeleira, embalados por riffs de guitarra e tinham o apelido de headbangers. Por volta dos anos 80, todo bom metaleiro cultivava uma a vasta cabeleira sem receio. Os penteados atingiam níveis caóticos como o de bandas clássicas, como Twisted Sister e Poison, e arrancavam, inclusive, suspiros de muitas mulheres, como por exemplo, no caso do poser Jon Bon Jovi. Atualmente, o cantor se rendeu ao tipo mais clássico, mas ele já esbanjou uma juba pra lá de selvagem.

Foto: Reprodução

A banda de metal Twisted Sister é uma das referências do bate cabelo no rock

Há quem ainda vincule o ritmo às madeixas compridas. Mas o que se vê nos dias de hoje é uma outra realidade. O movimento se expandiu e foi parar em tipos totalmente opostos aos das bandas de rock. E hoje figura, inclusive, nos palcos de forró, vide a elétrica Joelma e suas madeixas loiras. A vocalista do Calypso não abre mão de chacoalhar a cabeça, assim como a pequena Willow Smith, de apenas 10 anos, filha do ator Will Smith. A jovem se lançou na carreira de cantora, e de batedora de cabelo, tanto que seu primeiro single se chama Whip My Hair - traduzindo, algo como "chicotear com o cabelo". Veja o clipe!

Trabalhadas na purpirina

Foto: Divulgação

Robytt Moon é uma das juradas no concurso de bate cabelo do Programa Eliana

O sucesso do movimento é tanto que o mundo das drags não poderia ficar de fora. As transformistas mostram que têm, literalmente, força na peruca e batem seus cabelos nos palcos da noite no Brasil, e o melhor, sem descer do salto e nem desmanchar o penteado. O Programa Eliana, no SBT, promove um concurso no qual transformistas de todo o Brasil podem expor suas coreografias e, claro, batendo o cabelo. A vencedora recebe mil reais e um kit de perucas by Zezinho (muito útil para as participantes, sem dúvida!).

Seguindo a onda de divas da música como a cantora Beyoncé, que não abre mão de bater seus cabelos a cada show, muitas drags fizeram disso um "up" nas coreografias e hoje disputam quem bate mais, e com mais glamour, suas madeixas. Responsável há dois anos consecutivos pelo título de Rainha do Maior Bate Cabelo do Brasil, a drag-queen Robytt Moon faz apresentações há cerca de 13 anos e diz que não tem um preparo específico para montar os shows. "Toda semana tenho uma agenda lotada. Os movimentos são mecânicos e não tem um ensaio. Não tenho tempo de ir para a academia, mas sei que seria muito necessário", comenta.

Segundo a transformista, cada drag tem seu próprio jeito de bater o cabelo e ela também tem suas particularidades. Robbyt afirma com segurança ser uma referência no assunto e comenta que há muita concorrência no meio. "Logicamente vou querer fazer melhor que a outra. Drag queen tem muita questão de ego. Ganhei duas vezes o título e é como se eu fosse uma autoridade no assunto. Sei fazer e muito bem. Pode ser que tenha alguém que faça melhor, mas ainda não apareceu do meu lado", ressalta.

Foto: Divulgação

A transformista Stripperella realiza performances de bate cabelo há seis anos

Outra craque no assunto é a drag queen Stripperella. Tida como uma das estrelas do casting na boate gay Blue Space, em São Paulo, a transformer pratica o bate cabelo há seis anos e incluiu o gênero em suas apresentações depois de ver a reação do público. "Assistia a muitos shows, mas nunca pensei em bater cabelo. Coloquei no meu show e o público gostou. Nunca treinei e minha evolução veio conforme as apresentações. Sinto a batida da música e faço".

Totalmente preocupada com a boa forma, Stripperella faz academia, exercícios aeróbicos e musculação, para ter mais condicionamento físico e não sair do palco cansada. "Faço um alongamento no pescoço, porque já tive torcicolo de tanto bater cabelo em um final de semana. O meu grande diferencial é a velocidade com que eu faço bate cabelo. Dizem que é o mais rápido", revela.

Segredo...

Grande parte das transformistas adeptas do bate cabelo usa peruca. E o segredo para manter a juba glamourosa no lugar tem nome: grampo! Segundo Robytt Moon, quanto mais presa está, melhor. "Uso esparadrapo normal. Passo a fita em torno da cabeça, fixo bem, coloco a peruca e prendo com grampos. Há pessoas que usam cola, mas eu fixo mesmo com os grampos", confessa.

Para ela, a grande dificuldade em praticar o bate cabelo é o equilíbrio. "Conforme é feito um movimento repetitivo com a cabeça, começa a ficar tonto, zonzo. Mas a técnica para manter o eixo e o equilíbrio é segredo". Já para Stripperella, o bate cabelo é a parte mais fácil do show. "A força é o mais difícil. Jogar a cabeça é fácil. Já caí, mas não fazendo o bate. Não uso peruca, meu cabelo é natural, então não tem perigo de sair voando pelo menos", confessa.

Confira 5 hits especiais para bater o cabelo e arrase!

VEGAS - Vandalism & Static Revenger
Hold It Against Me - Britney Spears
Stronger - Kathy Brown
Feel It - Tamperer feat. Maya
You Used To Hold Me - Calvin Harris

Atualizado em 10 Abr 2012.