Guia da Semana

Foto: Getty Images


Não posso deixar de iniciar esta coluna com um alegre Namaste! (o Deus em mim saúda o Deus que está em você). Acho esta forma indiana de saudação fantástica, pois é carregada de simplicidade, humildade e, ao mesmo tempo, é cheia de profundidade. Essas são características que traduzem bem o jeito do povo indiano e também mostra a sua diversificada gastronomia. Isso mesmo, a gastronomia indiana é simples, mas nem por isso perde em profundidade e diversidade.

Os pratos da Índia, seus sabores, seus temperos, métodos de preparo, até mesmo as formas de saboreá-los são tão variadas como a magnífica diversidade do país. Afirmo, sem medo, que podemos deliciar de diferentes pratos indianos a cada dia, durante os 365 do ano, durante várias dezenas de anos, sem repetir sequer as sensações. E que sensações... Esta é exatamente a grande riqueza da gastronomia indiana: uma simples receita consegue provocar todos os nossos cinco sentidos e em alguns casos, aflorar um sexto. Os sabores, cores, texturas, perfumes e toda a arte que envolve esta gastronomia são, às vezes, indescritíveis e é preciso colocar, literalmente, "as mãos nas especiarias" para compreender todas essas sensações.

A comida indiana não é apenas o curry, como acreditam tantas pessoas que vivem longe desta rica gastronomia. Na verdade, utilizamos uma infinidade de especiarias, e são exatamente elas as principais "culpadas" por tanta diversidade. Na verdade, cada região da Índia tem sua própria cultura e hábitos alimentares peculiares, oferecendo, assim, uma gama incomparável de delícias culinárias, agradando tanto aqueles que preferem sabores quentes e ácidos, quanto os que apreciam os adocicados. As receitas são impregnadas pelo clima e história de cada região, e vale lembrar que estamos falando de uma civilização milenar.

A culinária indiana, de fato, proporciona uma verdadeira viagem gastronômica e é para esta viagem de sabores que gostaria de convidar a todos. Mas será uma viagem longa, pois precisamos não só atravessar o oceano, mas vamos precisar conhecer, testar, experimentar e nós inspirar com muitos hábitos e costumes de várias regiões. Mas, por hoje, só me resta fazer o que os grandes "chefs indianos" fazem, geralmente no início do preparo de um prato: agradecer aos Deuses e pedir a bênção para que possamos realizar juntos uma bela jornada gastronômica.


Quem é o colunista: Um apaixonado pela Índia que transformou sua paixão em profissão.

O que faz: Analista Internacional, especialista em Índia, presidente da Câmara de Comércio Índia Brasil, proprietário do Centro Cultural e Gastronômico Maharaj, onde também é Chef Executivo.

Pecado gastronômico:Ir a Nova Delhi e não visitar o melhor restaurante indiano do mundo: Bukhara.

Melhor lugar do mundo: Onde estiverem os amigos e a família.

O que está ouvindo no carro, iPod, mp3: Anoushka Shankar, Chet Baker, e uma grande surpresa: CD Horizonte dos músicos Marcelo Gaz e Bob Tostes, em especial a música Jazz e Vinho (duas de minhas grandes paixões).

Fale com ele: [email protected] ou siga seu Facebook.



Atualizado em 7 Ago 2012.