Guia da Semana

Da terra que vem todos os alimentos e a ela devemos respeito. Essa é a ideia que define o movimento internacional Slow Food, que, muito além de pregar um outro tempo de degustação e preparo dos pratos, defende práticas sustentáveis em toda a cadeia de alimentos. Do plantio, sustentável e sem uso de agrotóxicos, a uma gastronomia que valorize os sabores e ingredientes regionais, passando também pela justiça aos valores pagos ao pequeno produtor e apreço ao seu trabalho, o Slow Food ampliou seu foco de ação e hoje está organizado em 153 países.



Há 10 anos no Brasil, o Slow Food possui 23 núcleos estabelecidos em todas as regiões. Para tornar vivas essas bandeiras, o movimento organiza entre 19 e 22 de março o segundo encontro nacional, o Terra Madre Brasil, no Complexo Cultural da Funarte, em Brasília. "Com o barulho em torno do evento, queremos propor um novo grau ao atual olhar da gastronomia. Após seu boom, quando as pessoas descobriram os prazeres gustativos, sociais e criativos ao aprender e valorizar uma taça de vinho e pratos sofisticados, é hora de ver que todos, sejam gourmets, chefs, restauranteurs e produtores, têm um grande papel na sociedade pela relação de cada um com o alimento", comenta Teresa Corção, chef-proprietária do restaurante carioca O Navegador co-líder do grupo organizado no Rio de Janeiro.

Nesse intuito, os temas centrais deste ano serão a alimentação escolar, a agricultura familiar e a formação do consumidor consciente. Cerca de 550 participantes de todo o país irão debater as temáticas, além de compartilhar projetos e ideias. À tarde, o evento abre as portas para o público com a feira sobre identidade alimentar.

Dividido em nove tendas, o espaço trará informações, amostras e atividades culturais das cinco regiões nacionais e de algumas etnias. Na tenda Afro e Quilombolas, por exemplo, catadores de aratu, do Sergipe, produtores de Marmelada de Santa Luzia (GO) e catadores de Ostras, de Cananéia (SP), promovem intercâmbio de seus saberes. Já a região Norte será representada por pescadores amazônicos, produtores de castanha do Brasil e por trabalhadores artesanais ligados ao açaí e à pupunha.

O criador do movimento da Slow Food, o jornalista italiano Carlo Petrini estará pela primeira vez no Brasil para apresentações públicas. Ele fala aos participantes do Terra Madre no encerramento e profere duas palestras em São Paulo no dia 24, quando aproveita para lançar e autografar seu terceiro livro traduzido para o português, Slow Food - princípios da nova gastronomia.

2ª Edição Terra Madre Brasil
Data: De 19 a 22 de março,
Das 9h às 18h (palestras) e das 18h às 22h (Feira da Identidade Alimentar)
Local: Complexo Cultural Furnarte

Palestra e sessão de autógrafos Carlo Petrini
Dia 24 de março, às 11h
Local: Auditório do Senac - Santo Amaro

Edição especial Entre Estantes e Panelas, com Carlo Petrini
Dia 24 de março, às 18:30h
Local: Livraria Cultura - Conjunto Nacional

Atualizado em 7 Ago 2012.