Guia da Semana

Foto: Arquivo Pessoal


Que tal almoçar um barreado com frutos do mar em Morretes? Muitas calorias? Você está de dieta para o verão? E se eu te disser que há uma maneira de cometer esse pecado e ainda perder as tais calorias? Basta ir de bike, a partir de Curitiba. Esse é um dos passeios preferidos pelos ciclistas curitibanos no verão. Pode-se descer a serra, queimar a gordurinha e depois repor tudo o que perdeu, almoçando a beira do Nhundiaquara, em um banquete dos deuses. No entanto, falaremos apenas das rotas, que passam pela rodovia das praias.

BR 277 - Para quem só quer moleza

A versão mais light do passeio é descer pela BR que passa pelas praias. Ela sai do Jardim Botânico e sem muitas subidas fortes, conduz o ciclista pelo sobe-e-desce da serra, até a descida para valer. O caminho é pelo acostamento, que é muito bem conservado. Atualmente, a segurança é boa, já que há câmeras ao longo de toda a rodovia.

Até o pedágio, durante cerca de 30 quilômetros, você terá a companhia de muitos ciclistas de estrada, com suas speeds em pelotão. O único cuidado necessário é estar atento a quem vem atrás, para não cortar a frente desse povo, pois eles costumam vir em alta velocidade. Chegando ao pedágio, pode comemorar, pois a subida mais chatinha já ficou para trás. Depois são algumas lombadas que, com a ajuda da tal da inércia, ficam pelo caminho sem traumas.

Assim que aparecem placas de verificação de freios, é hora de se ajeitar no selim, curtir a descida e o visual. Só cuidado com a empolgação da velocidade na descida. O visual do litoral atrai a atenção e é justamente nesse trecho que a atenção deve estar na estrada. Faça uma coisa de cada vez, ou melhor, aprecie o visual parado.

Assim que a serra começa a mostrar o seu fim, ela reserva um grande presente. É bem verdade que é um agrado que só vale no verão, mas uma paradinha na cachoeira do Jupiá refresca tudo. A marca de entrada é o posto da Ecovias, com a cachoeira a cerca de cem metros antes dele. Assim que você visualizar o símbolo da empresa, ela estará a sua direita.

Depois do refresco, prepare-se, porque está na hora de pedalar e gastar calorias. Assim que a estrada fica plana, a entrada de Morretes aparece. E aí são mais 12 quilômetros de pedal, em um calorzinho razoável. Mesmo em dias nublados, o calor faz o suor escorrer solto. Mas nada que uma paradinha no rio Nhundiaquara não resolva.

O percurso requer umas três horas de pedal e possui 67 quilômetros de extensão. Depois de chegar a Morretes, basta escolher o restaurante e comer à vontade, sem peso na consciência.

Foto: Arquivo Pessoal


Estrada da Anhaia

A mais emocionante maneira de se chegar a Morretes. Esta estrada começa no meio da descida da serra. Cinco quilômetros depois do viaduto dos Padres, há um retorno no começo do paredão de contenção, onde você pode ver a direita de quem desce. Fazendo o retorno, a estrada está a sua direita, 50 metros abaixo.

O começo da descida é alucinante. Íngrime e com muitas pedras soltas. Se a chuva não passou por ali na última semana, encontra-se muita poeira, para quem resolve descer radicalmente. O ciclista precisa de certa experiência, estar com a bike certa e, de preferência, com alguém que conheça o trajeto.

A descida forte é pequena para quem gosta de pedalar por montanhas. Depois de três quilômetros, o cliclista começa a curtir o passeio pelo meio da Mata Atlântica. Não precisa se preocupar em se perder, é só descer. Chega-se a Morretes no final da descida. O melhor dessa rota é evitar os 12 quilômetros de sauna, já que pelo meio da mata é mais fresco e há um rio ao lado para se refrescar, no final do trajeto.

Barreado e retorno

Todo fim de semana, Morretes recebe milhares de pessoas em busca de um almoço à beira do rio. O prato típico é o Barreado, um cozido de carnes servido com farinha, banana e frutos do mar. O efeito disso no estômago é muito parecido com o da feijoada.

Para o retorno, nada melhor que um trem com aquele balanço preguiçoso. A Serra Verde Express leva passageiro e sua bike até o centro de Curitiba. Perfeito para quem precisa de um descanso merecido, o trem parte às três da tarde no horário de verão e às quatro, durante resto do ano. O valor da passagem varia entre 26 e 35 reais. Para conseguir a mais barata, é melhor já passar na estação assim que chegar a Morretes.


Quem é o colunista: Fotógrafo e editor do site Onde Pedalar.com

O que faz: Fotógrafo editorial.

Pecado gastronômico: Um só? Na Bahia, Biju; em São Paulo, pizza; em Curitiba, Strogonoff de nozes e, em Belo Horizonte, feijão.

Melhor lugar do mundo: Aquele que te faz se sentir bem, equilibrado.

Fale com ele: [email protected]

Atualizado em 6 Set 2011.