Com 2.250 metros de extensão, 110 metros de largura e com profundidade de três a cinco metros, a raia olímpica, no Butantã, faz parte da paisagem de São Paulo. Mas ela não está lá somente como enfeite ou espelho d´água. O local é perfeito para a prática do remo, mas para quem nunca sequer entrou em uma canoa, existem clubes que ministram aulas e mostram com quantos remos se faz um esporte.

Engana-se quem pensa ser difícil aprender a remar. Embora a idade mínima para praticar seja 12 anos - devido ao tamanho dos equipamentos e não pela dificuldade - qualquer pessoa pode participar das aulas. "A atividade utiliza todos os músculos, especialmente as pernas, a região lombar, os braços e o tronco", explica Acácio Roberto Lemos, responsável técnico e professor do curso de remo do Clube de Regatas Bandeirante, um dos que tem cursos voltados para o esporte.

Por não ser difícil, o curso não é longo. "São de um a dois meses de aula, dependendo da frequência do aluno", explica. E as instruções não se restringem ao manuseio do remo. "Os alunos precisam entender como é a circulação na raia e ter o domínio do barco". Saber nadar é importante também e, para a segurança dos praticantes, o colete salva-vidas é parte integrante da aula.

Nas primeiras aulas, os alunos trabalham com um aparelho chamado ergômetro, que simula uma canoa. Assim, ele assimila os movimentos do remo. Além, é claro, de fazer caminhadas ao redor da raia olímpica. Afinal, é preciso conhecer um pouco melhor o lugar que, mais tarde, ele vai "desbravar" por dentro: na canoa.

As aulas também familiarizam o aluno com outra característica inusitada do esporte: os praticantes remam de costas e não veem para onde estão indo. Por isso, a importância das instruções para manusear corretamente o remo. Uma vez instruídos, os alunos entram no barco e já praticam. "Na iniciação, o barco é individual. Depois, é coletivo e pode abrigar até oito pessoas, contando ou não com o timoneiro [quem guia a embarcação]", explica.

E há quem pratique remo sem pensar no condicionamento físico. "Muita gente pratica para relaxar", conta Lemos. Faz sentido: antes ou depois de um dia de trabalho, entrar em um barco e poder remar na raia olímpica é quase um sonho - e sem sair de São Paulo.