Guia da Semana

Foto: Divulgação/ João Caldas

Lissah no palco da nova adaptação de a Bela e a Fera

De estrela de reality show aos palcos das adaptações da Broadway. Com apenas 25 anos, Lissah Martins já acumula bons anos de experiência em sua estrada musical. Após ficar famosa como vocalista da banda pop Rouge (da canção Ragatanga), ganhou o papel principal na montagem brasileira de Miss Saigon, e agora encarna a protagonista do espetáculo A Bela e a Fera. Batemos um papo com Lissah antes de sua apresentação, no qual ela conta os desafios da carreira, a felicidade de estar em um musical da Disney e a melhor forma de lidar com críticas.

Guia da Semana: Como está sendo fazer A Bela e a Fera?
Lissah Martins: É uma delicia, uma coisa muito gostosa. É muito mágico e diferente do Miss Saigon, que foi a outra experiência que eu tive no teatro. A plateia interage muito mais, participa com a gente, é uma energia diferente no palco.

Guia da Semana: Além desse aspecto, qual é a grande diferença entre este espetáculo e Miss Saigon?
Lissah: A história de Miss Saigon é bem mais dramática, mais pesada. Os ensaios eram muito puxados, teve uma época que eu me sentia em depressão, o personagem estava pegando um pouco no psicológico. Já em a A Bela e a Fera, tudo é muito mais divertido, mais leve. É muito gostoso, porque as pessoas se identificam e podem participar, rir à vontade.

Guia da Semana: Essa é a segunda montagem da Bela e a Fera no Brasil. Você sentiu algum tipo de pressão por causa disso?
Lissah: Acho que sempre tem. É uma responsabilidade grande, você já sabe que vão existir comparações. Na primeira montagem já teve um elenco muito bom, principalmente a Kiara Sasso, que é uma das nossas divas de musicais. Mas cada um sabe do seu talento do seu potencial, eu acredito que não só com uma direção diferente, mas um elenco diferente tudo muda. Então por mais que as pessoas queiram comparar a produção, vai ser sempre diferente.

Foto: Divulgação/ João Caldas


Guia da Semana: E a preparação? Foi muito puxada?
Lissah: Eu tive que fazer aula de balé clássico, porque eu não sou bailarina e precisava mudar a postura para o palco. A Kim, do Miss Saigon, tinha uma postura completamente diferente. Era uma mulher submissa, que sempre olhava para baixo. Já a Bela tem uma postura de bailarina, mais alto astral.

Guia da Semana: Como você vê o cenário para os grandes musicais no Brasil?
Lissah: Infelizmente, eu ainda não tive a oportunidade de ver nada lá fora. Mas eu acredito que a gente não deixa nada a desejar. Tem muita gente que vem cumprimentar depois do espetáculo, que já assistiram lá fora a mesma montagem e consideram a nossa excelente. Mas acredito que exista uma grande diferença de público, aqui é uma coisa que ainda continua no eixo Rio-São Paulo. Não dá para viajar com um espetáculo desse tamanho para outros estados. A gente fica dois anos em temporada e o pessoal já acha muito. Lá fora eles ficam dez anos. Mas em questão de qualidade de produção, temos potencial para fazer tão bem quanto.

Guia da Semana: Mas e a questão do roteiro? Perde-se alguma coisa na tradução?
Lissah: Eles tentam manter o máximo de precisão quando vão traduzir. Tanto que da primeira adaptação da Bela e a Fera, já ocorreram algumas alterações para a gente, a pedido da diretora. Ela queria que as frases tivessem exatamente o mesmo sentido das do texto em inglês.



Guia da Semana: Como foi sair do Rouge para os musicais?
Lissah: No começo, foi um pouco estranho. No teatro a rotina é muito regular. Com o grupo, cada dia eu estava numa cidade, com pessoas diferentes. Achei que não fosse me adaptar, que uma hora eu fosse ficar de saco cheio. Mas não. Foi só uma fase de adaptação, agora estou super acomodada com a minha rotina. O assédio também é menor. Posso ter a minha privacidade, não preciso me preocupar tanto em sair na rua.

Guia da Semana: O fato de você ter saído de uma banda de reality show gerou muitas críticas?
Lissah: No começo eu fiquei um pouco preocupada. Achei que com o meu passado as pessoas iam ter um pouco de preconceito, por mais que eu fizesse bem feito, elas não ficariam satisfeitas. Mas me surpreendi quando vi muitos críticos bem conceituados elogiarem. Depois disso, não esquento mais a cabeça com nada. Se falarem mal, não estou preocupada. Se falarem bem, legal. A gente sempre tem que ver o lado positivo.


Atualizado em 6 Set 2011.