Dédale

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Pierre Coulibeuf (foto) apresenta o universo de Iberê Camargo no filme-instalação Dédale. O trabalho do cineasta francês é composto por três projeções em vídeo e uma série de fotografias. A instalação pretende dialogar com o espaço expositivo da instituição para construir uma nova realidade a partir do ambiente e da arquitetura.

Filmado em Porto Alegre em março deste ano os vídeos partem da mitologia grega para construir uma história que relaciona a obra de Iberê e o projeto Álvaro Siza. Dédale busca na figura mitológica de Dédalo e seu labirinto construído para aprisionar o Minotauro sua estrutura formal, servindo como metáfora que ecoa na estrutura arquitetônica criada para a sede da Fundação por Siza. Coulibeuf afirma ainda que os elementos são aliados à ideia e movimento e dinâmica que pertence às pinturas de Iberê.

O artista pretende fazer com que os espectadores se percam nesse labirinto cinemático criado por ele para que, em momentos diferentes da história, sejam confrontados com o trabalho de Iberê Camargo - de forma mais ou menos repentina e sob diversos pontos-de-vista.

Dédale é um filme de ficção que tem como personagens um casal formado pelos atores Vania Rovisco e Matheus Walter. Eles equivalem às figuras mitológicas de Ariadne e Teseu. , mas não representam ou interpretam estes personagens: referem-se a eles em uma espécie de história paralela, ligada ao espaço mental, em oposição a seus papéis na vida real.

A exposição faz parte das iniciativas alusivas ao anos da França no Brasil, o França.Br 2009. O projeto surgiu em 2006, por iniciativa do curador Gaudêncio Fidelis. Na época, Fidelis, que assina a curadoria da mostra, vislumbrou no trabalho de Coulibeuf a possibilidade de contextualizar a obra de Iberê Camargo no universo contemporâneo, a partir do olhar de outro artista.

Foto: Fabio del Rei / Divulgação