![]() |
O agonizante mundo do rock ´n´ roll parecia caminhar para bater as botas definitivamente no começo desta década. Após suportar anos de boysbands e música pop de baixa qualidade, o movimento estava prestes a ser massacrado e se dispersar em outros estilos de pseudo-rock como o hardcore e heavy-metal. Porém alguns focos de resistência parecem ter se formado em todo o mundo. No cenário norte-americano uma das bandas que conseguiu se destacar foi o Queens Of The Stone Age (QOTSA para os mais íntimos).
Surgida em 1997, a banda californiana encabeçada pelo talentoso guitarrista-vocal Josh Homme renova o estilo, apostando em um som mais cru e ácido conhecido como stoner rock que é caracterizado por possuir riffs de guitarra graves e lentos e grande influência psicodélica, um rock com forte influências setentistas e lisérgicas. As grandes influências dessas bandas vêm do hard rock dos anos 70. O Queens não fica de fora, mas com uma diferença, suas melodias pesadas e bem trabalhadas vão além de descrever simplesmente viagens alucinógenas, às vezes seu tom melancólico pode chegar a representar fascinantes bad trips sonoras.
![]() |
Dessa vez, eles apresentam 11 faixas com riffs cavalares de guitarras, como em Sick, Sick, Sick, com participação de Julian Casablancas, do Strokes, ou então nos levam a lugares longínquos e familiares como em Make It Wit Chu (que tinha sido gravada como I Wanna Make it Chu no álbum The Desert Sessions Vols. 9 & 10).
Era Vulgaris talvez não chegue ao auge de outros álbuns, mas serve para demonstrar que o mais genuíno rock ainda respira ofegante, sem apelo nem agravo. E que Josh Homme continua a ser um roqueiro despudorado e hedonista que não liga para conceitos pré-concebidos. Um roqueiro de verdade.
Fotos: Matthew Field

Quem é o colunista: Adriano Sanches
O que faz: jornalista
Pecado gastronômico: spaghetti com fritas.
Melhor lugar do Brasil: o subsolo
Fale com ele: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.