Guia da Semana


Definitivamente de chef e baiano todo mundo tem um pouco. Pode ser através da religião, da cultura, da música, da gastronomia ou qualquer outra origem, mas enquanto há vida brasileira, há uma pitada da Bahia.

Algumas pessoas devem lembrar da propaganda do Governo da Bahia, que passava em muitos canais de televisão, falando "Todo brasileiro é baiano". Em primeiro momento achei um exagero, mas no mínimo o axé baiano, aquela alegria e o colorido são encontrados em qualquer canto do País.

Na cozinha de um soteropolitano o azeite de dendê não pode faltar. Só? Lógico que não, pois não pode faltar também o leite de coco, o cheiro verde, pimenta e a farinha de mandioca. Os frutos do mar também marcam presença junto ao peixe. Que Iemanjá devolva-me suas oferendas se em alguma cozinha de brasileiro não tem um desses ingredientes!

Ao preparar qualquer quitute à moda da casa, já repara-se o lado chef de cada um, nem que seja para fazer como eu, que frita ovo com cheiro verde. " ´Orra, meu´, cheiro verde"? "Oxê, que beleza"!

Os bons fluídos baianos ajudam os que não gostam ou não levam jeito com o fogão e as panelas, pois chefs de cozinha estão espalhados por toda parte e para todos os bolsos. Donos de barracas de Acarajé, cozinheiros de bares que preparam aperitivos suculentos, ambulantes com isopores recheados de espetinhos de camarão, restaurantes sofisticados ou até mesmo um parente que o convida para aquele almoço de domingo pode ser um bom gourmet.

Atire o primeiro prato aquele que nunca viu na mesa, nem que seja na casa de um amigo, um peixe ao leite de coco nos feriados de Sexta-feira Santa. Ou aqueles que têm família baiana, que a avó faz grandes quantidades de Vatapá de Camarão e Caruru com Quiabo? Pois é, aos que não podem gastar, um convite como esse seria providencial. Nesses casos, o chef tem um tempero já conhecido, e o pagamento máximo é ajudar a arrumar a cozinha.

A comida rápida pode ser servida por aqueles que trabalham em cozinhas móveis. Na barraca da Baiana, que fica na região de Santo Amaro, em São Paulo, a massa do Acarajé é frita na hora e o recheio é colocado a gosto do cliente, inclusive na hora de dizer se é quente ou não, ou seja, apimentado ou não. Os valores são bem acessíveis, e outras barracas podem ser encontrados nas praias, parques e até nas ruas e avenidas.

Aos que moram ou estão a passeio por São Paulo e não abrem mão do glamour, não podem deixar de visitar alguns restaurantes. Um deles é o Capim Santo, na região central da cidade, que oferece requinte, luxo e uma cozinha especializada em comida brasileira. As opções no cardápio variam entre aves, peixes, carnes e frutos do mar, e para beber uma média de 250 rótulos de vinho. Eu tive a oportunidade de conhecer e provei um linguado recheado com pupunha acompanhado de petit gateau de banana terra. Para beber, uma taça de vinho argentino Tamari. E a sobremesa, sugestão do gerente, um delicioso brigadeiro de pistache. Que os deuses me perdoem pela gula e por mais uma quebra de dieta!

Ficar em casa também é válido. Às vezes, colocar um avental e seguir ou inventar uma receita não é nada mau. Dar toques pessoais de glamour e simplicidade a um prato pode ser o carnaval gastronômico da sua vida. Que tal, meu rei?
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Quem é a colunista: Talita Matos


O que faz: Jornalista da Rádio Transamérica

Pecado gastronômico: Qualquer prato com cheddar


Melhor lugar do Brasil: Guarda do Embaú - SC


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Atualizado em 7 Ago 2012.