Guia da Semana

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Os chefs Alex Atala e Alain Poletto, sócios do novo restaurante

Logo na entrada um banco de praça traz grafado Dalva e Dito no seu encosto. No interior, a impressão que se tem é de estar passeando pelas cidades históricas de Minas Gerais, com uma parede feita por índios guaranis e uma decoração que lembra algumas outras partes do país. Essas são as primeiras impressões de quem entra na nova casa de Alex Atala, que tem como proposta resgatar a comida do Brasil colonial nos padrões da nova gastronomia.

Com investimento de R$ 6 milhões de reais, gastos em 22 meses de obras, o restaurante é um projeto do arquiteto Marcelo Rosenbaum e conta com uma "cozinha dos sonhos", segundo o chef francês Alain Poletto, sócio de Atala na nova empreitada. O charme do local também fica por conta do nome, inspirado no folclore e nos costumes brasileiros. "Dalva é a primeira estrela que aparece ao anoitecer. Dito é um contrativo de São Benedito, padroeiro dos cozinheiros" explica Atala.

Comparações com o D.O.M, o empreendimento mais famoso de Atala, são inevitáveis. Mas as diferenças já começam no preço - um almoço executivo sai em média por R$ 37,00. Resta esperar para conferir se o Dalva e Dito vai cumprir sua promessa: uma boa opção para visitar um restaurante de primeira sem desembolsar uma fortuna.

O sonho que virou realidade

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Salão do Dalva e Dito

Nada no Dalva e Dito é por acaso. Para garantir um resultado impecável na inauguração do restaurante, Polleto acompanhou a sua construção de perto e, segundo ele, conhece cada centímetro e tijolo do restaurante. O chef ficou responsável por planejar e elaborar a cozinha de vidros transparentes, que promete ser uma das grandes atrações da casa. "É a cozinha dos meus sonhos. Nunca vi um espaço como esse, tão aberto. O vidro vai do teto ao chão. Não tem erros, sob o ponto de vista operacional. É bonita e funcional".

A brigada é composta de 70 pessoas, incluindo três subchefs, chefs de partida, assistentes e funcionários da pia. "Estamos à vista dos clientes. Então, tudo deve ser perfeito", explica Poletto. Para selecionar os funcionários o francês encarou um desafio. "Recebi mais de 300 currículos e separei de acordo com o que eu precisava. Para mim, o garçom é tão importante quanto o cozinheiro".

A preocupação com o atendimento deve-se tornar outra marca registrada do Dalva e Dito, que aposta em uma equipe de garçons que seja mais do que apenas "carregadores de comida". Para alcançar o objetivo, todos eles aprenderam a finalizar os pratos na frente dos clientes, para resgatar o do serviço chamado de guéridon. Além disso, trancheurs especializados circulam pelo salão, destrinchando com habilidade as peças de carnes e aves que saem do rotissoire.

Paladar apurado

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Sela de cordeiro, prato mais pedido no Dalva e Dito

O cardápio prioriza o simples e o rústico, tendo como ponto de partida sete opções de entrada. Destaque para o creme de palmito com ervas caipiras (R$ 15), a salada de músculo de boi com feijão fradinho e ervilha torta (R$ 21) e o o couscous paulista com camarões e salada (R$ 21).

Já os pratos principais estão divididos entre carnes, aves, peixes e espetinhos. Entre as estrelas, estão os pratos que recebem cozimento em baixa temperatura, como o angus prime rib (R$ 76) e os assados preparados na rotissoire - contrafilé, frango aberto e galetto - (R$ 64), servidos com acompanhamentos caseiros (arroz, feijão, farofa, couve, batata e creme de milho). Mas ironicamente, o que vem se firmando como o carro-chefe da casa é a opção menos brasileira do menu: a sela de cordeiro (R$ 145 para duas pessoas). "Ela está fazendo um sucesso maravilhoso", diz Polleto.

Entre as sobremesas figuram ilustres representantes nacionais, como o açaí com banana e guaraná com sorvete de tapioca e granolinha (R$ 14), creme de papaya com catuaba (R$ 14) e creme de chocolate com priprioca (R$ 14).

Atualizado em 7 Ago 2012.