| Foto: Photocase.de |
 |
Minha primeira preocupação são os chocotones. A cada ano, aumentam as opções disponíveis, e a qualidade tem se mantido muito boa. Após algumas derrapadas, a Bauducco parece ter acertado a dose, sem regular gotas de chocolate para os que não querem se lambuzar com o Maxi. O chocotone deles este ano estava macio e saboroso. Uma boa opção por um preço justo.
Não gosto muito daqueles que aparecem com exagerados recheios cremosos. Você corta uma fatia e escorre aquela abundância toda. Nestes dias de verão é uma maravilha. Certa vez fui cortar um desses panetones e, devido ao calor, ele parecia um chafariz rachado, escorrendo recheio para todo lado.
Acho que existe uma medida certa para tudo. Tem que saber dosar, mesclar a quantidade ideal de massa e recheio. Dois bons exemplos de chocotones que mantém a qualidade são os da Pizzaria Bráz e da Kopenhagen.
O primeiro é um dos melhores que já experimentei. Ele segue a linha dos típicos panetones milaneses, mais baixos e largos que os tradicionais panetones brasileiros. Com cobertura de amêndoas e pedaços de laranja misturados com chocolate, você fica entre dois pecados: o crime, por não experimentar essa delícia, ou a gula, por acabar com ele em apenas algumas horas.
O da Kopenhagen já havia me decepcionado há alguns anos. Desta vez, porém, parece que acertaram a mão. Embora a cobertura de chumbinho seja um tanto exagerada e doce, a massa estava macia e a quantidade de chocolate era muito boa. E, obviamente, um chocolate de excelente qualidade como o da marca não pode ser desprezado.
Acho que os parágrafos acima já explicam o porquê da minha apreensão ao ver dezembro chegar. Evitar exageros nesta época do ano é quase tão simples quanto pedir para um faquir deitar de frente na cama de pregos. E olha que minha preocupação já começa em novembro, muito antes das festas de fim de anos e ceias familiares.
Chega dezembro e é aquela explosão de eventos. São festas, comemorações, confraternizações e o que mais tiver pela frente. Você vai ao café da manhã daquele cliente? Não se esqueça do almoço da empresa. Ah, tem o happy hour com os amigos, a festinha do pessoal da academia... ufa! Fico achando que, se comer mais um croquete, meu umbigo desaparece.
Você está contabilizando ainda? Então não se esqueça das bebidas. Porque ninguém passa por essa quantidade de comemorações a seco, certo? Tenho amigos que são eficientes nesse quesito. Um deles - que, aliás, é hábil também no fogão - se herdasse um alambique, morreria pobre, tamanha é a sede do rapaz.
É, fim de ano, definitivamente, não é época de contar calorias. Se não conseguiu segurar as pontas até novembro, esqueça. É por isso que o ano novo começa com juras e promessas. Tem gente que já gastou tanta flor com pedido para Iemanjá que poderia abrir uma floricultura, ganhar dinheiro e correr para um spa.
Portanto, desisti de calcular qualquer coisa. E vou colaborar não indicando nenhuma boa casa para você se esbaldar também. Fica para a próxima crônica. E, já que estamos em ano de eleições, prometo que vou chegar fininho ao final de 2010.
Tá pensando que é brincadeira? Se não tomar cuidado, daqui a pouco me convidam para alguma vaga de Papai Noel. Dizem que dá pra ganhar um troco. E, com aquele monte de roupa, acho que ainda consigo queimar umas calorias. Mas não quero apostar nisso, ao menos por enquanto. Um gordo e gostoso 2010 pra você.
Quem é o colunista: Marco Esteves, sempre o personagem de alguma crônica gourmet.
O que faz: É jornalista e redator publicitário.
Pecado gastronômico: quem nunca cometeu nenhum, que atire a primeira jaca.
Melhor lugar do Brasil: Depois que visitar todos, eu decido.
Fale com ele:
[email protected]
Atualizado em 7 Ago 2012.
Mais notícias
Dia do Atum 2024: 10 restaurantes em São Paulo para comemorar a data
Dia do Churrasco: veja onde comemorar a data em São Paulo
Basilicata celebra 110 anos com menu de clássicos da casa a preço fixo; saiba tudo!
10 restaurantes imperdíveis da São Paulo Restaurant Week 2024
São Paulo Restaurant Week 2024: tudo sobre a nova edição do festival
