Guia da Semana

Em cartaz no Teatro Tuca até o fim do ano, Vermelho, peça estrelada por Bruno e Antônio Fagundes, é um daqueles espetáculos que não deixam o espectador sair ileso. Inspirado na vida e obra de Mark Rothko, faz com que reflitamos sobre nossa própria existência a partir de um recorte do artista, provocando-nos a olhar não apenas com os olhos, mas com tudo o que existe dentro de nós.

Dinâmica, envolvente e cheia de referências artísticas, literárias e culturais, a peça é uma aula não apenas no sentido cênico, mas na profundidade com que trata todos esses assuntos. Além disso, é um prato cheio para quem ama um palco, mas para quem também fica maravilhado com tantas influências culturais.

Confira abaixo os motivos pelos quais você deveria assistir:

HISTÓRIA BASEADA EM FATOS REAIS

Em seu ateliê em Nova Iorque, o consagrado artista Mark Rothko recebe, pela primeira vez, seu novo assistente, Ken, e a partir da pergunta “O que você vê?“ (apontando para uma das pinturas em que trabalhava) inicia-se um eletrizante embate entre os dois.


Vermelho se passa no final dos anos 50, quando o icônico pintor (líder do Expressionismo Abstrato) recebeu um convite para pintar grandes painéis de um luxuoso restaurante em Nova York e recebeu uma quantia quase inestimável para a época (o equivalente hoje a 10 milhões de dólares).

REFERÊNCIAS

Conceitos artísticos entre as gerações, diferentes bagagens culturais e o mesmo amor pela arte são alguns dos objetos em cena. Um encontro cheio de nuances entre mestre e aprendiz, com arte, reflexão e questionamento, é o plano de fundo em meio ao cenário repleto de detalhes, com preparo de tintas e quadros pintados durante a sessão.

Entre referências e citações, estão o filósofo Nietzsche, o pai da psicanálise Freud, artistas plásticos como Van Gogh, Picasso, Dali, Matisse, entusiastas da pop art, como Andy Warhol, Roy Lichtenstein e muitos outros.

CONVITE PARA OLHAR PARA NOSSO INTERIOR

As cenas são extremamente provocantes e mexem muito com o nosso interior. O motivo? Tudo! Poética, literária e extremamente psicológica, a peça nos faz questionar como estamos encarando a vida e com que olhos estamos vendo a nós mesmos e tudo o que está a nossa volta.

Mais que uma história rica em diferentes conteúdos, com diversas abordagens, é uma narrativa que fala de nós mesmos, sem que percebamos de imediato.

EXPOSIÇÃO

Para aqueles interessados em se informar antes do espetáculo, uma pequena exposição no saguão do teatro mostra ao público todos os temas que serão discutidos ao longo da peça. No último sábado de cada mês, continuando o projeto de inclusão social que iniciou com Tribos em 2013, apresentam sessões com acessibilidade para deficientes visuais e auditivos (interprete de LIBRAS, áudio descrição e tablets com legenda). A Steno do Brasil é a empresa parceira responsável pelos equipamentos e serviços que permitem esta inclusão.

BATE PAPO E LEILÃO DE QUADRO PINTADO EM CENA


Após 80 minutos de espetáculo, Antônio e Bruno Fagundes promovem ainda, ao final de cada apresentação, um delicioso e informal bate-papo com a plateia, contando curiosidades da montagem e da própria vida do pintor Mark Rothko. Além disso, durante o papo, pai e filho leiloam o quadro que pintam juntos no palco, em uma das cenas mais lindas da peça.

SERVIÇO

Temporada: De 12 de agosto a 04 de dezembro de 2016
Local: Teatro Tuca – Teatro da PUC
Endereço: Rua Monte Alegre, nº 1.024, Perdizes, São Paulo, SP
Telefone: (11) 3670-8455
Duração: 80 minutos
Classificação etária: 12 anos
Preços: sextas-feiras - R$60; sábados - R$ 80 e domingos - R$ 70
Horários: sextas-feiras e sábados, às 21h30 e domingos, às 18h

Por Nathália Tourais

Atualizado em 31 Ago 2016.