Guia da Semana

Voltei de Nova Iorque há mais de um mês e ainda não consegui chegar a uma conclusão sobre o meu passeio favorito na cidade. O Central Park é encantador. O Empire State é incomparável. E a Estátua da Liberdade é o mais clássico dos programas. Se por um lado essa pergunta me cerca, por outro lado não tenho dúvida do passeio que mais me surpreendeu. Para mim, nada foi mais divertido do que assistir a um jogo de beisebol no estádio dos Yankees.

É claro que para o típico brasileiro, apaixonado pelo futebol, pode paracer estranho encontrar uma maneira divertida de assistir ao beisebol. O jogo é bem parado, concordo. Mas tudo que o envolve é extremamente simpático e revelador. Fiquei morrendo de inveja da estrutura do estádio, do conforto e da limpeza (inclusive dos banheiros!).

O esporte, apesar de pouco praticado no Brasil, é muito popular no Japão, na Coréia do Sul, em países da América Central e nos Estados Unidos, onde a modalidade é a que mais atrai espectadores ao estádio. E o templo do Yankees está novinho. Foi inaugurado no dia 16 de abril, custou US$ 1,5 bilhão e tem capacidade para 52 mil espectadores. É necessário comprar ingressos com bastante antecedência.

Minha primeira tentativa de conhecê-lo foi frustrante. Depois de pegar o metrô e ir até o Bronx - um pouco temido pelos turistas - tentamos comprar ingressos para os jogos. Impossível. Nos restou a tentativa de fazer uma visita guiada. Ficou na tentativa novamente, já que não tinha mais lugar para nosso grupo.

É claro que o tour Manhattan-Bronx não foi perdido. Aproveitamos para almoçar no tradicional Hard Rock Yankees e também para conhecer a loja do time. Bajulação à parte, um terror para consumistas e apaixonados por esportes. Se uma coisa os norte-americanos são bons, é justamente o poder de vender TUDO de uma marca - caneta, roupa, poltrona, material para escritório, biscoitos, coisas para crianças e tudo que se possa imaginar.

Voltamos depois de cinco dias para finalmente fazer a tal da visita guiada. Conhecemos um pouco da história do clube, seus principais ídolos e títulos. Por US$ 25,00 conseguimos pisar na beiradinha do campo e sentar no banco de reservas. Foi possível ver o vestiário e tirar muitas fotos. Mas faltava alguma coisa. Após conhecer os bastidores do estádio, não podia deixar de acompanhar um jogo. Era uma questão de honra!
Depois de mais duas tentativas frustradas, finalmente descobri uma maneira bem brasileira de comprar um ingresso. Achei um cambista - para quem acha que isso acontece só no Brasil, está muito enganado. Ele nos vendeu oito ingressos a US$ 30,00 cada. Na bilheteria, era a metade. Como não tínhamos outra opção, nos restou o "fofo" do cambista mesmo. E deu certo. Sentada na minha confortável poltrona almofadada, estava ali, perto do campo, com uma visão fantástica, no pior - e muito bom - lugar do estádio.

A partida foi contra o Texas. Descobri isso porque em duas poltronas atrás, estavam sentados alguns torcedores do time visitante. Adorei a sensação das torcidas misturadas, trocando provocações. Se por um lado o jogo conta com muitos momentos monótonos, a torcida é animada. É possível conversar, cantar, gritar, torcer entre crianças, mulheres e homens (aliás, bom lugar para paquerar com as amigas!). Nos intervalos, a animação fica por conta da TV de plasma gigante. Sabe aquela cena dos filmes em que uma pessoa é focada e precisa responder uma pergunta sobre o esporte? Os norte-americanos vibram demais com isso.

É claro que tudo dentro do estádio custa muito caro - pelo menos para quem ganha em real. É preciso uma certa cautela. Comprei cerveja no copo comemorativo do ano de inauguração do estádio e também um tradicional cachorro-quente norte-americano. A combinação saiu por US$ 17,00.

Não é um passeio dos mais baratos, mas a diversão é garantida. Fica a dica para dar uma estudada nas regras do beisebol antes de se aventurar por lá - a chance de uma pessoa que odeia esportes não curtir o programa é bem grande. Não tem juiz para você xingar, não tem gol e não vi nenhum cartão vermelho. Só que há muita segurança e cultura nova. Com certeza, uma paixão nacional.

Fotos: Arquivo Pessoal

Quem é a colunista: Jornalista ariana com ascendente em leão. Meio caipira, meio urbana. Gosta de branco, de cavalo, de tulipa e de um bom livro.

O que faz: Observa tudo, para escrever depois. E fotografa, claro!.

Pecado Gastronômico: Sorvete de chocolate branco com calda de chocolate quente.

Melhor Lugar do Mundo: Ainda não encontrei...

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Atualizado em 6 Set 2011.