
Em Reykjavík, capital da gélida Islândia, encontrar um jardim florido pode ser uma tarefa extenuante. O clima severo costuma dificultar o surgimento da mais simples espécie vegetal, limitando a paisagem natural a pequenas árvores esparsas. Cenário inóspito para muitos, a ilha vulcânica costuma servir de inspiração para alguns dos trabalhos mais destacados da cantora Björk, uma de suas filhas mais ilustres. Em Volta, seu primeiro álbum desde Medúlla, a ex-integrante do Sugarcubes, hoje mãe de duas crianças, emula temas que tem pautado sua carreira: apreço pela terra natal, espiritualismo, família e paixão.
Após domar candidamente os conceitos de vanguarda e solapar o cenário musical dos anos 90 com um turbilhão experimental, Björk encarou críticas reticentes ao lançar Medúlla, disco forjado à base de arranjos vocais. Na época de seu lançamento, uma fatia generosa da imprensa mostrou-se pouco disposta a engolir um álbum permeado por falsetes, coros e beatbox. Ainda assim, Björk já havia conquistado a fama de contar com as pessoas certas ao seu lado, seja na produção de discos, durante as turnês ou na elaboração videoclipes.
Boas companhias
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Foto: W. du Preez e N.T-Jones |
Já com Antony Hegarty, líder da banda Antony And The Johnsons, Björk gravou The Dull Flame of Desire, balada que encontra ecos tanto em Medúlla como em Drawing Restraint 9, trilha sonora por ela composta para o filme homônimo dirigido pelo marido, Matthew Barney.
Não seria exagero dizer que Volta ressente de um hit nos moldes de It´s Oh So Quiet, Hyperballad e Big Time Sensuality, músicas brilhantes que abandonaram por um momento o experimentalismo, tornado-se referências dentro da obra da cantora. Em muitos aspectos, algumas canções de Volta recordam as melodias de Medúlla, mas ainda este disco tinha sua canção pop adocicada, a deliciosa The Triumph Of A Heart.
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Foto: bjork.com |
Para conhecer mais:
Debut
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Greatest Hits - Volumen 1993-2003
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Dançando no Escuro
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Atualizado em 6 Set 2011.