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O gosto pela comida se manifesta desde quando nascemos e se estende pelo resto de nossas vidas, sofrendo alterações mais ou menos profundas.

Se as mães não educassem seus filhos impondo a eles alimentos com novos sabores, a tendência das crianças seria de se alimentar com leite e comidas doces por toda vida.

Com o tempo, a decisão da escolha dos alimentos, passa a nos pertencer, acostumando nosso cérebro a apreciar e repetir determinados gostos. Muitas pessoas não entendem este mecanismo e permanecem fechados em seus costumes, convencidos que seus gostos não podem ser mudados.

Essa convicção nasce, talvez, do fato de que a primeira vez que entramos em contato com novo sabor, saímos de nossa zona de conforto, zona esta que nos tranquiliza perante a repetição de sabores já conhecidos, e nos coloca frente ao problema de entender, saborear e aprovar uma novidade.

Se não fizermos um esforço inicial, se não saírmos de nossa zona de conforto, nunca ampliaremos nossos horizontes sensoriais, e quanto mais limitado é nosso patrimônio sensorial, tanto maior será o número de aromas e sabores que não apreciaremos.

A culinária é considerada uma arte, mas diferentemente das outras artes, que só interessam a uma parte da população, a cozinha é uma arte que todos podem usufruir.

Leia a coluna anterior do chef Pier Paolo Picchi

Sabores