Guia da Semana

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Chiquinho, Felipe S, Marcelo e Vicente Machado e China formam o Del Rey

Seja qual for a idade, quem nunca foi embalado por uma canção de Roberto Carlos em alguma circunstância da vida? As ocasiões são diversas. Desde uma fossa após perder o grande amor de sua vida ou com o clássico Como é grande meu amor por você como trilha de algum casamento, Roberto ainda reina e mesmo após anos se mantêm firme no gosto do público brasileiro.

Assim é o caso da banda Del Rey. Criada em 2003, a partir de um momento de tristeza do vocalista China (ex-integrante da banda Sheik Tosado) que havia terminado o namoro com sua atual esposa e ouvia freneticamente as canções de Roberto, a banda conta com participação de quatro integrantes do grupo pernambucano Mombojó e apresenta apenas músicas interpretadas pelo rei ao longo de sua carreira.

Arrastando um público cativo por onde passa, o Del Rey não tem uma agenda fechada, já que seguem com seus projetos fixos, e sonham em um dia dividir o palco com o Roberto em um de seus especiais de fim de ano. Batemos um papo com dois dos alucinados pelo dono do calhambeque: o guitarrista Marcelo Machado e o vocalista China. Confira!

Guia da Semana: Como surgiu o projeto da Banda Del Rey?
China: Surgiu de uma brincadeira mesmo. Sempre gostei das músicas de Roberto Carlos e descobri que a galera do Mombojó também curtia algumas coisas e isso se tornou nossa diversão. A fossa que eu passei ajudou, mas a banda iria surgir de qualquer forma. E o mais legal é que o reconciliamento com a minha mulher foi em um show. Ouvia desde pequeno, meus pais ouviam muito e aprendi inconscientemente. A gente aprende a cantar o Hino Nacional e já sabe cantar Emoções, por exemplo, na mesma proporção.

Guia da Semana: Por que esse nome?
China: Foi um nome que o irmão do Marcelo deu. Nós não fazemos a menor ideia do porque, mas surgiu. Ele deve ter visto o carro passando na rua e deu o nome. Já meio que pensando nessa história de rei.

Guia da Semana: Por que se inspiraram nas canções de Erasmo e Roberto?
Marcelo: Gostamos muito dos arranjos antigos e tentamos tocar as músicas com os originais. Já existia essa paixão por Roberto, mas nada muito grande. Ouvindo as músicas fomos nos aficionando ainda mais, até que surgiu a banda. Vimos algumas coisas que não são de conhecimento do grande público e percebemos que existem coisas muitos legais e são muito parecidos com o que fazemos em nossos projetos paralelos.

Guia da Semana: Como é feita a composição do som para músicas que até então tinham um ritmo diferente?
China: A gente tenta tocar igual, chegar o mais próximo possível do original, mas nos somos jovens, temos mais testosterona (risos) e acaba ficando tudo mais rápido.
Marcelo: Realmente, tentamos fazer as canções de Roberto com os arranjos que elas foram gravadas originalmente, mas isso fica meio impossível porque ele usava muito orquestra de cordas e metais e nós não temos isso. Usamos guitarra, baixo, bateria e teclado e precisamos adaptar e preencher um espaço que era ocupado na versão original por outros instrumentos. Termina que algumas músicas nós precisamos tocá-las mais rápido e isso é um grande desafio para gente. Mas o objetivo é sempre tentar chegar o mais próximo possível do original.

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Os integrantes sempre foram fãs de Roberto Carlos

Guia da Semana: Pensaram em abordar uma determinada época ou a obra em geral?
Marcelo: Nós somos fãs de Roberto como um todo. Gostamos das músicas antigas e atuais. Como ele compõe pouco hoje em dia, nós focamos em coisas mais antigas. Mas não é algo que fique apenas nos anos 60, por exemplo. Gostamos de ser atemporais nesse sentido. As mais novas que colocamos no repertório é Caminhoneiro e a música que ele fez para as gordinhas.

Guia da Semana: Tiveram receio de ficarem tachados como brega?
China: Nenhum. Até porque não achamos que a música do Roberto seja brega. Nós nos divertimos ao vivo e é isso que interessa. O público gosta, vemos que a galera vai ao show com vontade de dançar e curtem muito o som da forma que nós fazemos.
Marcelo: Nunca recebemos crítica dessa forma. As pessoas que ouvem Roberto e curtem a fase mais antiga, gostam de ver essa nova cara que nós damos e fica uma coisa jovem, dinâmica. Dessa forma conseguimos atingir todos os tipos de público. Se houve algo do tipo, não chegou ao nosso conhecimento, mas não nos incomoda.

Guia da Semana: Quais as músicas mais pedidas?
China: Emoções e Como é grande meu amor por você não podem faltar. A galera pede muito.

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Durante o show da banda há uma interatividade direta com o público

Guia da Semana: Pretendem lançar algo fora de Erasmo e Roberto ou produzir um registro do projeto?
Marcelo: Não, porque o show do Del Rey é uma experiência muito audiovisual. Gravar um CD com as versões não seria algo tão legal. É um show muito interativo, chamamos pessoas para subir ao palco, fazemos concursos, brincamos bastante com isso. Nesse ponto, China é muito interativo. Não descartamos a oportunidade de gravar um DVD um dia, quem sabe. Mas a gente prioriza ações e investimentos em nossas carreiras principais.
China: Verdade. O Del Rey é uma banda de brincadeira. Tiramos isso como um hobby e não pretendemos fazer estrada com o grupo. Podemos até gravar algo do Roberto, mas aí seria algo nas nossas próprias carreiras. Pensamos em lançar um DVD e seria uma forma bacana de registrar, mas analisamos bem e achamos que misturar as coisas não seria uma coisa legal.

Guia da Semana: Sabem se o Roberto ou Erasmo já ouviram o som de vocês?
Marcelo: Conhecemos o Erasmo em um evento. Ele curtiu. Como somos de Recife e agora que viajamos mais para São Paulo e Rio de Janeiro, temos a dimensão do projeto Del Rey. Achamos que um dia ele pode vir a conhecer o nosso som. E a nossa pretensão é tocar um dia em um especial de fim de ano ao lado dele, imagina? (risos)

Guia da Semana: Qual música gostariam de interpretar com algum deles no palco?
China: A única meta que a banda tem é fazer um som com o Roberto em um especial de fim de ano. Se ele quiser tocar Atirei o Pau no Gato a gente topa, sem problemas. (risos)
Marcelo: Mas eu tenho certeza que se rolar Como é grande o meu amor por você ninguém conseguiria ficar de pé; iríamos desabar de chorar se tocássemos com o rei essa música.

Guia da Semana: Prepararam algo diferente para 2010? Como uma turnê?
Marcelo: O Del Rey sempre recebe convites e muitas vezes nós nem vamos atrás. Não temos uma programação exata. E, além disso, temos que fazer o show no intervalo de nossas carreiras principais. Na folga de gravações, shows, fazemos as apresentações, mas sempre estamos no palco com o Del Rey, o que acaba sendo uma eterna turnê.

Atualizado em 6 Set 2011.