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Strokes, que nunca foram independentes, são geralmente tachados de indie rock |
Há algumas décadas, ritmos tradicionais como pop, rock, jazz e folk não são mais suficientes para descrever a evolução e os desdobramentos da música. Desde então, setores da imprensa especializada se empenharam em fixar uma etiqueta diferente em cada pequena variação estilística, forjando uma infinidade de subgêneros que nada explicam.
Não é preciso ser especialista para diferenciar o cool jazz do bebop, o punk rock do grunge ou o electro do minimal, mas conhecer de cor e salteado todas as ramificações da música eletrônica ou quais artistas pertencem a quais vertentes do heavy metal é submeter-se a um dos tiques mais chatos da crítica musical: a rotulagem.
Confira abaixo uma pequena lista com alguns dos rótulos mais esdrúxulos da música pop:
INDIE ROCK
Pau para toda obra, o indie rock não demorou a ser desmascarado como um rótulo contraditório. Cunhado para se referir a qualquer banda ou músico que se mantivesse fora do espectro das grandes gravadoras, o termo acabou definindo uma legião de bandas associadas ao movimento britpop - outra etiqueta sem pé nem cabeça. Logo, nomes como Blur, Oasis, Pulp e Muse passaram a ser tachados de indie (palavra derivada de independent), embora tivessem contratos de peso assinados com os selos mais poderosos da industria fonográfica.
? Principais artistas: Weezer, Blur, Oasis, Franz Ferdinand, Arctic Monkeys e Strokes
PÓS-ROCK
Tomados pelos críticos mais ácidos como o filho bastardo do rock alternativo com o jazz, o termo pós-rock surgiu na imprensa britânica entre o final dos anos 80 e o início da década seguinte para rotular bandas como Tortoise, Slint e Mogwai, artistas que compartilhavam uma forte inclinação ao fusion e à música eletrônica experimental, deixando os vocais de lado em favor da seção instrumental.
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Pós-rock: o quarteto americano Tortoise |
? Principais artistas: Tortoise, Mogwai, Slint, Stereolab e Explosions In The Sky.
SHOEGAZE
Fitar os próprios sapatos enquanto a platéia é solenemente ignorada virou sinônimo de gênero musical no início da década 90. Devidamente apelidado de shoegaze, o movimento encabeçado por bandas como My Bloody Valentine, Ride e Slowdive era mais conhecido pelo modo indiferente com o qual tratavam os fãs do que pela vocação em criar sonoridades viajantes, concebidas notadamente por guitarras distorcidas e vocais mormurantes.
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Shoegaze: olhando para os sapatos |
? Principais artistas: My Bloody Valentine, Ride, Slowdive e The Jesus & Mary Chain.
ANTI-FOLK
Bola da vez nos segundos cadernos, o anti-folk pode ser considerado sem muita vacilação o termo mais vago dos últimos anos. Colocando no mesmo saco gente como Beck, Kate Nash e The Melody Peaches, o rótulo é uma verdadeira colcha de retalhos do folk rock nova-iorquino. Apelando a conexões improváveis entre artistas tão distintos quanto Jeff Buckley e Ani Difranco, o anti-folk ainda não encontrou um denominador comum que o legitimasse como gênero.
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Regina Spektor: ícone do anti-folk |
? Principais artistas: Beck, Ani DiFranco, The Melody Peaches, Regina Spektor e Feist.
Atualizado em 6 Set 2011.