Guia da Semana

Por Humberto Baraldi


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Paralelo ao reggae, o Rastafari foi muito difundido pelos jamaicanos e algumas destas ideologias se refletiram nas letras dos principais músicos da ilha caribenha. O Rastafarismo é uma "filosofia" que para muitos representa a encarnação da anarquia. Sem um figura representativa no poder, os rastas combinaram crenças africanas muito antigas com o cristianismo fundamentalista dos Estados Unidos. Tudo começou quando um ex-escravo, George Liele, fundou a Igreja Batista na Jamaica do século 17.

Assim como os judeus, os jamaicanos sofriam com a discriminação racial e com a impossibilidade de retorno à pátria, o que fez surgir na ilha diversos líderes políticos. Um deles, o sindicalista jamaicano Marcos Mosiah Garvey, perambulou pelos EUA pregando que Deus era negro e que todos os afro-descendentes deveriam voltar para a ÁFrica.

Nos anos 30, a Etiópia nomeou o primeiro imperador negro do continente. Ras Tafari Makonnen adotou o nome de Hailé Selassié e o título de Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Leão Conquistador da Tribo de Judá. O homem afirmava ser de uma linhagem sagrada: descendia do casamento do rei judeu Salomão com a Rainha de Sabá. A família de Davi, pai de Salomão, gerou nada menos que Jesus Cristo. Para os rastas, Selassié foi o novo Messias.

A tão aguardada redenção não apareceu, o tal Selassié não conduziu o povo à terra prometida (África), mas os rastas se proliferaram pela Jamaica.

Os religiosos, seguidores desta doutrina, se baseiam numa livre interpretação da Bíblia para justificar o uso da ganja, ou seja, da maconha. Os rastas não cortam o cabelo, daí os dreadlocks (espécie de tranças), e não fazem a barba. Carne de porco, álcool e tabacos são proibidos. A alimentação consiste na I-Tal Food, feita a base de ervas, raízes e vegetais.

Pregada por Bob Marley, hoje a religião não tem a mesma popularidade entre os jamaicanos. Mas eles ainda são a marca registrada da ilha, com seus cânticos e dreadlocks.

Atualizado em 6 Set 2011.