Guia da Semana

Foto: Divulgação

Público lota o Salão de Ideias na abertura da Bienal

Maior evento editorial das Américas e terceiro maior do mundo, a Bienal do Livro de São Paulo chega à sua 21ª edição com números superlativos. Com um espaço de 60 mil metros quadrados, R$ 30 milhões em investimentos, 350 expositores nacionais e internacionais, 900 selos editoriais e a expectativa de receber 700 mil visitantes, esta edição promete. Mas apesar dos números saltarem aos olhos, o diferencial este ano é a programação.

Nesse sentido, a Bienal do Livro extrapola os limites do Pavilhão de Exposições do Anhembi e adentra outros endereços da maior capital do hemisfério sul. Intitulada Cozinhando com Palavras, a programação dedicada à gastronomia vai ao encontro dessa ideia. Alguns restaurantes espalhados pela cidade servirão pratos inspirados em romances e poemas da literatura mundial. Na hora de levar a comida à mesa do cliente, um ator falará sobre a relação entre a receita e a obra que a inspirou.

Estimulada pela valorização mundial das artes culinárias, a feira também contará com palestras e workshops ministrados por chefs e autores renomados do gênero. Entre eles, Claude Troisgros, Chakall, Giuliana Bastos e Luiz Farias.

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Milhares de pessoas visitaram a bienal logo em sua abertura

Para Augusto Massi, um dos curadores da programação, essa expansão é, de fato, um dos grandes diferenciais. "A bienal estará nos principais cruzamentos da cidade, não ficará restrita aos limites físicos do Anhembi, ela está indo atrás de um público novo", afirmou. "Não estamos apostando em um grande escritor para atrair visitantes, estamos criando uma plataforma diferente, um espaço de diálogos, um fórum de debates", concluiu Massi.

Entre as diversas ações para efetivar essa expansão, uma das mais chamativas serão atores representando personagens da literatura, como Dom Quixote e Cinderela, andando por espaços públicos da capital. Outro ponto interessante é o projeto Livro pela Cidade. Realizada em parceria com o Sesc, a iniciativa consiste no "esquecimento" de obras publicadas pela editora do Sesc São Paulo em locais onde dificilmente seria encontrado um livro, como bancos de shoppings, mesas de restaurantes e estações de metrôs. Ao todo, serão 250 títulos que terão uma mensagem explicando a iniciativa e incentivando o leitor a também "esquecer" a obra ao finalizá-la.

Além disso, as unidades do Sesc da capital receberão debates, oficinas e shows que compõem a programação oficial do evento. "Iniciativas como essa fomentam o gosto pela leitura e acabam por contribuir para a formação de novos leitores", avalia Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo e um dos curadores.

O Espaço do Professor é outro destaque. Coordenado por Marisa Lajolo, o ambiente foi concebido para capacitar docentes dos ensinos Fundamental e Médio, tanto de escolas públicas como de instituições privadas, a trabalharem os livros em sala de aula. As oficinas intituladas "Como selecionar livros para meus alunos e minha escola?" auxiliarão o professor em relação aos critérios de seleção de obras e no desenvolvimento de atividades lúdicas. "Este é um dos espaços fundamentais da bienal, é uma espécie de sementeira; afinal de contas, é o professor quem inicia as crianças tanto nas técnicas de alfabetização quanto no gosto pela leitura", ressalta Marisa.

Foto: Diego Dacax

Miranda, do Sesc SP, é um dos curadores da feira

Outros ambientes que figuram entre as principais atrações são a Biblioteca do Bebê, que apresenta dicas de como pais e cuidadores podem ler para crianças desde o berço; a exposição Monteiro Lobato, que exibe objetos pessoais e traça a história do escritor; o Território Livre, dedicado a mesas e debates com escritores nacionais e internacionais; e o Palco Literário, com grandes nomes do teatro, cinema e televisão, que farão um link entre a literatura e as linguagens artísticas com que trabalham.

Como o evento começa em uma sexta-feira 13, ninguém melhor para fazer a abertura do que o cineasta José Mojica Marins. Principal expoente do cinema fantástico brasileiro, Marins falará de Zé do Caixão, personagem que o consagrou.

Com uma programação vasta, repleta de palestras, debates e diálogos, a Bienal do Livro de São Paulo se configura não apenas como um evento para se comprar títulos e ter acesso a lançamentos do universo literário, mas também como um espaço de troca e surgimento de ideias. Essa é grande diferença desta edição.

Serviço

Endereço: Pavilhão de Exposições do Anhembi, Avenida Olavo Fontoura, 1209, Jardim Santana, São Paulo, SP.
Data: 12 a 22 de agosto.
Horário: 10h às 22h.
Preço: R$ 10 e R$ 5 (meia entrada).
Mais informações: (11) 2226-0400.


Atualizado em 6 Set 2011.