Guia da Semana

Foto: Márcio Alexandre


Saímos da estação do metrô Tiradentes, em São Paulo, no horário previsto das vans para o nosso destino: Extrema - Minas Gerais. Na primeira parada, encostamos no posto para tomar café e logo seguimos. O nosso amigo Lee, que havia feito o reconhecimento de trilha no dia anterior, recomendou deixarmos a subida da base ao cume para uma próxima oportunidade. Então, decidimos que seria melhor subir direto para a Torre da Embratel e fazer de lá a caminhada. A subida da serra foi lenta, pois a estrada é estreita e cheia de curvas.

Chegamos. Após um alongamento e aquecimento individual, cada um fez uma pequena apresentação pessaol. O início das caminhadas é sempre assim: a gente fala pouco, mas depois, durante o percurso, as pessoas se abrem mais, comentam as particularidades de suas experiências... É muito divertido.

Iniciamos a caminhada onde a mata molhada indicava que havia chovido no dia anterior. O caminho é bem demarcado e fácil de visualizar, sem maiores perigos. Logo no início da trilha, o nosso primeiro obstáculo: uma árvore com tronco bastante grande, caída no caminho. Algumas pessoas até abraçaram a árvore para passar. Mais um pouco e chegamos a uma pedra, onde avistamos a cidade de Jordanópolis e o verde das matas do local. Caminhamos tranquilamente para o outro lado da montanha. Chegamos a uma nova pedra, que proporcionava uma visão da Rodovia Fernão Dias e seus arredores. Uma paisagem maravilhosa! Aproveitamos para descansar um pouco.

Sem demorar muito, reiniciamos a caminhada e fomos direto para a Pedra das Flores, cujo nome vale a vista: é uma pedra enorme, com uma grande variedade de flores ao seu redor.

De lá, avistamos o Pico do Lopo, o nosso destino, tiramos fotos e ficamos apreciando a maravilhosa paisagem de lá de cima. Também observamos a cachoeira dos Pretos e a beleza da Represa do Jaguari. De lá partimos em direção ao cume.

Foto: Márcio Alexandre


Foi quando estávamos prontos para subir, nos depararmos com um enxame de abelhas no meio da trilha. Elas estavam alvoroçadas e começaram a atacar o grupo. Alguns foram picados e outros ficaram com medo de serem atacados. Foi quando uma parte do grupo decidiu seguir para o cume. A outra parte não quis arriscar, pois já tinham sofrido várias picadas. Então, decidiram ir até a bica no meio de uma trilha, na base do pico, para encontrar um amigo que havia feito o trajeto no dia anterior. O local do reencontro seria então a Pedra das Flores.

O grupo que foi ao cume se protegeu com casacos para passar entre as abelhas. Mas recompensou. A visão lá de cima é deslumbrante e a sensação de liberdade, de estar a 1.870 metros de altitude, supera qualquer picada.

A subida era bastante íngrime e após 20 minutos de caminhada, o grupo resolveu voltar. Somente duas pessoas foram até a cachoeira. Caminhamos por mais 30 minutos para chegar. Almoçamos e voltamos pelo mesmo caminho, em direção à Pedra das Flores. Como se esperava, uma hora e trinta minutos para subir pelo mesmo caminho. Descansamos um pouco e chegamos ao local combinado, encontrando com o restante do pessoal.

Em torno das 15h decidimos voltar para o ponto inicial. Caminhamos vagarosamente, pois o grupo estava mais cansado. Passamos pela árvore caída e logo chegamos ao inicio da trilha. Aproveitamos para tirar uma foto de todo grupo com a satisfação e alegria estampada no rosto de todos.

Durante as caminhadas, varias situações são experimentadas. É difícil descrever tudo exatamente como aconteceu. Cada pessoa tem uma visão. Somente quem passou e viveu o momento conosco, perceberá o quanto ficará além das fotos. Aí sim, terá a certeza de contar a todos o quanto ficou marcado para o resto de sua vida.

Resumindo a nossa caminhada, podemos destacar os momentos mágicos do visual maravilhoso da Pedra das Flores e do Pico do Lopo. Mas o mais importante que foram as amizades que fizemos e que certamente fará com que nos encontremos em novas aventuras.

Leias as coluna anteriores de Márcio Alexandre:

? Trilhas Praias Desertas - 2ª Parte


? Trilha Praias Desertas


? Pico do Cambriela



Quem é o colunista: costumava me imaginar como a letra de música de uma banda chamada Guided by Voices: "I am a journalist - I write to you to show you: I´am an incurable and nothing else behaves like me..." Porém, com o tempo venho descobrindo que eu, assim como você, todos nós, somos vazios como o espelho e abertos como o espaço. E no intervalo, juntos, criamos o mundo.
O que faz: Jornalista, trabalha com comunicação, marketing, caminha, pedala, mergulha e medita quando pode.
Pecado gastronômico: Sem dúvida, chocolate e tigela de açaí.
Melhor lugar do mundo: aquele em que reside entre o instante que acabou de terminar e ainda nem começou, mas também aquele que se movimenta, interage, cria e recria, vibra, cintila e pulsa dentro de nós;.
Fale com ele: caminhandopelavida@gmail

Atualizado em 6 Set 2011.